quinta-feira, 26 de maio de 2011

Crónica Diária - Rádio Altitude

crA da quarta-feira passada:




Com eleições legislativas à porta, temos o habitual corrupio dos políticos desdobrando-se em acções de campanha, preocupados com o contacto com o público, em conhecer os problemas do Distrito, os projectos em curso, e tudo o que demais pressentem que poderá fazer a diferença relativamente aos adversários.

Curiosamente, foi divulgado na semana passada que o gabinete de atendimento que o Governo Civil disponibiliza aos deputados em funções na Assembleia da República eleitos pelo Distrito não foi utilizado durante a última legislatura. É pois legítima a sensação de que os eleitos – ou pelo menos os que o têm sido até agora – só se preocupam em contactar as pessoas e instituições para lhes pedir o seu voto. Depois disso, pelos vistos, não sentem grande necessidade de vir continuar a contactar, conhecer projectos etc.

Por tudo isto, penso que esta é a altura ideal para prestar contas. É certo que, dos candidatos com maior probabilidade de serem eleitos, nem todos foram eleitos pela Guarda na anterior legislatura. Mas mesmo esses, têm a obrigação de prestar contas pelo trabalho dos seus antecessores. Pelos resultados alcançados – ou mesmo pela sua ausência.

Esta é a minha última crónica antes das eleições de onde sairá um novo Governo, que terá necessariamente de quebrar aquilo que vem sendo prática nos últimos 20 anos: um Governo de um só Partido. Será um Governo que terá pela frente imensas dificuldades; a primeira será logo o seu nascimento, a que se seguirão outras que derivam da situação financeira do País e dos compromissos que foi necessário assumir para salvaguardar a solvabilidade do Estado. Por isso, não quero deixar passar a oportunidade de lembrar aqui que, pessoalmente, considero que foi recentemente feito à Guarda um acto de traição que muito nos irá penalizar no futuro. Refiro-me, obviamente, à introdução de portagens nas A23 e A25. Muitos terão esquecido o tema por a introdução do pagamento ter sido adiada. Mas convém aqui lembrar que a decisão está tomada e que quer o PS quer o PSD – os 2 partidos com maior probabilidade de figurar no próximo Governo – têm a intenção de a levar avante. Com a introdução de portagens em vias construídas sobre outras que lá existiam, ficamos na prática sem alternativas para as nossas deslocações inter-regionais. E sendo a nossa localização geográfica uma das bases da aposta numa especialização regional com base na logística, ficam comprometidos os esforços e investimentos nessa especialização porque o negócio foi onerado por custos de contexto que anularam as vantagens da nossa região. Deu-se aos investidores, mais uma vez, um sinal de que os custos de contexto em Portugal variam imenso, ao sabor das agendas dos sucessivos Governos, criando uma instabilidade que é prejudicial à captação de novos investimentos. E se acham que é pouco, a suspensão da circulação de comboios na linha da Beira Baixa contribui para o agravamento da questão da mobilidade inter-regional. Afinal, que papel pode a Guarda ter na Logística nacional, se só tem acessos pagos, por estrada, e pela linha da Beira Alta, por comboio? Alguém no seu perfeito juízo considera ainda que a Guarda dispõe de bons argumentos para ganhar importância neste negócio? Não me parece…

Para mais, começa a perceber-se que, mais uma vez, não fica mais barato ao Estado cobrar portagens, por causa da forma como foram estabelecidas as compensações às concessionárias das ex-SCUT…

Por tudo isto, considero que ainda não é tarde para todo este processo ser repensado e a Guarda obter um compromisso mais satisfatório em matéria de introdução de portagens. Ainda não está perdida a oportunidade de o processo ser reavaliado e corrigir a injustiça que foi a decisão de introduzir portagens na A23 e A25. Espero ao longo desta e da próxima semana algum sinal neste sentido.

É bom que nós Guardenses, deixemos claro que, tal como Roma, a Guarda não paga a traidores!

terça-feira, 24 de maio de 2011

RE: Pedro Passos Coelho na Guarda, esta quarta-feira, dia 25


Ex.mos Srs.,

Em resposta ao vosso pedido para apoiar a mudança, lamento informá-los que não estou disponível. Trata-se de um dia de trabalho, o que por si só seria impeditivo da minha presença.
Aproveito ainda para informar que também não estarei disponível para almoços com os restantes líderes partidários, pelo mesmo motivo; assim, escusam de me enviar novo email para o endereço que vos tinha fornecido exclusivamente para receber informações relacionadas com a vossa Missão e Objectivos. Afinal, constato que apesar de serem uma Associação de Entidades respeitáveis, se comportam - no que se refere à reserva que têm sobre os dados de que dispõem sobre os utilizadores dos vossos sites - ao nível dos piores Spammers que por aí pululam. E como a confiança é um bem que dificilmente se recupera depois de perdida, aproveito para vos dizer que dificilmente voltarei a confiar em informações com origem na GuardaDigital.
Solicito ainda que removam o meu endereço das vossas listas, embora nesta altura seja já difícil saber quantas pessoas ou entidades possam ter tido acesso a ele...
Lamentavelmente,

Rui Ribeiro


Nota: cópia de mensagem de email enviada à GuardaDigital, na sequência da recepção de uma mensagem por eles enviada pedindo-me para estar presente num Almoço com apoiantes de Pedro Passos Coelho. Mais informações aqui.

