terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Ainda a PLIE

Neste final de ano, tem-se falado muito a propósito da PLIE. Do aumento de capital que não se fez, das empresas que virão, dos atrasos que persistem. Agora que parece que está em marcha uma campanha de comunicação na imprensa nacional para captação de investidores, confirmam-se alguns dos meus piores receios sobre a PLIE: tão depressa não vai contar com uma verdadeira equipa de gestão, profissional, a tempo inteiro.
A campanha que está em marcha confirma esta ideia: não há, na actual administração da PLIE (já agora: alguém lhes reconhece competências em matérias de logística ou gestão empresarial?) uma ideia clara do que se está a fazer. Como não há um plano estratégico! Ou alguém no seu perfeito juízo acha que os investidores andam à procura de sítios onde localizar as suas empresas nos jornais?
A PLIE necessita urgentemente de um Plano de Marketing - porque vai para o mercado e, portanto, tem de ser "mercadeado" - e de uma equipa de gestão com capacidade de apresentar e defender, nos locais próprios, o plano de desenvolvimento deste projecto, que pretende ser um projecto empresarial. Uma equipa que trabalhe com os accionistas na definição do Plano de Negócio da Plataforma, e o apresente a investidores cirurgicamente escolhidos, nesta primeira fase. É preciso ir ao mercado e seleccionar os investidores que realmente importam. E esta é uma tarefa de enorme responsabilidade e compromisso, que só uma equipa motivada e com objectivos claros pode desenvolver. Enquanto não vir as coisas encaminhadas para aqui, vou continuar muito preocupado com o futuro da PLIE!!!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Crónica Diária - Rádio Altitude

Tenho estado sem computador, razão pela qual o texto só agora aqui chega; na quarta-feira passada, o espaço de crónica diária da Rádio Altitude foi por minha conta; e foi assim:

"Chegados quase ao final do ano, é nestas alturas que aproveitamos para fazer uma avaliação das realizações do ano que agora termina e de traçarmos objectivos para o próximo. Sendo esta a minha última crónica deste ano, é este exercício que aqui pretendo fazer.
O ano de 2008 foi recheado de surpresas. Um ano que se iniciou com uma previsão idêntica à de tantos outros anos – a subida ligeira do preço dos combustíveis associada aos rigores do inverno nos países do leste da Europa - veio a revelar-se um autêntico pesadelo para cidadãos, empresas de transportes e aviação, entre outras, tendo os preços dos combustíveis atingido sucessivos máximos históricos até ao final do Verão, sem até hoje ter sido dada uma explicação convincente para este fenómeno que não seja a especulação de que vive o mercado do crude. A Saúde e a Educação, áreas onde o Governo tem vindo a implementar algumas medidas de racionalização e reforma, foram também alvo de grandes movimentações. Para acabar de nos baralhar, fomos confrontados com o rebentamento de uma enorme bolha especulativa no sector financeiro que imediatamente se transformou naquela que já foi considerada a maior crise económica desde o “crash” bolsista de 1929.
Pela Guarda, houve também algumas novidades, boas e más. Assistimos ao longo do ano à requalificação do pavimento das principais artérias da cidade, alguns já bastante degradados; por cá passaram alguns membros do Governo para reafirmar a intenção de ampliação do Hospital, um processo que se arrasta há mais de 10 anos, demasiado tempo para todos nós que necessitamos um Hospital moderno e capaz de nos servir condignamente. Ainda em relação ao Hospital, sublinharia ainda a conclusão do processo de empresarialização, que vinha sendo apresentado como capaz de resolver as carências de Recursos Humanos que se verificam. A inauguração da nova Biblioteca Municipal foi também um marco do final de um período de avultados investimentos em infra-estruturas culturais, que agora importa dinamizar e manter ao serviço da Guarda. Destacaria por fim a abertura do Centro Comercial pela dinâmica que trouxe ao centro da cidade, nomeadamente nos fins-de-semana. Pela negativa, temos de lamentar o fecho de algumas empresas na região, nomeadamente no sector têxtil, deixando em dificuldade algumas famílias; a incerteza que tem pairado sobre a permanência da Delphi na Guarda também não é de molde a deixar-nos descansados, tanto mais que se trata de um dos maiores empregadores privados do Concelho; por outro, mais um ano passa sem que a Guarda disponha de uma área para localização de indústria – ou Áreas de Localização Empresarial, como agora são denominadas. A PLIE fica mais uma vez adiada e continuamos a ver as empresas rumarem a outras paragens, que o sucesso empresarial não se compadece com tamanhos atrasos…
A incubadora de empresas, anunciada ainda em 2007, continua sem ver a luz do dia, sendo este um projecto que na minha opinião é fundamental numa cidade que pretende ser capaz de atrair quadros técnicos qualificados. Em resumo, este foi na minha opinião um ano em que se concluíram projectos importantes e outros novos foram lançados, mas um ano em que temos a lamentar a ausência do lançamento de projectos estratégicos para afirmar a Guarda como uma cidade de média dimensão, capaz de atrair pessoas e empresas.
Para terminar, deixo os meus votos para o ano que aí vem: que 2009 seja o ano em que haja instalação de empresas na PLIE e a criação de emprego qualificado na região; em que finalmente uma incubadora de empresas que vá além da infra-estrutura física, promovendo programas de empreendedorismo qualificado veja a luz do dia; que seja o ano em que, por termos eleições autárquicas, surjam novos projectos, visões e ambições para a afirmação da cidade na região; seja um marco no renovar da esperança de todos os que gostam da cidade e de cá morar de a ver evoluir de forma harmoniosa e saudável. Deixo ainda a todos os ouvintes e colaboradores da Rádio Altitude votos de umas Boas Festas.
"

O podcast está aqui.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Negócios na noite

No sábado passado "saí à noite". Por compromissos familiares, porque a idade vai pesando e por um sem número de outros motivos triviais, há muito tempo que o não fazia. Assim, e como me apanhei fora de casa, aproveitei para deambular por alguns dos locais da noite na Guarda. Comecei pela festa de lançamento do sítio da associação "A Casota" (http://www.acasota.pt.to/) no Garrida. Muita gente animada, bem-disposta, muitas caras conhecidas e bonitas! O bolo que ofereceram aos presentes estava bom e as caipirinhas refrescantes. Estava por lá a Rute Marques, que a determinada altura vi dirigir-se a mim; acho que reparou então que estava acompanhado da minha mulher, mudou de ideias e de direcção... Terá sido impressão minha? Depois saí e passei por mais alguns lugares movimentados. No meio destas deambulações ainda vi o "raid" da PSP a multar carros mal estacionados, uma autêntica Força Delta do estacionamento abusivo.
Foi uma noite muito divertida e movimentada, como há algum tempo não tinha.
Mas no final da noite, não pude deixar de pensar nalgumas questões cuja resposta não se me afigura óbvia nem fácil. Tais como: por que é que em sítios tão giros numa cidade a maioria das vezes pacata como a nossa, somos quase sempre recebidos à porta dos bares por uns tipos enormes e mal-encarados, em vez de alguém com um sorriso rasgado que nos convide a entrar? A história de ter de andar com a senha, saber onde deixei a senha, preocupar-me em não perder a senha, etc. também me faz alguma "comichão", mas percebo que alivia as coisas na hora de servir os clientes... Já o consumo mínimo obrigatório é algo que acho completamente inaceitável; tanto quanto pagar por uma garrafa de0,33l de água a módica quantia de 3 Euros no bar "Ponto G"! Obviamente, não vou voltar lá a pôr os pés nem sequer recomendá-lo a quem quer que seja... As caixas registadoras destes locais alguma vez terão sido inspeccionadas? Que estranho fenómeno faz com que neste negócio as caixas não emitam o talão, que penso que é obrigatório? A Inspecção das Condições de Trabalho alguma vez inspeccionou uma casa destas? Relativamente à actuação da PSP, não seria preferível a partir das 22.00H ter 1 ou 2 agentes na Praça Velha para evitar o estacionamento indevido do que depois vir à 01.00 com meia dúzia de agentes multar não-sei-quantos carros? Ou a ideia não é evitar este tipo de estacionamento?
Coloquei-me estas questões porque acho que uma "noite" mais transparente e segura pode ser uma "noite" ainda mais divertida...!

sábado, 20 de dezembro de 2008

Passeio do Pai Natal



No próximo Domingo, 21 de Dezembro, o clube "Guarda Unida Sport Club" vai organizar um passeio em bicicleta, aberto a todos quantos queiram participar. A saída será da sede do clube (Rua Francisco dos Prazeres) e será feito um percurso pela cidade. Se puderem apareçam, que é capaz de ser um programa giro para fazer, inclusive com os mais pequenos, num Domingo de manhã.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Política

