A iniciativa do nosso Governo denominada e-escolinhas tem sido amplamente divulgada e aplaudida, mesmo por figuras do meio internacional, passando por Steve Ballmer, CEO da todo-poderosa Microsoft, até Hugo Chavez (embora neste último caso pareça que é só "para inglês ver", ´já que o homem é forte adepto da filtragem de conteúdos a que cada um dos cidadãos do seu País pode aceder, bem ao jeito daqueles ditadores pequeninos que ocasionalmente emergem nos países da América Latina). Pela minha parte, confesso-me também rendido às virtudes do programa, embora concorde com alguma opinião publicada de que se poderia ter ido mais longe, instalando nas máquinas apenas software produzido em Portugal (por exemplo o Caixa Mágica), em código aberto; isto potenciaria o surgimento de mais aplicações desenvolvidas em Portugal, permitiria a cada utilizador desenvolver as suas próprias aplicações e - a cereja no cimo do bolo - inteiramente grátis, ao contrário do sistema operativo da Microsoft que vem instalado nas máquinas coexistindo com o Caixa Mágica.
Mas o que me faz escrever estas linhas é a forma como se acede à dita iniciativa. Fui confrontado, na quarta-feira passada e na qualidade de Pai de um aluno do 1º Ciclo do Ensino Básico, com um pedido urgente de cópia de declaração emitida pela Segurança Social indicando o escalão de abono de família em que se enquadra o educando, por forma a poderem ser emitidos os códigos de acesso à iniciativa e-escolinhas, nos termos da informação divulgada pelo Ministério da Educação. Ora, o que o Ministério da Educação tem divulgado sobre esta iniciativa, que de resto está no respectivo sítio é que o preço do computador será variável, em função do escalão de acção social escolar de que o aluno beneficia. Sendo assim, para quê agora uma declaração relativa ao abono de família? Porque a acção social escolar é atribuída de acordo com o escalão do abono de família? Então mas o Ministério não sabe a quem atribuiu Acção Social Escolar? Não pode pedir aos serviços da Segurança Social essa informação? É que das duas vezes que já me dirigi ao serviço de atendimento da Segurança Social na Guarda, a última das quais há algumas horas, havia à minha frente, para ser atendidas, mais de 20 pessoas, de acordo com o sistema de gestão; mesmo que cada pessoa demore apenas 5 minutos (o que não se verifica na maior parte dos casos), teria de esperar mais de uma hora e meia para ser atendido. Multiplicando isto pelo número de alunos só da escola do meu filho, seriam mais de 150 horas não trabalhadas para se poderem obter as tais declarações. E o mais ridículo é que se atendermos a que apenas uma pequena percentagem dos alunos beneficia dos escalões 1 e 2 da Acção Social escolar, então a maior parte das declarações não servirão para nada! E as horas que se perderam para as obter serão mero desperdício! Veja-se o meu caso: consultando o serviço Segurança Social Directa sei que o meu filho não se enquadra nos escalões 1 ou 2; sei portanto, que a declaração para nada servirá! Com que vontade é que vou esperar uma hora e meia numa fila para obter uma declaração absolutamente inútil?! Como dizia o outro, "Fico chateado, concerteza que fico chateado..."
PS: este post não é sobre a Guarda; infelizmente, a burocracia gerada pela malta dos gabinetes que não mede bem as consequências do que exige aos cidadãos, a quem devem servir, é um mal nacional... Mas pelo menos terão de ler e responder ao email que lhes enviei dando conta deste absurdo.
Mas o que me faz escrever estas linhas é a forma como se acede à dita iniciativa. Fui confrontado, na quarta-feira passada e na qualidade de Pai de um aluno do 1º Ciclo do Ensino Básico, com um pedido urgente de cópia de declaração emitida pela Segurança Social indicando o escalão de abono de família em que se enquadra o educando, por forma a poderem ser emitidos os códigos de acesso à iniciativa e-escolinhas, nos termos da informação divulgada pelo Ministério da Educação. Ora, o que o Ministério da Educação tem divulgado sobre esta iniciativa, que de resto está no respectivo sítio é que o preço do computador será variável, em função do escalão de acção social escolar de que o aluno beneficia. Sendo assim, para quê agora uma declaração relativa ao abono de família? Porque a acção social escolar é atribuída de acordo com o escalão do abono de família? Então mas o Ministério não sabe a quem atribuiu Acção Social Escolar? Não pode pedir aos serviços da Segurança Social essa informação? É que das duas vezes que já me dirigi ao serviço de atendimento da Segurança Social na Guarda, a última das quais há algumas horas, havia à minha frente, para ser atendidas, mais de 20 pessoas, de acordo com o sistema de gestão; mesmo que cada pessoa demore apenas 5 minutos (o que não se verifica na maior parte dos casos), teria de esperar mais de uma hora e meia para ser atendido. Multiplicando isto pelo número de alunos só da escola do meu filho, seriam mais de 150 horas não trabalhadas para se poderem obter as tais declarações. E o mais ridículo é que se atendermos a que apenas uma pequena percentagem dos alunos beneficia dos escalões 1 e 2 da Acção Social escolar, então a maior parte das declarações não servirão para nada! E as horas que se perderam para as obter serão mero desperdício! Veja-se o meu caso: consultando o serviço Segurança Social Directa sei que o meu filho não se enquadra nos escalões 1 ou 2; sei portanto, que a declaração para nada servirá! Com que vontade é que vou esperar uma hora e meia numa fila para obter uma declaração absolutamente inútil?! Como dizia o outro, "Fico chateado, concerteza que fico chateado..."
PS: este post não é sobre a Guarda; infelizmente, a burocracia gerada pela malta dos gabinetes que não mede bem as consequências do que exige aos cidadãos, a quem devem servir, é um mal nacional... Mas pelo menos terão de ler e responder ao email que lhes enviei dando conta deste absurdo.
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