O tempo tem sido pouco e as actualizações ainda menos. Mas ainda assim vale a pena deixar aqui as (poucas) informações que foi possível recolher, a propósito do meu anterior Post, sobre as razões da suspensão das aulas.
Em relação ao Agrupamento Escolar da Área Urbana da Guarda - aquele com quem tenho uma relação próxima - a principal razão invocada pelo respectivo Presidente do Conselho Executivo para a suspensão das actividades lectivas foi a segurança das crianças. Porque as instalações escolares estavam cheias de neve, escorregadias, o que propiciava acidentes. E porque não havia, logo no início da manhã, funcionários e professores suficientes para assegurar a vigilância dos alunos. Concordo inteiramente com o facto de a segurança dos alunos estar no topo das prioridades dos responsáveis das escolas. Mas os argumentos são, na minha opinião, algo tíbios. A segurança dos nossos filhos passa menos por tê-los numa "redoma", protegidos de todas as agressões exteriores, e mais por lhes dar a capacidade de avaliarem riscos, e tomarem decisões conscientes. Eu faço questão que o meu filho brinque na neve. Claro que deve fazê-lo afastado de escadarias. Se calhar vai cair algumas vezes; mas isso faz parte do necessário processo de aprendizagem. Por outro lado, também não compreendo como não havia pessoal suficiente nas escolas mas no ATL que o meu filho frequenta, às 9:10 estavam todas as funcionárias. Acho francamente que há aqui um efeito da "tradição" bastante traiçoeiro: como é costume suspender as actividades quando neva, as pessoas nem se dão a grandes trabalhos para comparecer nos seus locais de trabalho; e depois as actividades são suspensas porque não há funcionários suficientes...
Mas houve, na ocasião que originou estes meus Posts, grandes responsabilidades da Autarquia: se, como referiu a Protecção Civil, as estradas estavam circuláveis, porque não houve transportes escolares? Porque ficaram os autocarros da Câmara no Centro Coordenador de Transportes, sem terem cumprido a sua função? Porque não assegurou a Câmara o transporte das refeições que diariamente faz chegar aos diversos establecimentos? Como era suposto as crianças comerem nesse dia? Tudo isto acaba por me chocar mais do que algum "laxismo" que possa ter existido por parte de alguns - não todos, nem provavelmente a maior parte - dos professores e funcionários das escolas. É urgente que o planeamento das prioridades de actuação das autoridades de protecção civil, nomeadamente a municipal, passe a abordar estas questões.
Aproveito para dar eco a uma boa ideia, pedindo desculpas ao autor por não colocar aqui o seu nome, que não retive: no Terras da Beira da semana passada, numa crónica foi sugerido um "Dia da Neve". Com tantas celebrações que há ao longo do ano, algumas só para "encher chouriços", a ideia seria dedicar um dia aos aspectos da neve: o melhor calçado e vestuário. A melhor forma de circular de carro. Como montar umas correntes. Enfim, a ideia seria pôr toda a gente a colaborar para minorar alguns dos aspectos negativos de um nevão. Francamente, gostei da ideia.
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