Para mim, a política devia ser uma forma de todos aqueles que para tal sentem vocação, terem a oportunidade de influenciar a melhoria da sociedade em que vivemos. Com as sua acções, com o seu conhecimento, com a sua experiência.
Há algumas semanas vi na televisão um programa sobre a Holanda, que em determinada altura versou o seu sistema político. Apesar de haver uma divisão administrativa do território que nada tem a ver com a nossa (que simplesmente não existe...), trata-se também de um pequeno País com preocupações semelhantes a algumas que por cá temos. Mas o que mais me impressionou foi a o "desprendimento" com que os governantes, nomeadamente os Ministros, exercem os seus cargos. Só dois ou três - já não consigo precisar - se deslocam em carros com motorista, essencialmente por razões de segurança ligadas ao ministério em que exercem funções. Os restantes, deslocam-se em meios próprios, alguns vão mesmo de Metro!!! Assim mesmo, sem quaisquer peneiras. Para mim, esta é a forma mais generosa e ao mesmo tempo elevada de exercer política. Sem pedir nada para si, para ter a oportunidade de contribuir para o bem comum. Admito que possa haver quem ache que é uma visão ingénua... Talvez seja a criança que há em mim.
Por cá, como todos sabemos, as coisas são bem diferentes. Também é verdade que falo de povos com características completamente distintas. Os nórdicos batem-nos aos pontos em pragmatismo, nós temos cartas a dar na "joie de vivre".
Mas ainda assim, gostava de ver maior desprendimento de todo o tipo de sinecuras por parte de quem exerce funções públicas. Ir um veículo e respectivo motorista, de uma instituição pública, diariamente buscar e levar a casa o respectivo dirigente não me parece normal. Admito perfeitamente que possa ter esse direito legal; mas moralmente - e a política não é de todo independente da moral - não acho que seja justo. Conheço alguns casos como o que citei; imagino que, por esse país fora, deve haver muitíssimos mais. Por isso, custam-me engolir muitas vezes as lições de moral que esses senhores caem na tentação de nos dar, ao povo.
É fácil vir falar na necessidade de contermos despesas quando se usufrui de determinadas mordomias por conta do Estado; vir dar lições sobre velocidade de circulação nos nossos carros, quando eles andam com motoristas em carros com "luzinhas a piscar" para todos os outros os deixarem passar; virem-nos dizer que o défice, cuja contenção e redução tantos sacrifícios exigiu dos portugueses vai agora de novo crescer permitindo-se o Governo com isso salvar bancos que eram (e são) meras instituições de gestão de fortunas, que não acrescentam valor à chamada Economia Real, apenas agem com base na especulação financeira.
Dizia-me há dias um amigo meu que gostaria de ter a oportunidade de exercer um cargo público apenas para no fim poder deixar uma obra que o orgulhasse. Até pode ser uma visão narcisista, mas acho que devia haver mais gente assim.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A PLIE

Foi recentemente divulgado o nome das 3 empresas que vão instalar-se na PLIE brevemente, segundo palavras do Sr. Presidente da Câmara.
Fico satisfeito por finalmente se ver luz no fundo do Túnel. Mas como nem tudo o que parece é, também neste processo parece existirem alguns equívocos. É que das 3 empresas dadas a conhecer, só 1 opera na área logística ou afins. As outras 2 são empresas de serviços, cuja instalação não faz sentido na Plataforma Logística!
Concordo que devem ser cativadas a establecerem-se por cá, mas vamos chamar as coisas pelos nomes: estas 2 empresas fazem sentido na ALE (área de localização empresarial) que, segundo creio, será contígua à Plataforma Logística, sendo complementar. Não faz sentido na própria Plataforma. Como de resto é o caso de tantas empresas, que aguardam há anos que a Guarda disponha de uma ALE para poderem crescer!
A âncora de todo este processo deve continuar a ser a PLIE e é esta que deve ser considerada estrategicamente diferenciadora no processo de captação de investidores que tem de ser intensificado.

A Casota

Na nossa vida, na nossa cidade, há imensas áreas em que podemos intervir, como cidadãos que somos. E esta é uma dimensão cada vez mais presente na vida das pessoas: querem fazer as coisas acontecer, querem estar nas coisas que acontecem. No âmbito do voluntariado, têm aparecido várias propostas e são cada vez mais as pessoas que reservam uma parte do seu tempo para dar a uma causa, seja ela qual fôr.
No caso que me faz escrever este post, a causa é a dos animais abandonados. Não vou dizer que sou louco por animais; mas gosto deles e da sua companhia o suficiente para achar repugnante que se abandone um animal de companhia quando adoece, quando envelhece, quando se quer ir passar 15 dias ao Algarve, etc. Este tipo de atitude diz muito sobre o carácter de quem a pratica e de quem a consente, com indiferença. Por isso, em boa hora surgiu na Guarda "A Casota", uma associação de gente que se preocupa com os animais abandonados, com a prestação de serviços aos donos e associados, etc. É uma associação que foi constituída há muitos anos, mas esteve adormecida durante muito tempo. No início do ano, um grupo de pessoas dinâmicas, com ideias, que dá a cara por aquilo em que acredita resolveram dar nova vida à associação. E desde então têm desenvolvido diversas actividades, como podem ver no sítio do link acima.
Prosseguindo os seus objectivos, vão estar a recolher donativos no próximo fim-de-semana no Intermarché e no dia 20 de Dezembro vão apresentar o novo sítio na Internet. Será no "Garrida Café", depois de um jantar aberto a todos os que quiserem estar presentes. Todos os pormenores estão na área de recortes. Espreitem e, se puderem, apareçam.

Absentismo no Estado

Periodicamente, por ocasião da divulgação de algumas estatísticas, nomeadamente da OCDE e da OIT (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico e Organização Internacional do Trabalho, respectivamente), lá ouvimos falar do absentismo. Que em Portugal é relativamente elevado, que é preciso combatê-lo por forma a criar um sistema produtivo fiável, etc. Até aqui, de acordo.
Mas que moral têm aqueles rapazes de São Bento para nos imporem (aos portugueses, entenda-se) regras de combate ao absentismo, com os exemplos que vêm do lado deles?
Na semana passada o CDS-PP apresentou na Assembleia da República uma proposta de suspensão da avaliação dos professores. Talvez não de forma inocente, a votação foi agendada para sexta-feira passada. Contabilizadas as presenças, o cenário era o seguinte: o PS, dos 121 deputados tinha presentes 108; o PSD, do total de 75 tinha presentes 45; o CDS-PP, de 12 tinha presentes 9; o PCP tinha presentes 10 dos 11 deputados; o PEV tinha presente 1 dos 2 deputados e o BE foi o único partido que tinha presente a totalidade dos seus deputados: 8; estava ainda presente a deputada não-inscrita Luisa Mesquita. Contas feitas, de um total de 230 deputados, estavam presentes na votação 182, ou seja, o absentismo atingiu nesta ocasião a bonita cifra de cerca de 21%! Mais de um quinto! E isto num tema que tem feito títulos de telejornais, manchetes de jornal, das maiores manifestações que temos visto nos últimos anos!
Mesmo tendo em consideração que o trabalho dos deputados não se esgota nas sessões plenárias, é um número que não podemos deixar de ter em atenção. Eu sei que era véspera de fim-de-semana prolongado, e tal, mas a essa mesma hora a grande maioria dos milhões de portugueses que os elegeu e que lhes paga os salários também estavam no seu local de trabalho, cumprindo com as suas obrigações para com quem lhe paga o salário e, em última análise, para com o País. Deviam ter vergonha os líderes parlamentares e pedir desculpa aos portugueses.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Centro Histórico

Sobre a forma como o Centro Histórico da Guarda, muito se diz e promete, principalmente durante as Campanhas Eleitorais. Depois, tudo volta ao mesmo: ignorância ostensiva. Não se conhece um plano estratégico para o Centro Histórico; não há um fio condutor. Se por um lado, na reconstrução, se obriga a manter a traça original - o que acho muito bem, por forma a manter uma imagem coerente no edificado - por outro, na construção nova, é permitida a traça contemporânea numa das ruas mais antigas da cidadela medieval! Por outro lado, na aprovação de obras de reconstrução, obriga-se a deixar à vista alguns dos muros subterrâneos por se tratar de excertos da muralha; noutros casos, permite-se que extensões significativas da muralha (e não dos seus alicerces) sejam tapadas por construções. Não dá para entender e, na hora de apresentar um conjunto coerente, pouco temos para visitar. Não há divulgação de percursos, os famosos audio-guias não passaram até agora de intenções (e provavelmente despesa), qualquer turista que se aventure naquela que deveria ser a zona nobre da cidade, a sala de visitas, está por sua conta e risco. E isto deixa-me triste, por um lado, e furioso, por outro. Porque uma cidade que celebra 809 anos tem de ter Património para mostrar. Tem de fazer justiça às sua raízes, e a Guarda não a tem feito. É óptimo inaugurar uma Biblioteca nova nas comemorações do dia da cidade, mas não acho que seja digno mostrar a visita do Presidente da República desde uma tenda montada na Alameda de Santo André! É aquela a imagem de nós que queremos passar para o exterior? Será que essa imagem não merece nenhuma preocupação?
Este Domingo almocei num restaurante da zona histórica; deslocando-me do carro para o restaurante, passei por diversos turistas, que lá me foram pedindo orientações. Senti pena deles e vergonha por nós! Por não os sabermos receber à altura! E gostava francamente que isto mudasse; já era hora...
Nota final: recentemente, a Câmara aprovou uma redução de 30% do IMI a pagar pelas casas localizadas no Centro Histórico que estiverem em boas consdições, que tenham sofrido obras recentemente, etc; é de louvar a intenção, mas fai falhar na requalificação do Centro Histórico por 3 razões: porque uma casa em ruínas provavelmente continuará a pagar menos IMI do que após a reconstrução com os tais 30% de desconto, porque uma casa no Centro Histórico está sujeita a fortes condicionalismos que têm de ser compensados por outras vias, se queremos gente lá a morar, e porque no fundo tanto vou beneficiar eu, com uma casa com centenas de anos, reconstruída por forma a manter a traça original, como o meu vizinho 2 ou 3 portas ao lado, que concluiu recentemente uma moradia de estilo contemporâneo, que nada tem a ver com o centro histórico. Nem sequer o facto de ter substituído um imóvel decadente, pura e simplesmente porque no local da implantação existia apenas um largo com vista... sobre a muralha!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Crónica Diária - Rádio Altitude

