terça-feira, 23 de setembro de 2008

Parque Industrial da Guarda

Um destes dias tive a oportunidade de passear um pouco a pé pelo Parque Industrial, enquanto fazia um compasso de espera para um encontro. E nesse olhar mais demorado e atento, dei-me conta que existem muitas razões para considerar aquele espaço como "uma desgraça", mais um aspecto negativo da cidade. As ruas têm o pavimento em mau estado e sujo, os passeios que não servem de estacionamento têm tanto mato que é difícil andar por ali, a maior parte - felizmente não todos - dos edifícios apresenta algum estado de degradação e o espaço, no seu todo, é francamente feio. Tudo razões para nos indignarmos com políticos e demais responsáveis por este estado de coisas.
Por outro lado, custa a crer como é que uma cidade como a Guarda, com a sua história e a sua (cada vez menor) importância administrativa há tantos anos não dispõe de uma área de localização empresarial. Este é de resto, na minha opinião, o maior pecado que os decisores políticos com responsabilidade na gestão do território cometeram nos últimos 25 anos, no que ao desenvolvimento da Guarda diz respeito!
Mas regressando ao Parque Industrial, penso que ainda não é chegada a hora da sua morte. Não é um caso perdido. Tem de ser visto como uma oportunidade. Por 2 motivos fundamentais: o primeiro, porque tem lá localizadas empresas de grande qualidade, com óptimas equipas, que dignificam o nome da cidade onde quer que cheguem os seus negócios - e acreditem que alguns têm chegado bem longe; o segundo são as potencialidades que apesar de tudo a localização do parque tem, nomeadamente a sua proximidade do centro da cidade e dos acessos a 2 importantes eixos viários, A23 e A25.
É urgente re-definir uma estratégia para aquele espaço, com responsabilidades de gestão partilhadas por Município e empresários. Recuso-me pura e simplesmente a acreditar que o facto de todos os lotes estarem vendidos, apesar de muitos estarem devolutos, possa ser invocado como razão do estado de coisas naquele local. Se há espaços com utilidade pública inquestionável, aquele tem de ser um deles, pelo que pode representar para a cidade. E nem o argumento de que está para breve o arranque da PLIE pode ser invocado, pois esta terá uma vocação que vai para além de área de localização empresarial.
Têm de ser feito esforços e recuperar a posse dos lotes devolutos, para poderem ser criteriosamente disponibilizados para projectos de instalação de empresas em sectores de relevante intensidade tecnológica que contemplem a criação de emprego qualificado. Que fixem jovens quadros na região. É preciso um projecto de requalificação de todo o espaço, reordenando o trânsito, definindo zonas de estacionamento, devolvendo-lhe a dignidade que um parque empresarial deve ter. Gostava de ver autarquia e empresários mobilizados para este desígnio; pelo menos pensem nisso, pode ser?

1 comentário:

Anónimo disse...

aff que coisa inutil