Há algumas semanas atrás, a Rádio Altitude teve a gentileza de me convidar a contribuir para o seu espaço "Crónica Diária". É um espaço de opinião, que está no ar diariamente após o jornal das 9:00, com reposição após o jornal das 17:00. Primeira reacção: "Oh Rui, tu nunca sequer entraste num estúdio de rádio, quanto mais falar aos microfones... Não irás afastar os ouvintes aos senhores?".
Mas confesso que após este choque inicial, não fiquei indiferente à ideia da minha intervenção cívica - da qual este blogue é apenas um exemplo - poder ter maior projecção. E resolvi aceitar. Por isso fica o texto que serviu de suporte à primeira destas crónicas:
"Sabe-se quando adquirimos um equipamento novo, que além do custo da aquisição temos inevitavelmente de considerar o da manutenção, por forma a assegurar que vamos usufruir desse equipamento durante o máximo tempo possível e nas melhores condições. É assim nomeadamente com as nossas casas e carros, para citar 2 exemplos bem conhecidos. Todavia, é certo que nalguns casos a fúria de "ter" cega-nos ao ponto de nos fazer esquecer a tal manutenção...
Vem isto a propósito do que se passa actualmente no Parque Industrial. Não no novo, que será integrado numa Plataforma Logística e cujo arranque tem sido sucessivamente adiado, mas no actual. Que ainda serve e servirá nos próximos anos muitas empresas. Diz o povo que "o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita" e no caso do Parque Industrial é bem verdade. Depois de todas as atribulações por que passou durante a construção e início de actividade, ainda hoje o que se lá passa só merece um adjectivo: Vergonha!
Para os empresários, porque na Beira gostamos de receber bem e naquele Parque Industrial um empresário não tem condições de receber condignamente um convidado. E para muitos empresários vindos de fora, aquele espaço é o primeiro contacto que têm com a Guarda. Edificante...
Para a Autarquia, porque é responsável pela manutenção dos espaços públicos na cidade e aquele tem-o completamente abandonado: não limpa os passeios, não obriga os proprietários de lotes devolutos a limpar o mato e a vedar convenientemente os terrenos, o pavimento é uma autêntica manta de retalhos, o trânsito e o estacionamento são completamente desordenados, para citar os casos mais flagrantes. Chegados ao Parque Industrial, ficamos com a ideia de ter entrado num cenário terceiro-mundista.
Por último, para as autoridades policiais porque, nomeadamente no estacionamento , existe uma total ausência de regras: estaciona-se à direita, à esquerda, nos passeios, nos cruzamentos, etc., como se de "terra sem lei" se tratasse... Dizem-m
e que está em preparação uma candidatura ao QREN para requalificar o espaço. Pergunto-me se será mais um caso em que se faz a obra atendendo aos apoios disponíveis, independentemente daquilo que verdadeiramente faz falta para resolver os problemas daquele espaço… Pergunto-me se será necessário esperar por uma candidatura ao QREN para definir de que lado das ruas se pode estacionar, evitando que os camiões tenham de fazer verdadeiras gincanas no meio dos carros? Ou para elaborar um plano de circulação, com vias de sentido único, que permita uma circulação fluída ao mesmo tempo que se ordena o estacionamento? Ou mesmo para fazer cumprir os regulamentos já existentes que impedem que se utilize o passeio defronte dos lotes como prolongamento dos armazéns? Ou se use a estrada como parque de contentores?
O Parque Industrial é hoje uma ferida na paisagem da Guarda. Dá uma imagem negativa da capacidade empresarial da cidade, que nos prejudica a todos, e que não tem correspondência na capacidade da maior parte das empresas lá instaladas. Não podemos apenas olhar para o futuro Parque Industrial e esquecer que o actual existe e tem problemas graves por resolver. É urgente a sua manutenção.Com firmeza e vontade de requalificar, podem desde já ser dados os primeiros passos para devolver alguma dignidade ao Parque Industrial. Todos teremos a ganhar com isso…"
A crónica pode ainda ser ouvida aqui.
Mas confesso que após este choque inicial, não fiquei indiferente à ideia da minha intervenção cívica - da qual este blogue é apenas um exemplo - poder ter maior projecção. E resolvi aceitar. Por isso fica o texto que serviu de suporte à primeira destas crónicas:
"Sabe-se quando adquirimos um equipamento novo, que além do custo da aquisição temos inevitavelmente de considerar o da manutenção, por forma a assegurar que vamos usufruir desse equipamento durante o máximo tempo possível e nas melhores condições. É assim nomeadamente com as nossas casas e carros, para citar 2 exemplos bem conhecidos. Todavia, é certo que nalguns casos a fúria de "ter" cega-nos ao ponto de nos fazer esquecer a tal manutenção...
Vem isto a propósito do que se passa actualmente no Parque Industrial. Não no novo, que será integrado numa Plataforma Logística e cujo arranque tem sido sucessivamente adiado, mas no actual. Que ainda serve e servirá nos próximos anos muitas empresas. Diz o povo que "o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita" e no caso do Parque Industrial é bem verdade. Depois de todas as atribulações por que passou durante a construção e início de actividade, ainda hoje o que se lá passa só merece um adjectivo: Vergonha!
Para os empresários, porque na Beira gostamos de receber bem e naquele Parque Industrial um empresário não tem condições de receber condignamente um convidado. E para muitos empresários vindos de fora, aquele espaço é o primeiro contacto que têm com a Guarda. Edificante...
Para a Autarquia, porque é responsável pela manutenção dos espaços públicos na cidade e aquele tem-o completamente abandonado: não limpa os passeios, não obriga os proprietários de lotes devolutos a limpar o mato e a vedar convenientemente os terrenos, o pavimento é uma autêntica manta de retalhos, o trânsito e o estacionamento são completamente desordenados, para citar os casos mais flagrantes. Chegados ao Parque Industrial, ficamos com a ideia de ter entrado num cenário terceiro-mundista.
Por último, para as autoridades policiais porque, nomeadamente no estacionamento , existe uma total ausência de regras: estaciona-se à direita, à esquerda, nos passeios, nos cruzamentos, etc., como se de "terra sem lei" se tratasse... Dizem-m
e que está em preparação uma candidatura ao QREN para requalificar o espaço. Pergunto-me se será mais um caso em que se faz a obra atendendo aos apoios disponíveis, independentemente daquilo que verdadeiramente faz falta para resolver os problemas daquele espaço… Pergunto-me se será necessário esperar por uma candidatura ao QREN para definir de que lado das ruas se pode estacionar, evitando que os camiões tenham de fazer verdadeiras gincanas no meio dos carros? Ou para elaborar um plano de circulação, com vias de sentido único, que permita uma circulação fluída ao mesmo tempo que se ordena o estacionamento? Ou mesmo para fazer cumprir os regulamentos já existentes que impedem que se utilize o passeio defronte dos lotes como prolongamento dos armazéns? Ou se use a estrada como parque de contentores?
O Parque Industrial é hoje uma ferida na paisagem da Guarda. Dá uma imagem negativa da capacidade empresarial da cidade, que nos prejudica a todos, e que não tem correspondência na capacidade da maior parte das empresas lá instaladas. Não podemos apenas olhar para o futuro Parque Industrial e esquecer que o actual existe e tem problemas graves por resolver. É urgente a sua manutenção.Com firmeza e vontade de requalificar, podem desde já ser dados os primeiros passos para devolver alguma dignidade ao Parque Industrial. Todos teremos a ganhar com isso…"
A crónica pode ainda ser ouvida aqui.
Sem comentários:
Enviar um comentário