sexta-feira, 31 de outubro de 2008

É a arte, estúpido!

Eu devo ser mesmo muito insensível nestas coisas das artes performativas! Saí para ver o prometido desfile de noite das bruxas que, como fiquei hoje a saber, é uma tradição destas terras (descobri que afinal tenho uns belos amigos: têm andado todos estes anos a festejar o Haloween e nunca ninguém me disse nada!!!). Mas aquilo que vi soou-me, apenas e só, a mais do mesmo. Os mesmos fatos esquisitos, o mesmo triciclo com um monstro (hoje, oportunamente era uma bruxa), a mesma música, as mesmas luzinhas, e manifestações dos artistas para envolver quem assiste. Foi giro da primeira vez. A segunda também não foi mal. E mesmo aquela em que depois o Rei falou ao povo na Praça Velha teve um impacto visual forte. Mas hoje cansei-me: chega. A única diferença que vi foi a queima do esqueleto de um carro, talvez uma tentativa de exorcismo de alguns medos, talvez apenas o espectáculo da destruição (ou, como se diz no meio, da desconstrução...). O meu filho perguntou porque destruiram o carro. Só fui capaz de lhe responder que porque é mais fácil destruí-lo que repará-lo. Já não há pachorra! Justiça seja feita, a organização teve pelo menos a virtude de ter trazido à rua muita gente. Mas de uma coisa fiquei certo: não serão muitas mais as vezes; ouvi muitos comentários do tipo "isto agora também é sempre a mesma coisa!". O formato é giro, tem resultado, mas é altura de mudar um pouco o figurino senão qualquer dia só aparecem "os do costume" para a inauguração.
PS: apesar do impacto da coisa, não fiquei seguro que um carro em chamas no meio de tanta gente e uma retroescavadora em manobras sejam seguros... já para não falar na nuvem de fumo e do cheiro que ficou no local.

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