quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Crónica Diária - Rádio Altitude

A minha primeira Crónica Diária de 2009 foi assim:

"Aproveito esta minha primeira crónica de 2009 para apresentar a minha lista de desejos para a Guarda. Alguns são pequenos equipamentos que tornarão certamente a nossa vivência na cidade mais agradável, dando-lhe até um toque de urbanidade, outros serão estruturantes para toda a envolvente; uns serão novos, outros desejos já muitas vezes repetidos, mesmo aqui nos microfones da Rádio Altitude. Mas começar uma etapa – de um projecto, da vida – sem objectivos bem definidos, faz com que possamos perder o rumo ou mesmo com que não saibamos quando realmente chegámos ao fim dessa etapa – daí a importância de fixarmos objectivos ou, no caso vertente, de formularmos desejos. Neste caso, num exercício meramente individual.
Começo por um bem simples: uma rampa para skates ou patins. È um equipamento relativamente barato e que inegavelmente faz falta aos jovens da Guarda. Seria uma forma interessante de criar nas zonas verdes do centro da cidade algo que atraísse os jovens, já que os nossos jardins manifestamente não têm capacidade para atrair quem quer que seja. Ou alguém consegue descortinar um bom motivo para passar uma hora ou duas no Jardim José de Lemos, por exemplo? Por outro lado, também todos concordarão que o passeio e acesso principal à Câmara Municipal não é o local mais digno para os nossos jovens darem largas às suas habilidades no skate… Seria pois uma forma de promover estilos de vida saudáveis, tirando os nossos jovens de frente das televisões, dando-lhes um bom pretexto para passar mais tempo ao ar livre.
Em segundo lugar, uma estrutura de que eu tenho falado muito, mas da qual tenho ouvido falar muito pouco ou nada: uma incubadora de empresas. Apresentada ainda em 2007, está até hoje por concretizar. É um equipamento de apoio à criação e fixação de empresas na Guarda que não podemos de todo dispensar por mais tempo. É necessário estimular projectos empresariais nos técnicos que todos os anos concluem a sua formação no IPG e nas escolas profissionais; é necessário dar-lhes uma estrutura de apoio, altamente profissionalizada, que faça com que seja mais fácil ficar na Guarda do que regressarem aos seus locais de origem – precisamente o contrário do que hoje se verifica. Uma incubadora é tanto mais importante quanto se confirmou, há cerca de 2 meses, através de um estudo realizado por uma docente da Universidade do Porto, que os alunos que frequentam o IPG são dos que reúnem mais características de “empreendedores” de todos quantos estudam em estabelecimentos de ensino no interior do País. A Guarda não se pode dar ao luxo de continuar a ignorar este enorme potencial e de ter um IPG a formar técnicos para engrandecer outras regiões, sendo nós meros espectadores do sucesso dos outros.
O terceiro é uma requalificação do actual Parque Industrial. Arranjo de arruamentos e passeios, ordenamento do trânsito tendo em atenção que a largura das ruas não permite que se estacione e se circule nos 2 sentidos e limpeza e vedação dos lotes devolutos são medidas urgentes para devolver àquela zona da cidade um ar minimamente urbano; ainda mais agora, que uma nova superfície comercial se prepara para abrir e a zona vais ser muito mais frequentada, é necessário dar atenção a uma zona da cidade que vai ser a porta de entrada para gente de fora da Guarda.
Em quarto lugar, desejo um verdadeiro compromisso com a requalificação do centro histórico. Que vá além de promessas vagas e se comprometa com datas. Não posso deixar de lamentar que não se tenha voltado a ouvir falar dos audio-guias; que a prometida sinalética comum para monumentos e establecimentos não exista senão no campo da fantasia; que a requalificação do centro histórico não tenha sido, nos últimos dez anos, mais do que repetidos ciclos de tira-e-põe de contentores de lixo, a renovação das infra-estruturas básicas de saneamento e electricidade, a pavimentação de 2 ou 3 ruas e a recuperação de algumas casas. Não que estes não tenham sido investimentos importantes, mas quando se fala em requalificação, espera-se algo mais. E não se espera certamente que se privatize uma parte da muralha…
Por último, desejo que 2009 seja o ano em que os empresários da Guarda vejam também satisfeitas as suas necessidades de crescimento. Falo da PLIE e da ideia que fica quando dela se fala, de que se trata de uma estrutura apenas para captar investidores no exterior. É necessário também olharmos pelos empresários da Guarda, alguns há muitos anos à espera de uma oportunidade de investimento na Região. Desejo pois, que além das 3 empresas recentemente anunciadas para se irem localizar na PLIE, se lá venham a localizar durante 2009 empresas da Guarda que, mercê do seu crescimento, necessitam hoje uma infra-estrutura industrial que contemple as diversas actividades de suporte que as modernas áreas de localização empresarial colocam ao dispor das empresas. Desejo no fundo que fique claramente demonstrado que os motivos para as críticas dos empresários da Guarda relativamente à ausência de condições para o desenvolvimento dos seus negócios possam ser finalmente eliminados e estes cumpram agora o seu papel de criadores de riqueza e emprego na região.
A Guarda precisa de muito mais do que estes equipamentos que enumerei – disso não tenho também grandes dúvidas. Mas este será certamente um bom começo…
"

Pode ser ouvida aqui.

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