Mais uma quarta-feira, mais uma crónica - ou umas postas de pescada, se preferirem. Fica a opinião:

"Na semana passada celebrou-se mais um aniversário da nossa cidade. O programa das comemorações contemplou este ano um conjunto de actividades que passaram pelo Desporto, Teatro, Música, para citar aqueles que mais me chamaram a atenção, culminando com a inauguração da nova Biblioteca Municipal na presença do Sr. Presidente da República.
Como referiram os responsáveis da autarquia, a inauguração da Biblioteca é o culminar de um processo de dotação da cidade de algumas infra-estruturas básicas na área da Cultura. Como sempre nestas coisas, há vozes críticas. A cultura, por ser uma área onde o intangível domina, tem por vezes pouco reconhecimento por parte do cidadão comum, que quer coisa que se veja. É pois preciso pararmos para pensar, e tentarmos perceber que o investimento na cultura é um investimento a prazo, nas pessoas, sendo mais importantes as actividades que lá se vão desenvolver que o betão que se gasta na obra. Pegando num exemplo relacionado com as comemorações da passada semana, das pessoas com quem falei e que assistiram ao espectáculo “Guarda – Rádio Memória”, nenhuma ficou indiferente à mensagem de orgulho das histórias e personagens da cidade que povoam a nossa memória. Evidentemente é necessária uma infra-estrutura com alguma envergadura para poder montar um espectáculo como “Guarda – Rádio Memória”. Por outro lado, de que nos serviria o TMG se lá não fosse desenvolvida uma programação que aproveite a capacidade ali instalada? É, por tudo isto, mais importante o que se lá faz do que o edifício em si.
Mas como sempre neste tipo de comemorações, depois dos festejos temos inevitavelmente de regressar ao dia-a-dia. E esse, segundo as previsões que temos conhecido, não se avizinham fáceis. A crise sobre a qual tanto se tem dito e escrito vai, segundo os diversos analistas, intensificar-se durante o próximo ano, o que significa para nós, consumidores, que até pelo menos 2010 vamos sofrer com ela. A juntar à crise de liquidez dos bancos, que faz com que uma grande parte dos portugueses veja aumentada a sua factura com o crédito à habitação, teremos um previsível aumento do desemprego e uma contracção da economia, ou seja, uma ausência de crescimento económico que se vai traduzir numa diminuição de rendimento e na perda de competitividade da nossa economia no sistema económico mundial.
A Guarda, naturalmente, não escapará a esta conjuntura, avizinhando-se tempos particularmente difíceis, sobretudo se pensarmos no relativamente reduzido número de empresas que por cá existem. A juntar-se à tendência que observámos nos últimos anos na fileira têxtil, temos agora o sector automóvel, ambos com empresas muito representativas na nossa região.
Será a hora de, mais uma vez, todos nos unirmos em defesa da nossa região, quer exigindo medidas que contrariem a perda de postos de trabalho, quer continuando a empreender, a inovar, a evidenciar capacidade de realização. As forças políticas locais terão um papel importante mas não exclusivo. Compete também a cada um de nós, através do exercício dos seus direitos de cidadão, contribuir para a solução dos problemas que se avizinham; se ficarmos apenas a exigir dos outros ou, pior ainda, a lamentar-nos com a nossa má-sorte, rapidamente seremos ultrapassados por aqueles que sabem que é na adversidade que se geram oportunidades irrepetíveis. Por aqueles que tiverem mais capacidade de resistência. Por aqueles que mais cedo perceberem que não se trata de ser optimista, mas sim de ser resiliente.
Será também um período onde vão ser decisivas lideranças fortes nas organizações, económicas e políticas, pelo que as escolhas que se avizinham terão uma importância acrescida para o futuro da nossa terra.
Por tudo isto, pelo muito que a Guarda precisará nos próximos tempos de cidadãos que ajam, pensem e decidam com lucidez, é importante continuarmos a investir na Cultura. Nas pessoas.
Termino desejando à Guarda – a todos nós – aquilo que é uso desejar-se nos aniversários: muitas felicidades e muitos anos de vida.
"
Se preferirem ouvir, podem fazê-lo aqui.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O preço das coisas

Por muito que me esforce, não encontro justificação para o que se passa com o preço dos combustíveis: apesar de o preço do barril do petróleo estar em baixa, o preço dos combustíveis continua em alta. Segundo parece, ao preço a que está a ser transacionado o barril do petróleo, por exemplo o preço do gasóleo deveria estar abaixo de 90 cêntimos; está quase a 1,10 Euros. Mesmo dando de barato que existem na produção custos fixos que são independentes da variação do preço do barril do petróleo (que todavia também deveriam "amortecer" a subida...), ao ritmo a que se tem verificado a baixa já deveria ter correspondido maior descida no preço dos combustíveis no consumidor. Mas não. O que é chato...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Ancora il Vivacci

Uma das grandes vantagens que vejo nos Centros Comerciais é a comodidade que proporcionam a quem tem filhos pequenos. Além de as caminhadas serem facilitadas, a proximidade de lojas de diversos tipos, ausência de trânsito e infra-estruturas de apoio facilitam-nos muitas vezes a vida.
Já fico um bocado chateado quando só existem daquelas caminhas para mudar fraldas nas casas de banho de senhoras. Caramba! Os Homens também têm filhos!
É o caso do Vivacci Guarda: não há muda-fraldas na casa de banho de Homens nem na de crianças. Como é que faço? Mais, pelo menos na casa de banho de crianças, não há sequer um balde onde possa deixar uma fralda. Confesso que não sei se na de Senhoras existe ou não, mas vou saber. E se fôr esse o caso, vou ficar ainda mais chateado!!!

sábado, 29 de novembro de 2008

Batem leve, levemente...

Hoje amanheceu com neve! E que belo amanhecer... Sabe bem, abrir as janelas e entrar-nos tanta luz para casa, apesar do céu sombrio.
Saí à rua, já no final da manhã: apesar do frio que se fazia sentir, cruzei-me na rua com alguns conhecidos, não muito.. Cruzei-me também com alguns turistas deleitados com o magnífico espectáculo com que a natureza hoje nos resolveu brindar. Um pouco por todo o lado, nos quintais, nos jardins, bonecos de neve indiciam alguns momentos de brincadeira. Soube-me bem passear um pouco a pé, na cidade re-decorada!
Mas a imagem que me ficou desta manhã foi a de 2 empregadas de um restaurante, saindo para despejar o lixo, dançando e pulando pela neve. Que falta nos fazia um nevão para alegrar o fim-de-semana!!!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Promoção

Fui promovido! Após um longo exame de quase 4 horas, fui promovido a Senior Flight Captain da IVAO.
Como dizia o Inspector Caroço (lembram-se do Claxon?), "São muitas horas desta merda no pêlo!!!".

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Guarda - Rádio Memória

No Domingo passado assisti no TMG ao Guarda - Rádio Memória. Como no final não dei o tempo por mal empregue, deixo alguns comentários. Não pretendo assumir-me como crítico, como grande conhecedor; é uma apreciação individual, sem qualquer outro objectivo que não seja daqui por alguns anos poder eu próprio reler aquilo que me occoreu dizer sobre o assunto - como aliás a maioria das coisas que por aqui vou deixando... Todavia, se algum incauto leitor quiser completar, está à vontade.
Começo pelo que era prometido, que isto da gestão de expectativas dita muitas vezes o veredicto final: um grande espectáculo, com muita gente, muitas colectividades envolvidas, uma visita aos momentos e personagens mais marcantes da história da cidade. Neste particular penso que ninguém deve ter ficado indiferente à quantidade de gente envolvida, tendo-se cumprido as minhas expectativas. Imagino o trabalho que deve ter estado por trás da coordenação de tanta gente!
Relativamente ao espectáculo em si, gostei do palco, dos adereços, do estúdio. Devo dizer que aquele estúdio numas "águas furtadas" me fez lembrar, de outros tempos, a Rádio Cidade Oppidana... O "quadro" dos romanos resultou muito bem, pelas sequências em vídeo que foram sendo projectadas; a mensagem está lá, mas foi sendo passada de forma descontraída e bem-disposta. Gostei! O Teatro radiofónico, teve um início que me "prendeu" mas foi perdendo força ao longo do desenrolar; a partir do meio o texto ficou mesmo um pouco confuso; ou fui eu que me perdi...
Num dos momentos que se seguiu, confesso que me remexi na cadeira: foi quando entrou o rancho folclórico. Aqui, reconheço que o problema é meu: embirro com ranchos folclóricos. Não gosto. Irritam-me. Percebo que fazem parte das nossas tradições, acho muito bem que seja mantido (no que o Centro Cultural tem feito um bom trabalho), mas para eu ver, dispenso. Mas estava eu já a desanimar, quando acontece a fusão entre os sons típicos do folclore com Hip-Hop, o que resultou inesperado, por isso compensador. Para mim foi um dos grandes momentos de composição musical do espectáculo. No quadro de Alberto Dinis da Fonseca e D. Quixote, diálogos muito actuais, muito ao estilo "auto-estima-te". E o que eu dava para poder gritar publicamente a plenos pulmões, a alguns que mais não fazem que lamuriar-se sobre o que a Guarda não tem, o mesmo que Dinis da Fonseca gritou ao Quixote à laia de despedida... No final, a Guarda Maria/Guarda Mania foi apresentada de uma forma electrizante, envolvendo muito bem todo o público. Destaco a orquestra, fantástica, com uma secção de metais possante, uma percussão vibrante, que enchiam o teatro de uma forma que nenhuma gravação conseguiria encher! Os diversos intérpretes musicais que foram pontuando o espectáculo também foram muito bem conseguidos, recordando de músicas que estiveram presentes nas nossas vidas ao longo dos últimos anos. Menos bem conseguidos, na minha opinião, foram a alusão ao Pastor da Quinta da Taberna, que pertencendo ao universo local dos produtores de arte, durou demasiado tempo e quebrou muito o ritmo que vinha de trás, e a máquina Humana que, invocando o "Tempos Modernos" e associado ao grande marco de industrialização de Guarda, foi algo insípido. Embora estes comentários não abarquem exaustivamente todos os aspectos do espectáculo, aborda os que me marcaram mais. A título de conclusão, que fique claro que foram quase 2 horas e meia muitíssimo bem passadas e que recomendaria a qualquer pessoa que fosse assistir, não fora o facto de apenas poder ter assistido à última sessão.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