Crónica Diária - Rádio Altitude

Mais uma que aqui fica:

Na semana passada ficámos a saber que na próxima época balnear, das duas praias fluviais que em anos anteriores têm sido distinguidas com a bandeira azul, só uma hasteará a respectiva bandeira. Isto porque a praia de Aldeia Viçosa não vão esta ano poder ostentar aquela distinção.
De acordo com informações prestadas pelo Presidente da Junta – a entidade que gere a praia fluvial – à imprensa, em dois parâmetros de qualidade da água as análises revelaram que a praia fluvial não cumpria o establecido. Este facto foi de certa forma desvalorizado pelo Presidente da Junta, que atribuiu o sucedido a um azar com os dias de recolha de amostras, por estes terem coincidido com alegadas descargas na Barragem do Caldeirão para turbinagem. Garantindo inclusivamente que a água tem a qualidade de sempre e que as pessoas podem ficar descansadas. E com estas palavras, desvalorizou de certa forma tudo aquilo que a Bandeira Azul representa.
Bem pode agora vir dizer que no próximo ano tudo será feito para reconquistar a distinção. Será sempre incoerente a busca por algo que se desvalorizou no passado. Obviamente, a Praia Fluvial de Aldeia Viçosa tem água de boa qualidade. De outra forma, não poderia sequer ser utilizada como estância balnear, porque à Bandeira Azul sobrepõe-se a Legislação Nacional em matéria de qualidade da água.
O que a Bandeira Azul verdadeiramente representa é uma garantia de excelência, de qualidade. Qualidade aqui entendida no duplo sentido de excelência e de conformidade. Não sou especialista em qualidade; mas sei que se há uma característica que um sistema de gestão da qualidade tem necessariamente de ter é poder assegurar que determinada ocorrência se faz sempre da mesma forma. E é isso que precisamente não foi possível demonstrar na Praia de Aldeia Viçosa. Porque, pelo que percebi, há demasiada variabilidade nos parâmetros de qualidade, que os põe fora dos limites establecidos.
Tratando-se de uma das 2 Praias Fluviais que têm recebido a Bandeira Azul, espero que a Junta, bem como as demais entidades com responsabilidade no sucedido, comecem desde já a tomar todas as providências para que no próximo ano a história não se repita. É certo que a bandeira Azul tornou aquela praia mais conhecida e que criou hábitos de visita nas pessoas; mas também é certo que existe sempre o risco da não atribuição este ano poder ser visto como factor negativo; e havendo escolha, as pessoas escolhem sempre aquilo que tem melhor qualidade perceptível. Em tempos de contenção como os que vivemos, parece-me que estas estruturas balneares ganham ainda mais importância, pela proximidade, pela oportunidade que representam. Pelo que tudo deve ser feito para que as pessoas possam usufruir de estruturas de qualidade; já que mais não seja para não se ficar com a ideia que gastámos tanto e afinal em coisas inúteis.
Não ficaria completa esta minha crónica sem que me congratulasse com a distinção que a Praia Fluvial de Valhelhas de novo ostentará durante a próxima época balnear.
Tem sido imenso o investimento naquela infra-estrutura e, pelos vistos, sem perder de vista a qualidade. Os meus Parabéns por mais esta distinção.
E agora, que o Sol nos faz já sonhar com Praia, seja em Valhelhas ou em Aldeia Viçosa, vamos aproveitar e passar umas tardes ao ar livre, em família ou com amigos, e tirar partido da Natureza belíssima de que dispomos – por enquanto sem encargos.
Boa época balnear a todos!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Estação dos Correios


Hoje foi o dia em que a estação dos Correios que funcionava no Parque da Saúde fechou! Ou melhor, não abriu. Segundo os CTT, tinha poucos clientes e portanto não compensava tê-la aberta.
Depois de ouvir na Altitude a entrevista ao Presidente do Conselho de Administração da ULS da Guarda, fiquei ainda a saber que os CTT não pagavam qualquer renda pelo espaço.
Por acaso, era a Estação de Correios que mais usava. Não tinha muita demora e fica num trajecto que diariamente faço mais de uma vez. De todas as vezes que lá fui, de manhã, à tarde, a diversas horas, não me lembro nunca de ser o único cliente! Por isso acho a história da pouca afluência (mais) uma história mal-contada.
Mas vamos lá fazer umas continhas: o espaço não tinha custos; o funcionário, ali ou noutra estação, vai continuar a trabalhar nos CTT; os custos de funcionamento daquela estação resumiam-se, muito possivelmente, a electricidade e comunicações. Ou seja, não havia de ser nada do outro mundo!
Atendendo a que pela minha experiência os tempos de espera iam no máximo a 5 minutos e que nos correios do Largo João de Deus nunca demorei menos de meia-hora a ser atendido, os utilizadores da estação dos correios do parque de saúde vão ficar a perder. E muito. Em proximidade dos serviços. E em tempo perdido!
Gostava que houvesse um recuo na decisão dos CTT.