Hoje ouvi na Rádio Altitude um comentário a um estudo de uma professora da Faculdade de Economia da Universidade do Porto sobre empreendedores no ensino superior. Se bem percebi, tratou-se de estudar a predisposição dos alunos de diversas Instituições de Ensino Superior para, acabados os estudos, virem a criar o seu próprio negócio; estudou-se ainda a proporção de estudantes que criaram já, ainda na fase de estudos, um negócio.
As conclusões do Estudo revelam que, em média, 35% dos alunos do Ensino Superior desejam vir a criar o seu próprio negócio. Mas revela mais: centrando-nos nas 2 Instituições de Ensino Superior mais relevantes nesta região, percebemos que os estudantes do IPG estão claramente acima da média nacional nesta predisposição, por contraponto com a UBI, cujos alunos andam bem abaixo da média.
Isto são muito boas notícias para a Guarda: numa cidade que por vezes vemos asfixiada em termos de oportunidades de emprego, poder contar com empreendedores, que além de o serem são jovens qualificados indicia um bom futuro. Podem achar que estou a ser optimista, mas francamente não sou daqueles que acham que na Guarda está tudo perdido porque não há Indústria e o comércio e os serviços não criam riqueza. Não tenho qualquer evidência que suporte este preconceito, ainda mais nos tempos actuais, com a crescente desmaterialização de bens e serviços a que assistimos por obra e graça das tecnologias da informação e comunicação. Mais uma vez temos a prova que, mesmo não contando com apoios externos que há muito deveriam existir - onde está a há muito prometida Incubadora de Empresas? - há na Guarda gente com capacidade de inovar, de ousar fazer diferente, e isto é muito bom!
Há que reconhecer o mérito destes Jovens e darmos-lhe as condições possíveis para eles "voarem" por aqui perto. Muitas vezes, não esqueçamos, para ajudar basta não empatarmos...
Também devo dizer que sempre achei que, de há 3 ou 4 anos a esta parte, de repente passou a dar-se muita importância aos empreendedores, na óptica de criadores de um negócio, em detrimento dos outros (bons) profissionais de que o País beneficia. O tempo veio a encarregar-se de corrigir esta tendência, sendo já vulgar ouvirmos falar de "empreendedorismo por conta de outrém", ou seja, profissionais que trabalhando por conta de outrém, todos os dias se esforçam por fazer melhor, por desenvolver a organização onde trabalham, por ganhar o direito ao espaço que lá ocupam. É a prova que a excelência surge quando se alia capacidade técnica à imaginação.
O futuro da Guarda está certamente nas mãos de empreendedores, qualquer que seja a forma que assumem; não está certamente nas mãos daqueles que se limitam a verberar pelo cafés, desancando em tudo quando se faz...
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