XXXII Grande Prémio de Atletismo

Começaram na passada sexta-feira as comemorações do 809º Aniversário do Foral da Guarda. O ponto de partida foi o espectáculo "Guarda - Rádio Memória" - uma produção fantástica - seguindo-se durante a tarde de sábado um Grande Prémio de Atletismo. Neste, que na minha opinião tem todas as condições para ser um evento desportivo que envolva muita gente na cidade, acabou por se aroveitar muito pouco do potencial que encerra. E por ter havido amadorismo onde se esperaria profissionalismo, e demasiado profissionalismo onde o amadorismo teria sido bem-vindo. Contraditório? Eu explico: é "chato" haver um programa indicando que a primeira prova tem início às 14.00H e, a essa mesma hora, começarem a chegar ao local da prova os organizadores, para "montar a tenda", distribuir dorsais, erguer o insuflável da meta, etc. Aquilo que previsivelmente começaria no máximo às 14.10H ou 14.15H, acabou por começar às 14.45H...
Por outro lado, mesmo sendo importante a Guarda ter competições disputadas que atraiam atletas de todo o País, estas são um bom pretexto para se envolverem cada vez mais amadores, numa tentativa de levar a prática desportiva a cada vez mais gente. Assim, em conjunto com a última prova (absolutos), poderia ter existido algo parecido com um passeio pela cidade, uma coisa tipo "passeio pais e filhos", ou "avós e netos", ou o que quer que lhe quisessem chamar. A ideia seria a promoção de estilos de vida saudáveis. Poder-se-ia trazer os grupos que tantas vezes vemos caminhar pela periferia da cidade para encher as ruas de "passeantes". Assim, a comemoração de aniversário do foral seria extensiva a toda a comunidade da Guarda e não só a atletas!
Tive a oportunidade de participar, em Abril, na Mini-Maratona de Lisboa, e é um ambiente simplesmente fantástico correr, saltitar ou apenas caminhar no meio daquela massa humana, com toda a gente bem-disposta e a apreciar uma vista ímpar sobre a cidade de Lisboa, que só é possível a quem percorre a pé a Ponte 25 de Abril.
Aqui, salvas as devidas proporções, de participantes e meios logísticos que um evento destes sempre implica, poderia aproveitar-se o Grande Prémio de Atlestismo para fazer algo semelhante. A ideia ocorreu-me quando descia a Av. Alexandre Herculano (do liceu em direcção à Quinta do Alarcão), com a avenida praticamente deserta, e imaginei como seria "pulsante" aquela rua com grupos de gente aproveitando a vista daquelas belíssimas árvores "despidos" dos automóveis do costume...

sábado, 22 de novembro de 2008

Reencontros

Apesar de em determinada altura da minha vida me teres habituado à tua presença, foste ficando cada vez menos disponível até teres desaparecido inexplicavelmente. Senti a tua falta. Até cheguei a comentá-la com a Patrícia...
E eis que, de repente, quase vindo do nada, reapareceste! Passou a ser possível ver-te de novo nos lugares a que nos tinhas acostumado contar com a tua presença. E acredita que foi reconfortante. Como se mais uma peça do puzzle tivesse aparecido para compor a grande imagem. Como se finalmente a ordem natural tivesse sido restablecida.
Bem-vindo de volta à minha vida, Sucol de Pêssego!!!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Audio-Guias


Bem nos podem explicar os nossos governantes - nacionais ou locais- que as medidas por vezes levam mais tempo a implementar do que eles gostariam. Mas será possível que uma medida relativamente simples como a disponibilização de audio-guias a turistas, anunciada antes do Verão de 2007 pela Câmara Municipal, com equipamento inaugurado no dia da cidade também de 2007, não esteja ainda totalmente implementada, apesar de ter decorrido mais de um ano e meio desde que foi anunciada?

Os turistas lá vão "deambulando" como podem, os equipamentos - que não hão-de ter sido tão baratos como isso - lá devem estar arrumados e a apanhar pó, e nós a vê-los passar... e seguir.

Como diz o outro: "há coisas fantásticas, não há?"

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Suspensão

Suspender: suster no ar, pendurar, interromper temporariamente, impedir de fazer, proibir durante certo tempo, fazer cessar, reter, conter, demorar, retardar, adiar (Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora).
Na luta que opõe Professores e Estado - não vamos ficar em meias-tintas e dizer que isto é só com a Ministra, porque se fosse ela já teria sido substituída - a razão não está definitivamente de um único lado: como quase sempre em sociedade, ambos os contendores terão as suas razões.
Mas há algo que tem sido repetidamente noticiado e referido pelos professores que se presta a muitos equívocos: não se percebe exactamente se as escolas (ou os professores, que não são uma e a mesma coisa) vão solicitar a suspensão da avaliação ou vão pura e simplesmente suspendê-la. E já agora, também gostava que me explicassem exactamente o que entendem por "Suspensão": "interromper temporariamente" ou "fazer cessar"? É que isto é muito importante para que todos possamos perceber do que estamos a falar. A menos que a manutenção da confusão aproveite a alguma das partes, para arregimentar apoios...

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Empreendedorismo

Hoje ouvi na Rádio Altitude um comentário a um estudo de uma professora da Faculdade de Economia da Universidade do Porto sobre empreendedores no ensino superior. Se bem percebi, tratou-se de estudar a predisposição dos alunos de diversas Instituições de Ensino Superior para, acabados os estudos, virem a criar o seu próprio negócio; estudou-se ainda a proporção de estudantes que criaram já, ainda na fase de estudos, um negócio.
As conclusões do Estudo revelam que, em média, 35% dos alunos do Ensino Superior desejam vir a criar o seu próprio negócio. Mas revela mais: centrando-nos nas 2 Instituições de Ensino Superior mais relevantes nesta região, percebemos que os estudantes do IPG estão claramente acima da média nacional nesta predisposição, por contraponto com a UBI, cujos alunos andam bem abaixo da média.
Isto são muito boas notícias para a Guarda: numa cidade que por vezes vemos asfixiada em termos de oportunidades de emprego, poder contar com empreendedores, que além de o serem são jovens qualificados indicia um bom futuro. Podem achar que estou a ser optimista, mas francamente não sou daqueles que acham que na Guarda está tudo perdido porque não há Indústria e o comércio e os serviços não criam riqueza. Não tenho qualquer evidência que suporte este preconceito, ainda mais nos tempos actuais, com a crescente desmaterialização de bens e serviços a que assistimos por obra e graça das tecnologias da informação e comunicação. Mais uma vez temos a prova que, mesmo não contando com apoios externos que há muito deveriam existir - onde está a há muito prometida Incubadora de Empresas? - há na Guarda gente com capacidade de inovar, de ousar fazer diferente, e isto é muito bom!
Há que reconhecer o mérito destes Jovens e darmos-lhe as condições possíveis para eles "voarem" por aqui perto. Muitas vezes, não esqueçamos, para ajudar basta não empatarmos...
Também devo dizer que sempre achei que, de há 3 ou 4 anos a esta parte, de repente passou a dar-se muita importância aos empreendedores, na óptica de criadores de um negócio, em detrimento dos outros (bons) profissionais de que o País beneficia. O tempo veio a encarregar-se de corrigir esta tendência, sendo já vulgar ouvirmos falar de "empreendedorismo por conta de outrém", ou seja, profissionais que trabalhando por conta de outrém, todos os dias se esforçam por fazer melhor, por desenvolver a organização onde trabalham, por ganhar o direito ao espaço que lá ocupam. É a prova que a excelência surge quando se alia capacidade técnica à imaginação.
O futuro da Guarda está certamente nas mãos de empreendedores, qualquer que seja a forma que assumem; não está certamente nas mãos daqueles que se limitam a verberar pelo cafés, desancando em tudo quando se faz...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Protestos

Hoje de manhã, ouvi na rádio que se verificaram mais protestos relativamente a obras que estão a decorrer no Bairro das Lameirinhas. Que se vêm juntar aos protestos que houve quando a Av. dos Bombeiros passou a ter apenas um sentido (situação entretanto corrigida). Já antes tendo também havido protestos relativamente à requalificação que se fez no largo do Prolar.
Isto anda mau, dirão alguns...
Eu tenho precisamente a opinião contrária, por 2 motivos:
- porque significa que se estão a fazer mudanças, que não está tudo tão parado como às vezes temos a sensação de estar;
- porque os cidadãos da Guarda cada vez mais intervêm e exercem os seus direitos de cidadãos a participar nas decisões que afectam a sua cidade e, portanto, as suas vidas, não sendo tão "amorfos" como alguns querem fazer crer.
Vamos ver que protestos se seguem; eu espero que continuem...

