domingo, 9 de outubro de 2011

Medicina Moderna


Aqui há umas semanas atrás foi a peregrina ideia de criar um imposto especial sobre a junk-food. Interessante conceito, que teria certamente subjacente a definição do que cairia nessa categoria por parte de um clínico.
Na semana passada, mais 2 grandes tiradas: o Governo deve incentivar as pessoas a fumar, porque o que pagam em impostos dá para os seus tratamentos, com o bónus de haver a probabilidade de morrerem mais cedo e com isso se poupar no pagamento de pensões; e a constatação de que Portugal já está em bancarrota e não vai cumprir os seus compromissos assumidos internacionalmente.
E pergunto eu: este homem não dorme? Tantas ideias!!!
Pela minha parte dêm-lhe um comprimidozito para dormir; além de prevenir o esgotamento dele, prevenirá também o nosso.
Porque a ideia de taxar a junk-food é das coisas mais ignorantes que tenho ouvido: são os hábitos alimentares que prejudicam a saúde, não a comida em si. Exemplificando: se eu numa refeição comer 3 ovos estrelados e um bife de vitela de 600gr, isto não é uma refeição equilibrada do ponto de vista dietético. E conheço quem seja capaz de o fazer... Mas a mesma refeição com um ovo e um bife de 200gr. já pode ser equilibrada.
A ideia de incentivar o consumo do tabaco, mesmo sendo uma ironia como o mesmo referiu ser, é de tão mau-gosto que o representante dos médicos portugueses devia ser aconselhado a conter a sua veia irónica quando fala em público e, supostamente, em representação da classe.
Por fim, a sua análise macro-económica à verdadeira situação do País só tem um defeito: falta de sustentação e análise científica em dados concretos (que eu saiba, até ao momento, não os apresentou). Assim ao nível de diagnosticar um cancro em fase terminal pela aparência adoentada do paciente. Embora eu acredite que, com tão fina veia irónica, o Sr. Bastonário fosse capaz de o fazer...

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Steve Jobs



A recente morte de Steve Jobs, um dos co-fundadores da conhecidíssima marca "Apple" tem levado às mais diferentes manifestações de apreço por parte dos fans da marca. A comunicação social tem dedicado algum tempo a falar do seu incomum percurso de vida e nas redes sociais multiplicam-se as alusões ao facto. É portanto impossível passar ao lado do (triste) acontecimento.



Entre os muitos "gadgets" cuja autoria se lhe atribui, estão os Mac, Ipod, Iphone e Ipad.



Todos eles são hoje produtos de grande reconhecimento, que muitos desejam.



Pessoalmente, o produto mais revolucionário de Jobs foi o Ipod: este representou uma completa revolução na forma como passámos a relacionar-nos com a música.



Se quisermos recordar-nos, ainda não há muito tempo que para termos acesso a música dos nossos autores favoritos, tínhamos de comprar o album (LP primeiro, CD mais tarde...). Ainda que gostássemos apenas de 1 ou 2 temas, víamo-nos obrigados a comprar um album com 15 ou 16. Depois havia a questão do espaço: era preciso algum para armazenarmos a nossa música, porque tinha sempre subjacente um suporte fisico: um LP, um CD, uma cassete... Depois havia a questão da portabilidade: eu tive um walkman; mais tarde; mais tarde, um discman. Ambos do melhor que a miniaturização permitia. Mas que me fazem rir quando hoje os comparo com o leitor de mp3 que uso para correr!



O Ipod foi assim o aparelho que mudou muitos dos paradigmas da nossa relação com a música: tornou-a mais democrática, facilitando o seu acesso (hoje compramos as faixas que queremos e não temos de nos sujeitar àquilo que as produtoras nos põem no pacote que nos desejam vender); mas também facilitou a sua portabilidade: posso ouvir as minhas músicas onde quiser: quando corro, no carro, em casa, etc.



Claro que isto trouxe novos problemas, como a pirataria em torno da música. mas não confundamos as 2 coisas: uma é a facilidade no acesso à música, outra é a facilidade em cometer um crime. Se eu deixar a porta de casa aberta, não é por isso que qualquer um pode entrar e levar o que quiser. Com a música sucede o mesmo.



Mas se o Ipod é, na minha opinião, o seu invento mais bem-sucedido, os outros não lhe ficam atrás; o Iphone é hoje um standard na indústria dos terminais móveis, tendo ganho um lugar de destaque que lhe permite uma grande diferenciação face aos seus concorrentes; o Ipad é também objecto da cobiça dos fans dos gadgets, indo muito além de um mero tablet; e o Mac é também o único caso que conheço de uma plataforma de hardware (agora) compatível com PC cuja venda faz ganhar dinheiro ao respectivo fabricante. Quando os maiores e mais antigos "gigantes" da indústria dos PC (veja-se por exemplo a IBM) abandonaram o negócio do Hardware para se dedicarem ao Software, porque seria este motor de vendas das máquinas, a Apple apostou - com sucesso - em fazer precisamente o contrário: fazer com que fosse o seu Hardware o motor de venda do Software.



No fundo, o que Steve Jobs fez foi, remando contra a corrente, ganhar um lugar de destaque na Indústria dos dispositivos electrónicos pessoais. Não esquecendo as suas incursões na indústria do entertenimento (p.ex. na PIXAR, que criou e vendeu mais tarde à Disney Studios), onde também fez sentir o seu "toque de Midas"!



E tudo isto vindo de um Homem de origens humildes, que dormiu no chão do apartamento de amigos para se poder manter na Universidade - onde de resto nunca concluiu qualquer curso, apesar de ter frequentado uma série de disciplinas que o próprio referiu terem contribuído para as competências que desenvolveu.



Steve Jobs foi um Homem capaz de ver à frente do tempo em que viveu, sem perder o contacto com esse tempo. Como alguém referiu, um Leonardo da Vinci do sec. XX.

Férias

Tive mesmo de tirar umas férias do blogue, e de blogar! Cansei-me.

Não sei se porque, post após post, tudo se mantém na mesma... ou por ter esgotado, momentaneamente, a minha capacidade de olhar à volta e perceber o que me rodeia.

Mas hoje acordei com saudades!