sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Crónica Diária - Rádio Altitude

Tenho estado sem computador, razão pela qual o texto só agora aqui chega; na quarta-feira passada, o espaço de crónica diária da Rádio Altitude foi por minha conta; e foi assim:

"Chegados quase ao final do ano, é nestas alturas que aproveitamos para fazer uma avaliação das realizações do ano que agora termina e de traçarmos objectivos para o próximo. Sendo esta a minha última crónica deste ano, é este exercício que aqui pretendo fazer.
O ano de 2008 foi recheado de surpresas. Um ano que se iniciou com uma previsão idêntica à de tantos outros anos – a subida ligeira do preço dos combustíveis associada aos rigores do inverno nos países do leste da Europa - veio a revelar-se um autêntico pesadelo para cidadãos, empresas de transportes e aviação, entre outras, tendo os preços dos combustíveis atingido sucessivos máximos históricos até ao final do Verão, sem até hoje ter sido dada uma explicação convincente para este fenómeno que não seja a especulação de que vive o mercado do crude. A Saúde e a Educação, áreas onde o Governo tem vindo a implementar algumas medidas de racionalização e reforma, foram também alvo de grandes movimentações. Para acabar de nos baralhar, fomos confrontados com o rebentamento de uma enorme bolha especulativa no sector financeiro que imediatamente se transformou naquela que já foi considerada a maior crise económica desde o “crash” bolsista de 1929.
Pela Guarda, houve também algumas novidades, boas e más. Assistimos ao longo do ano à requalificação do pavimento das principais artérias da cidade, alguns já bastante degradados; por cá passaram alguns membros do Governo para reafirmar a intenção de ampliação do Hospital, um processo que se arrasta há mais de 10 anos, demasiado tempo para todos nós que necessitamos um Hospital moderno e capaz de nos servir condignamente. Ainda em relação ao Hospital, sublinharia ainda a conclusão do processo de empresarialização, que vinha sendo apresentado como capaz de resolver as carências de Recursos Humanos que se verificam. A inauguração da nova Biblioteca Municipal foi também um marco do final de um período de avultados investimentos em infra-estruturas culturais, que agora importa dinamizar e manter ao serviço da Guarda. Destacaria por fim a abertura do Centro Comercial pela dinâmica que trouxe ao centro da cidade, nomeadamente nos fins-de-semana. Pela negativa, temos de lamentar o fecho de algumas empresas na região, nomeadamente no sector têxtil, deixando em dificuldade algumas famílias; a incerteza que tem pairado sobre a permanência da Delphi na Guarda também não é de molde a deixar-nos descansados, tanto mais que se trata de um dos maiores empregadores privados do Concelho; por outro, mais um ano passa sem que a Guarda disponha de uma área para localização de indústria – ou Áreas de Localização Empresarial, como agora são denominadas. A PLIE fica mais uma vez adiada e continuamos a ver as empresas rumarem a outras paragens, que o sucesso empresarial não se compadece com tamanhos atrasos…
A incubadora de empresas, anunciada ainda em 2007, continua sem ver a luz do dia, sendo este um projecto que na minha opinião é fundamental numa cidade que pretende ser capaz de atrair quadros técnicos qualificados. Em resumo, este foi na minha opinião um ano em que se concluíram projectos importantes e outros novos foram lançados, mas um ano em que temos a lamentar a ausência do lançamento de projectos estratégicos para afirmar a Guarda como uma cidade de média dimensão, capaz de atrair pessoas e empresas.
Para terminar, deixo os meus votos para o ano que aí vem: que 2009 seja o ano em que haja instalação de empresas na PLIE e a criação de emprego qualificado na região; em que finalmente uma incubadora de empresas que vá além da infra-estrutura física, promovendo programas de empreendedorismo qualificado veja a luz do dia; que seja o ano em que, por termos eleições autárquicas, surjam novos projectos, visões e ambições para a afirmação da cidade na região; seja um marco no renovar da esperança de todos os que gostam da cidade e de cá morar de a ver evoluir de forma harmoniosa e saudável. Deixo ainda a todos os ouvintes e colaboradores da Rádio Altitude votos de umas Boas Festas.
"

O podcast está aqui.

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