Crónica Diária - Rádio Altitude

Há algumas semanas atrás, a Rádio Altitude teve a gentileza de me convidar a contribuir para o seu espaço "Crónica Diária". É um espaço de opinião, que está no ar diariamente após o jornal das 9:00, com reposição após o jornal das 17:00. Primeira reacção: "Oh Rui, tu nunca sequer entraste num estúdio de rádio, quanto mais falar aos microfones... Não irás afastar os ouvintes aos senhores?".
Mas confesso que após este choque inicial, não fiquei indiferente à ideia da minha intervenção cívica - da qual este blogue é apenas um exemplo - poder ter maior projecção. E resolvi aceitar. Por isso fica o texto que serviu de suporte à primeira destas crónicas:

"Sabe-se quando adquirimos um equipamento novo, que além do custo da aquisição temos inevitavelmente de considerar o da manutenção, por forma a assegurar que vamos usufruir desse equipamento durante o máximo tempo possível e nas melhores condições. É assim nomeadamente com as nossas casas e carros, para citar 2 exemplos bem conhecidos. Todavia, é certo que nalguns casos a fúria de "ter" cega-nos ao ponto de nos fazer esquecer a tal manutenção...
Vem isto a propósito do que se passa actualmente no Parque Industrial. Não no novo, que será integrado numa Plataforma Logística e cujo arranque tem sido sucessivamente adiado, mas no actual. Que ainda serve e servirá nos próximos anos muitas empresas. Diz o povo que "o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita" e no caso do Parque Industrial é bem verdade. Depois de todas as atribulações por que passou durante a construção e início de actividade, ainda hoje o que se lá passa só merece um adjectivo: Vergonha!
Para os empresários, porque na Beira gostamos de receber bem e naquele Parque Industrial um empresário não tem condições de receber condignamente um convidado. E para muitos empresários vindos de fora, aquele espaço é o primeiro contacto que têm com a Guarda. Edificante...
Para a Autarquia, porque é responsável pela manutenção dos espaços públicos na cidade e aquele tem-o completamente abandonado: não limpa os passeios, não obriga os proprietários de lotes devolutos a limpar o mato e a vedar convenientemente os terrenos, o pavimento é uma autêntica manta de retalhos, o trânsito e o estacionamento são completamente desordenados, para citar os casos mais flagrantes. Chegados ao Parque Industrial, ficamos com a ideia de ter entrado num cenário terceiro-mundista.
Por último, para as autoridades policiais porque, nomeadamente no estacionamento , existe uma total ausência de regras: estaciona-se à direita, à esquerda, nos passeios, nos cruzamentos, etc., como se de "terra sem lei" se tratasse... Dizem-m
e que está em preparação uma candidatura ao QREN para requalificar o espaço. Pergunto-me se será mais um caso em que se faz a obra atendendo aos apoios disponíveis, independentemente daquilo que verdadeiramente faz falta para resolver os problemas daquele espaço… Pergunto-me se será necessário esperar por uma candidatura ao QREN para definir de que lado das ruas se pode estacionar, evitando que os camiões tenham de fazer verdadeiras gincanas no meio dos carros? Ou para elaborar um plano de circulação, com vias de sentido único, que permita uma circulação fluída ao mesmo tempo que se ordena o estacionamento? Ou mesmo para fazer cumprir os regulamentos já existentes que impedem que se utilize o passeio defronte dos lotes como prolongamento dos armazéns? Ou se use a estrada como parque de contentores?
O Parque Industrial é hoje uma ferida na paisagem da Guarda. Dá uma imagem negativa da capacidade empresarial da cidade, que nos prejudica a todos, e que não tem correspondência na capacidade da maior parte das empresas lá instaladas. Não podemos apenas olhar para o futuro Parque Industrial e esquecer que o actual existe e tem problemas graves por resolver. É urgente a sua manutenção.Com firmeza e vontade de requalificar, podem desde já ser dados os primeiros passos para devolver alguma dignidade ao Parque Industrial. Todos teremos a ganhar com isso…"


A crónica pode ainda ser ouvida aqui.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Síntese

Ouço muita gente a dizer que por cá não acontece nada; que as coisas estão paradas; que mais isto e aquilo. Às vezes até pode dar essa ideia. Mas, dependendo dos nossos interesses, as coisas até vão acontecendo. E quem tenta organizar eventos por cá, queixa-se sempre das barreiras iniciais que tem a vencer, nomeadamente a falta de público.
Ou seja, por um lado, não acontece nada; por outro, quando acontece, ninguém aparece. Desencontros...
Na próxima sexta-feira decorrerá o último concerto do Ciclo de Música Contemporânea Síntese, no TMG. Síntese, além do nome do Ciclo, que é já o segundo, é também o nome de uma formação musical dedicada à música de câmara e contemporânea. É composta, senão exclusivamente, pelo menos essencialmente, por gente que trabalha cá e que também sente a Guarda e é influenciado por ela. São professores no Conservatório de Música de São José, guardenses de diversas nacionalidades, músicos de alma e coração. E por todos estes motivos, vale concerteza a pena ir ver e passar 60 minutos em tão boa companhia. Além de se dar apoio a uma iniciativa local que muito prestigia uma pequena cidade como a nossa.
Eu quero ir!

É proibido estacionar... Parte II



Há algum tempo atrás deixei um post sobre locais onde é proibido estacionar, sem que por vezes nos demos conta. Referia aí uma técnica (inovadora?) para confirmar que nesses locais é realmente proibido estacionar. Aqui fica mais um local: a Av. dos Bombeiros (frente ao Vivacci). Através da foto e com recurso à técnica que desenvolvi é ainda possível confirmar tal proibição.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Correcção

Para que conste: no meu post anterior, referi discordar com com o sentido do trânsito na Rua Dr. Lopo de Carvalho. Afinal, parece que o problema foi corrigido hoje ao final da tarde, podendo agora circular-se nos dois sentidos. Parece-me efectivamente uma boa solução e uma correcção que dignifica quem a fez.

Resumo da semana

Tantas novidades nos últimos dias e eu sem tempo para as absorver...!
A título de resumo, da prestação de Abílio Curto na Rádio Altitude, a montanha pariu um rato. Comentários generalistas, trivialidades, e pouco mais. Bom para uma conversa no café, claramente deficitário para um programa de análise política. Do que lhe ouvi, apenas um reparo: quando diz que a Guarda lhe deve o Mercado Municipal e a Central de Camionagem, está claramente enganado; a Guarda não lhos deve porque não fez mais do que era sua obrigação, já que foi eleito após se ter disponibilizado (candidatado) para zelar pelo Município; ainda que assim não fosse, segundo julgo saber, ficou provado nas devidas instâncias que se fez pagar muito bem enquanto desempenhou as funções de Presidente da Autarquia. Além de que desconheço que alguma vez tenha manifestado qualquer arrependimento pelos factos pelos quais foi condenado e cumpriu pena. No que toca ao Vivaci, confesso que gostei. Não é perfeito, podia ter mais "isto" ou "aquilo", mas na generalidade acho agradável. Pela minha parte, desejo ao Promotor/Investidor e a todos os lojistas as maiores felicidades e sucesso! A única coisa que não gostei nem é directamente ligado ao Centro Comercial: é da responsabilidade da autarquia e tem a ver com os arranjos dos arruamentos envolventes. A Rua Almirante Gago Coutinho ganhou uma parede no meio da estrada absolutamente inexplicável. No sec. XXI, com o estado da engenharia, aquilo é o melhor que se consegue...? Na Rua Dr. Lopo de Carvalho, o trânsito de sentido único, ainda por cima ascendente, só serve os interesses do Centro Comercial. Aos utilizadores da cidade, deixou-os sem saídas para a zona norte da cidade. Por outro lado, aquelas rampas do pavimento elevado (já agora: qual é a ideia...?) são um atentado aos nossos automóveis. Só hoje, vi lá arrastar uma boa meia dúzia de carros; e não eram propriamente fórmula 1's... Da minha parte, se tiver a infelicidade de danificar o meu carro naquelas rampas (ou lá o que raio são), saibam que vou participar a ocorrência às autoridades e responsabilizar a autarquia por a via não apresentar boas condições de circulação. Imagino que também devem ser óptimas para as ambulâncias que por lá tiverem de passar...

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

É a arte, estúpido!

Eu devo ser mesmo muito insensível nestas coisas das artes performativas! Saí para ver o prometido desfile de noite das bruxas que, como fiquei hoje a saber, é uma tradição destas terras (descobri que afinal tenho uns belos amigos: têm andado todos estes anos a festejar o Haloween e nunca ninguém me disse nada!!!). Mas aquilo que vi soou-me, apenas e só, a mais do mesmo. Os mesmos fatos esquisitos, o mesmo triciclo com um monstro (hoje, oportunamente era uma bruxa), a mesma música, as mesmas luzinhas, e manifestações dos artistas para envolver quem assiste. Foi giro da primeira vez. A segunda também não foi mal. E mesmo aquela em que depois o Rei falou ao povo na Praça Velha teve um impacto visual forte. Mas hoje cansei-me: chega. A única diferença que vi foi a queima do esqueleto de um carro, talvez uma tentativa de exorcismo de alguns medos, talvez apenas o espectáculo da destruição (ou, como se diz no meio, da desconstrução...). O meu filho perguntou porque destruiram o carro. Só fui capaz de lhe responder que porque é mais fácil destruí-lo que repará-lo. Já não há pachorra! Justiça seja feita, a organização teve pelo menos a virtude de ter trazido à rua muita gente. Mas de uma coisa fiquei certo: não serão muitas mais as vezes; ouvi muitos comentários do tipo "isto agora também é sempre a mesma coisa!". O formato é giro, tem resultado, mas é altura de mudar um pouco o figurino senão qualquer dia só aparecem "os do costume" para a inauguração.
PS: apesar do impacto da coisa, não fiquei seguro que um carro em chamas no meio de tanta gente e uma retroescavadora em manobras sejam seguros... já para não falar na nuvem de fumo e do cheiro que ficou no local.

