sábado, 28 de janeiro de 2012

Crónica Diária - Rádio Altitude

Continuando a reposição: crónica de 28 de Dezembro de 2011:

"Enquanto esperamos que as brasas do Madeiro de Natal arrefeçam, aproveitamos os últimos dias de 2011 para passar em revista o que de mais relevante aconteceu ao longo do ano, numa espécie de Balanço de Fim de Ciclo que arrume no sótão o que ao ano velho diz respeito e nos liberte para iniciarmos o novo ano com a esperança de que seja melhor que o anterior. Este foi ano que se iniciou com más notícias; a que se seguiram outras piores; depois, mais do mesmo para terminar com as péssimas. Ou seja um ano para esquecer, mas que poucos jamais esquecerão. Durante o primeiro trimestre, a dúvida sobre se iríamos ou não ter de recorrer à ajuda externa; no segundo trimestre, que Governo escolher para a República; no terceiro, o que passaria a ser diferente com o Governo escolhido; e no quarto, quão mau seria o ano de 2012. Chegados agora ao fim do ano, conhecendo as respostas a todas estas dúvidas, confesso que o desânimo é grande! Tivemos de nos sujeitar a pedir ajuda internacional, sujeitar-nos a eleições quando tínhamos um Governo com menos de um ano em funções, o novo Governo não mostrou qualquer rasgo de pensamento estratégico coerente que nos leve a acreditar que as coisas serão radicalmente diferentes daqui para a frente e, por último, percebemos todos que, com o Orçamento de Estado para 2012, o próximo será um ano cheio de dificuldades, muito mais do que as do ano que agora termina. Haveria forma de contornar as dificuldades sem austeridade? Não creio! Mas o sentimento que fica é que as dificuldades são distribuídas de forma desigual por todos os portugueses e que vão ficar de fora do grupo dos sacrificados as vacas sagradas do regime, ou seja, aqueles que dispõem de meios financeiros avultados, ainda que não realizem qualquer investimento, limitando-se ao jogo especulativo que foi uma das origens da crise financeira que atravessamos. Na Guarda, o ano foi também globalmente mau. É certo que, no meio das dificuldades, foi havendo uma ou outra boa notícia. Não podemos deixar de destacar a abertura de mais um centro escolar no início do ano lectivo, a juntar aos já existentes, bem como uma escola secundária requalificada, e que faz da Guarda uma cidade onde o parque escolar tem qualidade e responde, globalmente, às necessidades da população. Das escolas que conheço, todas estão bem apetrechadas e oferecem aos alunos boas condições, do ponto de vista dos equipamentos, para a aprendizagem. Também a construção do novo edifício do Hospital decorreu a bom ritmo durante praticamente todo o ano, embora não tenha sido concluído na data inicialmente prevista. Sabe-se que existem dificuldades de tesouraria para a sua conclusão, mas quero acreditar que brevemente a obra será concluída, e que o Hospital não passará também para o lado das más notícias. Onde já temos as dificuldades de tesouraria da Câmara, que as contagiou a algumas Juntas de Freguesia que vivem atualmente graves carências, a recente introdução de portagens nas A23 e A25 ou mesmo as notícias que fomos conhecendo sobre o fecho de várias empresas. Não posso deixar de destacar um tema a que recorrentemente venho aludindo: mais um ano termina, sem que o Parque Industrial tenha sofrido qualquer vestígio de manutenção: pavimento, passeios, sinalização, regulamento de uso dos espaços públicos, tudo continua na mesma. Mesmo intervenções com custo marginal, a Câmara optou por não as realizar. Não por estratégia, mas por falta dela, pelo menos na minha opinião. Contribuindo para uma degradação da imagem da cidade, cuja marca é precisamente a ausência de qualquer ideia sobre que imagem dar de nós. E tratando como um bando de maus munícipes aqueles que questionam, se importam e têm espírito crítico, ao invés de comerem e calarem. Ainda assim, está nas mãos de todos fazer com que os maus tempos que se avizinhem venham a valer a pena, a médio prazo. É com esta esperança que me despeço deste ano, e dos ouvintes do Altitude, desejando a todos um ano novo com Paz, esperança e amizade – valores que por enquanto ainda estão ao nosso alcance."

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