O Trânsito

O trânsito na Guarda, salvas as devidas proporções, é parecido ao de qualquer outra pequena/média cidade: tem dias melhores e dias piores, sendo em que dias como o de hoje, com chuva, frio e nevoeiro, é pior...
Mas mesmo em filas, demorando mais a percorrer pequenas distâncias do que é usual, tenho notado um fenómeno que muito me apraz aqui sublinhar: quase não se ouve uma buzina, um protesto, e quando necessário "facilita-se" e "dá-se um desconto". Poderão dizer-me que isso é porque somos acomodados, não reagimos, etc. Não concordo! Não encontrei até hoje qualquer evidência que relacione protestos no trânsito (nomeadamente buzinadelas) com a respectiva fluidez. Acredito mesmo que possa ter um efeito contrário, ao colocar toda a gente sob pressão.
Para mim, é um sinal de civismo e de descontração, devido ao tipo de vida que por cá podemos levar: mais descontraída, sem termos de pensar em percorrer 30 ou 40 Km para voltar para casa, por pontes ou vias congestionadas. E o frio ajuda definitivamente a "arrefecer" os nervos. E além de gostar de viver neste ambiente, gosto ainda mais de cá criar os meus filhos. Depois, logo se vê...

terça-feira, 28 de outubro de 2008

A imagem da Guarda

Pela minha parte, a imagem da Guarda que levo sempre na memória quando me afasto por algum tempo e que constitui quase a "imagem de marca" da nossa cidade é a de noites como a de hoje. A chuva miudinha, o ligeiro nevoeiro, o ar fresco.
Acho estas noites verdadeiramente mágicas: a forma como a luz se projecta pela folhagem amarelada das árvores, os vultos que fazem as (poucas) pessoas que caminham pelas ruas, o relativo silêncio que se "ouve" e o cheiro fresco do ar. Tem o seu quê de noite londrina em cenário de Conan Doyle; talvez seja por isso, pelo muito que essa imagem esteve presente na minha adolescência... não sei.
Mas em noites como esta, sinto-me cá muito bem e não trocaria a cidade por nenhuma outra!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A confusão

Partida: Alameda de Santo André. Descendo a Av. Rainha D. Amélia, passsamos a fábrica de iogurtes da Gelgurte (um exemplo de uma indústria de excelência localizada na Guarda, a provar que por cá temos tão bom ou melhor que noutras cidades, apenas em menor quantidade...) até à rotunda do G. Nesta, a segunda saída dá acesso à Urbanização Encosta do Sol. E aqui começa a minha confusão: que tipo de via é esta? Via dupla nos 2 sentidos, com separador central? Via única em 2 sentidos com separador central? Ou via única nos 2 sentidos sem separador central, com metade da via fechada? Se não percebe o porquê destas perguntas aparentemente sem qualquer sentido, dê lá um pulo e observe o trânsito durante 15 ou 20 minutos. Eu já vi todas estas possibilidades. E continuo sem perceber quem está bem. Mas tenho um palpite sobre quem está mal: e entidade que gere as vias de comunicação na cidade. Porque não existe qualquer sinalização vertical ou horizontal, porque a via não tem as condições exigidas para uma circulação segura (reparem na altura das tampas dos colectores de esgotos), e porque na verdade o que lá se passa gera insegurança para quem utiliza aquela via de acesso ao Bairro do Torrão. Independentemente das vicissitudes do processo de urbanização (do qual muito se especula mas provavelmente pouco se sabe), existe uma autoridade que tem de intervir para regular ali o trânsito. Ou aquilo é terra de ninguém? E se eu tiver ali um acidente por embater numa daquelas tampas tão elevadas relativamente ao pavimento, quem é responsável? Francamente, prefiro não saber, mas aquela degradação mesmo às portas da cidade dá um aspecto de se ter chegado ao terceiro mundo. Há tantos anos que aquilo assim está, parece-me que já é hora de alguém tratar do assunto...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Revistas de decoração

As revistas de decoração - pelo menos as que me têm passado pelas mãos - são revistas temáticas curiosas: publicidade, editorial, album fotográfico da nova sala da Pureza Teixeira da Silva, publicidade, album fotográfico da casa que a Zézinha Pitta e Cunha recuperou no Alentejo (em alternativa, a região do Oeste), publicidade, dossiê temático (que mais não é que um conjunto de publicidade sobre um tema comum), breves, antevisão do próximo número. E está feita. A minha última incursão neste mundo foi numa revista que prometia na capa um "Dossiê de Climatização". Como por cá, a climatização (pelo menos na vertente de aquecimento) vai importanto por estes dias, lá me dispus a dar uma vista de olhos pela revista. Depois de vencer as etapas iniciais - as tais publicidades e os tais albuns fotográficos - lá cheguei ao dito dossiê: 2 páginas, com uma foto minúscula de um recuperador de calor, um radiador de parede, uma pedra radiante e mais 2 ou 3 artefactos de género, marca e número de telefone do importador/comerciante. Belo dossiê!!! Eu chamar-lhe-ia, quando muito, album de recortes... Ou "pura perda de tempo".

terça-feira, 21 de outubro de 2008

A equipa

O que se tem sabido nos últimos dias sobre a contenda que opõe Esmeraldo Carvalhinho a Lurdes Saavedra preocupa-me e deve preocupar todos aqueles que acompanham minimamente o que se vai passando na Guarda. Independentemente das leituras políticas que se possam fazer da situação - e várias têm aparecido nos últimos dias, na imprensa, na blogosfera e, não podemos ignorá-lo, pela vox populi - a situação desperta-me maior atenção do ponto de vista da gestão da Organização que é a Câmara Municipal.
Começo por dizer que, na minha opinião, na Gestão das Organizações um dos maiores desafios que se coloca ao gestor é a formação de equipas que funcionem como tal. Trata-se de compatibilizar e mobilizar para um fim comum, gente com diferentes perspectivas, finalidades, matrizes de valores, etc. Concordo em absoluto que a diversidade é uma das maiores riquezas das organizações, mas quando se trata de compatibilizar tantos aspectos, a tarefa pode ser complexa. Quando se alcança um situação equilibrada e a equipa é estabilizada, é altura de pedir resultados e de "colher" o mais possível dessa equipa.
Assim, não posso deixar de estranhar que, ao fim de quase 4 anos na mesma equipa, venha agora a público a existência desta situação, que para mim configura uma ruptura, sem que ninguém se sinta obrigado a dar aos cidadãos uma explicação. Nem os visados, nem o Gestor da equipa de que falo - o executivo camarário - que até prova em contrário é o Sr. Presidente da Câmara.
Com a importância que o Município tem na Guarda, preocupa-me se este não estiver a ser eficazmente gerido. E não tenho dúvida de que, se a equipa de gestão não funciona enquanto tal, não pode haver boa gestão, porque, se me permitem a metáfora, os remadores não estão todos a remar para o mesmo lado.
Legitimamente, podemos questionar-nos se a equipa continua a fazer sentido. Ou até se alguma vez o fez...
É preocupante que ninguém se sinta na obrigação de dar uma palavra sobre o que se passa. Ou sou só eu que acho isto estranho?

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Bandidos, TREMEI!!!


Leio no "Nova Guarda" desta semana que na madrugada do passado Domingo, em Vilar Formoso, foi levada a cabo aquilo que eu designaria por Mega-Operação de fiscalização por um conjunto de Forças de Segurança. Foram elas o SEF, GNR, PSP, Direcção-Geral das Alfândegas, PJ, em colaboração com a Guardia Civil e o Cuerpo Nacional de Policia, estes 2 últimos espanhóis, no âmbito dos recém-criados Centros de Cooperação Policial e Aduaneira (CCPA). Segundo a notícia, da meia-noite às 5 da manhã todos os veículos que passaram a fronteira (ou quase todos, como se verá) foram fiscalizados. No total, mais de 50 agentes estiveram envolvidos, em 5 postos de controlo. A notícia dá ainda conta das estatísticas que resultaram da operação, entre detidos, identificados, notificados para abandonar o território nacional, veículos apreendidos, etc.

Mas no que a notícia é verdadeiramente espectacular é no relato de um condutor que desrespeitou a ordem de paragem dos agentes. É descrito como uma carrinha "(...) Peugeot 504, com atrelado e cães no interior, atravessou a fronteira em direcção a Portugal, a alta velocidade, em sem parar." Dá-se ainda conta que "(...) apesar de se ter iniciado uma perseguição policial, as autoridades não conseguiram deter o infractor (...)"!

Devo dizer que nada melhor que uma notícia destas pela manhã para começar o dia com uma valente gargalhada. Não pude evitar imaginar uma cena típica do Taxi de Luc Besson, com a dita Peugeot 504 (fabricada entre 1968 e 1979, ou seja no mínimo com 29 anos) a passar a alta-velocidade pelo posto de controlo (lembro-me bem das altíssimas velocidades que atingíamos numa carrinha destas que um primo meu teve, às vezes quase 120 Km/h nas descidas!) e, depois, escapar com grande facilidade à perseguição movida pelos potentes BMW e Audi que equipam algumas forças de segurança. Só talvez um ou outro UMM da GNR tenha dado algum trabalho ao piloto da Peugeot, que mesmo com um atrelado e cães, escapou "nas calmas".

Assim, podemos estar descansados e colocar a nossa segurança nas mãos deste pessoal, que de certeza que os bandidos tremem só de ouvir falar deles...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Os móveis

Parece que a Câmara convidou para um concurso limitado 5 empresas a apresentarem propostas de fornecimento de mobiliário para a Biblioteca Eduardo Lourenço. Parece que das 5, nenhuma é da Guarda. Parece que, segundo o Vice-Presidente da Autarquia, foi o Arquitecto responsável pela obra que indicou as empresas.
Se calhar, o Arquitecto indicou empresas da terra dele...
Se calhar, não há empresas na Guarda capazes de fornecer mobiliário para a Biblioteca...
Se calhar, a cerca de um mês e meio da data prevista para a abertura, este assunto há muito devia estar resolvido...
Será!?

Magalhães



A iniciativa do nosso Governo denominada e-escolinhas tem sido amplamente divulgada e aplaudida, mesmo por figuras do meio internacional, passando por Steve Ballmer, CEO da todo-poderosa Microsoft, até Hugo Chavez (embora neste último caso pareça que é só "para inglês ver", ´já que o homem é forte adepto da filtragem de conteúdos a que cada um dos cidadãos do seu País pode aceder, bem ao jeito daqueles ditadores pequeninos que ocasionalmente emergem nos países da América Latina). Pela minha parte, confesso-me também rendido às virtudes do programa, embora concorde com alguma opinião publicada de que se poderia ter ido mais longe, instalando nas máquinas apenas software produzido em Portugal (por exemplo o Caixa Mágica), em código aberto; isto potenciaria o surgimento de mais aplicações desenvolvidas em Portugal, permitiria a cada utilizador desenvolver as suas próprias aplicações e - a cereja no cimo do bolo - inteiramente grátis, ao contrário do sistema operativo da Microsoft que vem instalado nas máquinas coexistindo com o Caixa Mágica.
Mas o que me faz escrever estas linhas é a forma como se acede à dita iniciativa. Fui confrontado, na quarta-feira passada e na qualidade de Pai de um aluno do 1º Ciclo do Ensino Básico, com um pedido urgente de cópia de declaração emitida pela Segurança Social indicando o escalão de abono de família em que se enquadra o educando, por forma a poderem ser emitidos os códigos de acesso à iniciativa e-escolinhas, nos termos da informação divulgada pelo Ministério da Educação. Ora, o que o Ministério da Educação tem divulgado sobre esta iniciativa, que de resto está no respectivo sítio é que o preço do computador será variável, em função do escalão de acção social escolar de que o aluno beneficia. Sendo assim, para quê agora uma declaração relativa ao abono de família? Porque a acção social escolar é atribuída de acordo com o escalão do abono de família? Então mas o Ministério não sabe a quem atribuiu Acção Social Escolar? Não pode pedir aos serviços da Segurança Social essa informação? É que das duas vezes que já me dirigi ao serviço de atendimento da Segurança Social na Guarda, a última das quais há algumas horas, havia à minha frente, para ser atendidas, mais de 20 pessoas, de acordo com o sistema de gestão; mesmo que cada pessoa demore apenas 5 minutos (o que não se verifica na maior parte dos casos), teria de esperar mais de uma hora e meia para ser atendido. Multiplicando isto pelo número de alunos só da escola do meu filho, seriam mais de 150 horas não trabalhadas para se poderem obter as tais declarações. E o mais ridículo é que se atendermos a que apenas uma pequena percentagem dos alunos beneficia dos escalões 1 e 2 da Acção Social escolar, então a maior parte das declarações não servirão para nada! E as horas que se perderam para as obter serão mero desperdício! Veja-se o meu caso: consultando o serviço Segurança Social Directa sei que o meu filho não se enquadra nos escalões 1 ou 2; sei portanto, que a declaração para nada servirá! Com que vontade é que vou esperar uma hora e meia numa fila para obter uma declaração absolutamente inútil?! Como dizia o outro, "Fico chateado, concerteza que fico chateado..."

PS: este post não é sobre a Guarda; infelizmente, a burocracia gerada pela malta dos gabinetes que não mede bem as consequências do que exige aos cidadãos, a quem devem servir, é um mal nacional... Mas pelo menos terão de ler e responder ao email que lhes enviei dando conta deste absurdo.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

A estupidez

Foi hoje lida a sentença de Mário Machado, líder de um grupo de skinheads, acusado de professar ideologias de extrema-direita, xenofobia, anti-semitismo, de ter em seu poder armas proibidas, etc. A sentença não transitou ainda em julgado, pelo que, apesar de condenado a uma pena de prisão efectiva, o acusado saiu em liberdade, tendo agora uma prazo para acatar a sentença ou, pelo contrário, dela recorrer para instância superior.
Apesar de Mário Machado não ser uma companhia de todo recomendável, as afirmações do seu advogado à entrada para o Tribunal foram, essas sim, surpreendentes e desconcertantes. Declarou o brilhante causídico que numa época em que temos conhecido alguns picos de criminalidade violenta, acaba por ser um desperdício de recursos os tribunais ocuparem-se de casos como o de Mário Machado. Repito, isto foi o argumento de um advogado nos microfones da rádio. É espantoso como uma barbaridade destas é dita com tamanha naturalidade! Mostra como efectivamente, os limites da estupidez humana tendem para o infinito!!!
Provavelmente, dadas as manifestações de criminalidade violenta a que aludiu o sr advogado (as minúsculas são intencionais), os tribunais deveriam deixar de se ocupar com coisas menores, como professar o ódio baseado em raça ou côr de pele, talvez fugas ao fisco, pilhagem de galinhas, etc. Como se isso resolvesse o problema da criminalidade violenta!
A Ordem dos Advogados não terá por lá ninguém que impeça estes palermas de usarem o título sem o mínimo respeito por ele...?

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Augusto Gil

Há pouco, antes de se deitar, o meu filho leu-nos um excerto da "Balada da Neve", de Augusto Gil, que consta do livro escolar que vai utilizar este ano.
Há já algum tempo que não lia aquele belíssimo texto e não pude evitar uma sensação de deja vu no breve arrepio que senti. Lembro-me que a primeira vez que ouvi esse texto, lido pela minha professora primária, senti o mesmo. Trata-se de uma poesia belíssima na sua simplicidade, enternecedora, doce.
E dei por mim a pensar que só foi possível a Augusto Gil deixar-nos uma poesia tão bela porque viveu na Guarda. Só quem já presenciou a queda da neve na nossa cidade pode descrevê-la tão bem. É certo que cada vez são menos os nevões que vão caindo, mas é sempre um acontecimento mágico quando neva meia dúzia de horas seguidas.
Mais uma vez, apesar de tão belo cartão de visita, pouco ou nada se faz em relação a isso. Passa-me pela cabeça que a Covilhã, aqui ao lado, usa na divulgação turística o epíteto de "Cidade-Neve", apesar de nos 5 anos que lá morei nunca ter visto nevar!
A balada da neve, por ser uma poesia tão conhecida, devia estar inequivocamente associada à Guarda. Por mim, penso que criaria na mente dos potenciais turistas ideias associadas a calma, beleza natural, simplicidade. A minha ideia seria levar as pessoas a pensar na Guarda de cada vez que se fala na "Balada da Neve". Tal como se pensa na Mealhada quando se fala em leitão, apesar de ser possível comê-lo em qualquer sítio do País. Mas para isso, há muito trabalho de Marketing a fazer. Eu acho que valeria o investimento...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

É proibido estacionar...


Existem por cá uma série de lugares onde talvez nem toda a gente saiba que é proibido estacionar. Digo isto porque vejo nalguns desses lugares, amiúde, carro estacionados e, não raras vezes, a serem autuados pela PSP. Eu próprio sou um pouco distraído e às vezes nem reparo na sinalização, pelo que me arrisco também à multazinha...

Mas de há algum tempo para cá, tendo reflectido sobre isto, detectei 2 fenómenos que francamente me parecem estar correlacionados: o primeiro, locais nos quais o estacionamento é proibido; o segundo, o facto de muitas vezes nesses mesmo locais estarem estacionados veículos com características muito particulares, nomeadamente no que toca à côr e à instalação no tejadilho de dispositivos suplementares de sinalização.

É que a haver efectiva correlação nestes 2 fenómenos, a presença desse tipo de veículos em determinado local passa a ser um bom indicador de que nesse local é proibido estacionar; assim, mesmo que não reparemos na sinalização, temos um alerta adicional. Um exemplo de um desses locais é o da foto; mas há mais: rotundas, separadores centrais, passeios, etc. Reparem lá se não é verdade...

Sabor a pouco...

Estou constipado! Além do nariz a pingar, também perdi a capacidade de saborear... Nada sabe ao que quer que seja. E a vida assim, é infinitamente mais pobre...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Parque Industrial da Guarda

Um destes dias tive a oportunidade de passear um pouco a pé pelo Parque Industrial, enquanto fazia um compasso de espera para um encontro. E nesse olhar mais demorado e atento, dei-me conta que existem muitas razões para considerar aquele espaço como "uma desgraça", mais um aspecto negativo da cidade. As ruas têm o pavimento em mau estado e sujo, os passeios que não servem de estacionamento têm tanto mato que é difícil andar por ali, a maior parte - felizmente não todos - dos edifícios apresenta algum estado de degradação e o espaço, no seu todo, é francamente feio. Tudo razões para nos indignarmos com políticos e demais responsáveis por este estado de coisas.
Por outro lado, custa a crer como é que uma cidade como a Guarda, com a sua história e a sua (cada vez menor) importância administrativa há tantos anos não dispõe de uma área de localização empresarial. Este é de resto, na minha opinião, o maior pecado que os decisores políticos com responsabilidade na gestão do território cometeram nos últimos 25 anos, no que ao desenvolvimento da Guarda diz respeito!
Mas regressando ao Parque Industrial, penso que ainda não é chegada a hora da sua morte. Não é um caso perdido. Tem de ser visto como uma oportunidade. Por 2 motivos fundamentais: o primeiro, porque tem lá localizadas empresas de grande qualidade, com óptimas equipas, que dignificam o nome da cidade onde quer que cheguem os seus negócios - e acreditem que alguns têm chegado bem longe; o segundo são as potencialidades que apesar de tudo a localização do parque tem, nomeadamente a sua proximidade do centro da cidade e dos acessos a 2 importantes eixos viários, A23 e A25.
É urgente re-definir uma estratégia para aquele espaço, com responsabilidades de gestão partilhadas por Município e empresários. Recuso-me pura e simplesmente a acreditar que o facto de todos os lotes estarem vendidos, apesar de muitos estarem devolutos, possa ser invocado como razão do estado de coisas naquele local. Se há espaços com utilidade pública inquestionável, aquele tem de ser um deles, pelo que pode representar para a cidade. E nem o argumento de que está para breve o arranque da PLIE pode ser invocado, pois esta terá uma vocação que vai para além de área de localização empresarial.
Têm de ser feito esforços e recuperar a posse dos lotes devolutos, para poderem ser criteriosamente disponibilizados para projectos de instalação de empresas em sectores de relevante intensidade tecnológica que contemplem a criação de emprego qualificado. Que fixem jovens quadros na região. É preciso um projecto de requalificação de todo o espaço, reordenando o trânsito, definindo zonas de estacionamento, devolvendo-lhe a dignidade que um parque empresarial deve ter. Gostava de ver autarquia e empresários mobilizados para este desígnio; pelo menos pensem nisso, pode ser?

domingo, 21 de setembro de 2008

Actividade Física

Segundo as estatísticas, são cada vez mais os portugueses que realizam actividades físicas regularmente. Pela Guarda, as coisas não são diferentes: existem inúmeros grupos de amantes do BTT, que semanalmente realizam passeios, cumprindo um ritual com base na camaradagem e na actividade desportiva. O Parque Polis - justiça lhe seja feita - também veio dar um empurrão ao feñómeno, ao ter-se disponibilizado um espaço agradável, limpo e sossegado para andar, correr, patinar, ou o que mais apeteça. Segundo li, também o Pavilhão do Inatel sofreu recentemente obras de requalificação, pelo que é mais um equipamento desportivo ao serviço da cidade. Diariamente, quando me desloco de casa para o Parque Industrial, onde trabalho, vejo diversas pessoas a caminhar ao longo do camnho, umas sozinhas, outras em grupo. E a sensação que tenho é a de que os ginásios da cidade têm cada vez mais frequentadores. E isto são óptimas notícias: significa que também por cá se vai dando cada vez mais importância à saúde, à boa-forma física, que faz de todos trabalhadores mais produtivos, pessoas mais bem-dispostas e activas. E nalguns casos, por que não dizê-lo, mais bonitas.
Acredito que não se trata de moda passageira, até pela regularidade que as manifestações de actividade física assumem.
Na minha opinião, também aqui a Guarda tem uma vantagem importante sobre outras cidades que conheço: é uma cidade relativamente pequena, com grande facilidade nas deslocações, pelo que podemos aproveitar para fazer exercício entre a saída e a hora do jantar, enquanto os miúdos estão no futebol, ou na música, etc. Por mim, esta é uma das virtudes da Guarda que mais me prende por aqui; com alguma regularidade, tenho de me deslocar e permanecer noutras cidades (Coimbra, Porto, Lisboa) e o tempo que se perde em deslocações de um lado para outro faz-me muita confusão, porque são tantas horas desperdiçadas... Por aqui, posso sair às 18.00, ir buscar o meu filho ao ATL, levá-lo à música, ir ao Ginásio e às 19.45 estar em casa para jantar! Digam lá se viver assim não é um luxo...?

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Conservatório de Música de São José

Gosto do Conservatório! É uma instituição de ensino que se dedica ao ensino especializado da música, reconhecido e apoiado pelo Ministério da Educação, que dignifica a Guarda. São vários os alunos e ex-alunos que têm visto reconhecidos os seus méritos artísticos, quer em concursos, quer pelo seu ingresso em instituições de ensino superior de reconhecida exigência, quer ainda ao serem integrados em formações musicais com processos de selecção rigorosos.
É dirigido por uma equipa jovem - o que para mim é logo bom sinal (contrariando os que acham que a velhice é um posto e que para ocupar lugares de direcção devem ser convidados os senhores do costume), com visão estratégica e muita vontade de fazer as coisas acontecer, dentro das limitações que sempre existem em todas as organizações. O Conservatório é propriedade da Santa Casa da Misericórdia da Guarda, graças a quem a cidade e os seus habitantes podem usufruir de um ensino de música altamente especializado e profissional.
Não será o "Paraíso na Terra", mas a sua evolução recente - nomeadamente o número de alunos matriculados - mostra claramente que conquistou um lugar importante no panorama educativo do Concelho e que a Guarda reconhece isso mesmo. Nos últimos anos, será mesmo - do que conheço - a instituição de ensino que mais se tem virado para "fora" dos seus muros, oferecendo à cidade, ao longo de todo o ano, concertos, recitais e outros tipos de performances de que todos podemos tirar partido. Faço votos - e certamente contribuirei na medida do possível - para que esta caminhada ascendente se mantenha; todos temos a ganhar com isso. Pelos planos que conheço, acredito que é isso que acontecerá. Mas esta trajectória ascendente não prescindirá certamente do empenho de todos os que puderem dedicar algum do seu tempo - e já agora do seu esforço - a esta causa. Penso mesmo que, sendo os alunos os que mais têm a ganhar, são os Pais quem tem mais obrigação de fazer pelo futuro da instituição. É importante ter reuniões de Pais cheias de gente disposta a criticar, sugerir, debater; é importante uma comissão de Pais que participe activamente nas grandes decisões da escola e que faça a ponte entre a direcção e todos os Pais; é importante que todos assumamos como nosso desígnio que o Conservatório seja uma grande instituição da cidade, porque a isso tem direito.
Pela minha parte, estou sempre disponível para ajudar.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Auto-estima...

No sábado passado - 13 de Setembro - foi apresentado no TMG um novo produto farmaceutico: o "Auto - Estima-te". Verdadeiro ovo de colombo, promete revolucionar o modo como encaramos a vida e a nossa vivência da cidade, uma vez que como o próprio criador referiu em entrevista à Rádio-Altitude, a auto-estima é necessária perante a própria vida, mas também perante a cidade onde moramos, o País, o mundo... Eu quero experimentar!
O autor/criador, Américo Rodrigues, é um homem que nos tem habituado ao seu olhar crítico sobre o que se vai passando na Guarda, mas também no País e no mundo, com indisfarçável bom-humor, mas sempre com grande seriedade. Apesar de não conhecer pessoalmente AR, acredito que como eu é um homem que Ama a Guarda e tem feito os possíveis para que seja melhor morar na Guarda.
Vem isto a propósito de ontem ter passado no acesso à A25 pelo Bairro de São Domingos - trajecto que habitualmente não faço - e me ter deparado com as obras em avançado estado que por lá vão sendo feitas. E depois de ver aquilo, só apetece dizer mal.
Sou só eu que não percebo que um cruzamento com relativamente pouco trânsito - o do Alvendre - tenha uma rotunda e outro logo à frente - o do Bairro de São Domingos, que serve uma área residencial já significativa e dá acesso a um Supermercado de grande dimensão - tenha um cruzamento onde os automobilistas vindos do centro tenham de atravessar a faixa contrária para entrarem no Bairro? Em vez de permitir que o trânsito flua naturalmente, a opção tomada obriga à colocação de semáforos, que vão inevitavelmente criar desequilíbrios nas horas de maior movimentação (no início da manhã e no final da tarde) e nos períodos menos movimentados filas desnecessárias pois durante grande parte do dia o trânsito é pouco naquele cruzamento... Ou se calhar sou eu que estou a ver mal as coisas.
Perante tal cenário, senti verdadeiramente a falta das tais gotas de auto-estima, porque a minha baixou radicalmente! Mais um motivo para experimentar...
E sendo assim, fica a promessa: se resultar verdadeiramente, o meu próximo post será sobre uma virtude da Guarda, e não sobre um defeito. Até lá...

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Por quê....

Começo por me dar boas-vindas a mim próprio; não sei se mais alguém, algum dia, lerá estas linhas mas, se fôr o caso, seja o leitor também muito bem-vindo.
Este espaço vai servir essencialmente para registar ideias, interrogações, perplexidades, etc. de uma pessoa que gosta muito da cidade onde nasceu e onde vive: a mais alta cidade do País, a GUARDA. Este será portanto o fio condutor que vai unir os textos que fôr publicando.
Senti a necessidade deste espaço porque não conheço outro, de características exclusivamente cívicas, onde se possa falar sobre a minha cidade. E não tratarei certamente de dizer apenas mal da cidade, do que vai mal na cidade, etc. Bem pelo contrário, quero registar o que de bom tem a cidade, as pessoas, e os reparos que eventualmente fizer serão apenas para a melhorar. O leitor, se se sentir identificado com este meu propósito, comente à vontade, nem que seja o absurdo do que aqui se escreve.
E para boas-vindas e introdução é tudo. Até breve...