segunda-feira, 28 de junho de 2010

Ai se fosse eu...


Falar dos outros, dos seus defeitos, é sempre mais fácil do que quando se trata de nós.

Por outro lado, também é do senso comum que somos geralmente mais exigentes com os outros do que conosco próprios... Cabe-nos pois, ao longo da vida, contrariar esta tendência, conhecermo-nos melhor e... evoluir.

Mas mesmo sabendo isto tudo, não resisto a declarar: se eu exercesse funções públicas e e alguém viesse, através dos media, acusar-me de trafulhices, enganos, roubos, o que quer que fosse de reprovável ou imoral, em consciência, apenas teria 2 hipóteses: ou o processava e o obrigava a provar as acusações, ou apresentaria demissão.

O mais provável seria optar pela primeira; a não ser que as acusações tivessem fundamento...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Crónica Diária - Rádio Altitude


Hoje, a crónica foi:


"Duas entrevistas, relativamente distantes no tempo, deixaram-me a pensar na forma como os cidadão das cidades pequenas ou médias, como a nossa, vêm a sua forma de viver na cidade, ou, se quisermos, a vida que a sua cidade lhes permite.
Um dos entrevistados dizia, na semana passada, que gosta de trabalhar na sua cidade, longe de Lisboa. Que pode recolher matéria-prima em qualquer ponto do país ou mesmo do mundo e depois trabalhá-la calmamente na sua cidade, onde demora 5 minutos de casa ao emprego e onde pode usufruir, do seu escritório, de uma vista magnífica sobre a Serra da Estrela. Para no fim ficar com um produto capaz de ombrear com os tais que são feitos na capital da república.
O outro referia algo muito semelhante, pois que trabalhando essencialmente com bens e serviços imateriais, fá-lo a partir da Guarda com muito menos custos do que faria a partir de uma grande cidade, podendo tirar partido de uma equipa que escapa ao desgaste do dia-a-dia nas grandes cidades.
Esta é pois uma dinâmica de que na Guarda podemos e devemos tirar partido.
Sabemos que as cidades mais pequenas são terreno menos fértil para oportunidades de emprego; para além disso, muito do que leva as pessoas para as cidades de maior dimensão é, na minha opinião, preconceito. Porque sermos pequenos não implica necessariamente que tenhamos horizontes pequenos.
Uma cidade como a nossa, com todos os problemas que tem para resolver, tem nesta forma de ser encarada um potencial interesante, que acho que vale a pena explorar. Até porque, de acordo com a minha experiência, uma parte significativa das empresas que ultimamente se cá têm fixado, têm-no feito por interferência de alguém com ligação à cidade, familiar, sentimental, ou outra. A provar que existe uma imensa diáspora por explorar, talentos por atrair…
Mas a Guarda tem crescido de forma desordenada e, nalguns casos, desenfreada, no sentido da ausência completa de planeamento de médio/longo prazo, que hoje tantos custos traz; veja-se, a título de exemplo, o absurdo que é fazer passar todos os autocarros expresso com origem ou destino na cidade pelo meio do Bairro da Senhora dos Remédios, cuja característica principal não é certmanente a largura das suas vias, nem a facilidade de circulação, devido aos elevados declives das suas diversas artérias…
Por isso, numa época em que a construção abrandou e se estableceu um certo equilíbrio entreo que existe e o que é necessário – em termos de equipamentos habitacionais – é tempo de parar para pensar. Pensar no que queremos para a Guarda. Não para hoje; nem para amanhã. Para daqui a 10 anos, ou até mais. Planear a renovação do Centro Histórico, que é hoje uma ferida no tecido urbano. A ausência dos meios financeiros necessários não impede que se faça um trabalho de planeamento, envolvendo empresários, Politécnico, Universidade e sociedade civil. Num compromisso transversal a todos os partidos, que permita que mudanças políticas não façam tábua-rasa do trabalho anterior e tudo volte ao início. Quem diz do Centro Histórico, diz do Parque Industrial, de que já aqui falei. Ou dos bairros periféricos.
O paradigma de crescimento já deixou de ser “construir”; agora, penso que chegou a hora de “renovar, rejuvenescer”, porquie prevejo que esse será o maior desafio dos próximos anos no que ao urbanismo respeita. E esse não se ultrapassa apenas com PDMs.
A Guarda tem todas as potencialidades para ser uma cidade atractiva, pelo conforto e qualidade que oferece aos seus habitantes. O mito do interior “atrasado” está hoje afastado, e há muitas realizações para o provar, muitas histórias de sucesso para o derrubar. Eu, que tenciono por cá continuar, vou continuar a promovê-la, no dia-a-dia, com o meu trabalho, nos contactos com os meus colegas de trabalho colocados noutros pontos do país, junto de amigos e familiares. Espero, daqui a 10 anos, ter muitos mais motivos para o fazer…"

terça-feira, 15 de junho de 2010

Um Piano para o Conservatório - actualização




Como referi quando aqui mencionei o assunto, cá vai uma actualização: passado cerca de um mês do lançamento da subscrição para a aquisição de uma peça do puzzle, em nome dos alunos, que dará ao Conservatório os meios para adquirir um piano de cauda - que tanta falta lhe faz - ainda só há 18 subscrições, das 50 necessárias.


A todos os que já contribuiram, agradeço a disponibilidade manifestada.


Aos que ainda não contribuíram, relanço o apelo: a contribuição mínima é de 5 Euros, uma quantia que muitos de nós podemos dispender, e que servirá para comparticipar a compra de uma peça do Puzzle que representa a aquisição integral do Piano. O custo de cada peça é de 250 Euros, pelo que necessitamos de 50 contribuições.


Se ainda não contribuiu, mas pensa faz-lo, pode dirigir-se à portaria do Conservatório, onde a funcionária (D. Isabel) dispõe do registo de doadores; se não tem hipótese de se lá dirigir, contacte-me p.f. através do Blog, para se tentar encontrar uma forma de efectivar a sua contribuição.


Importante é também que divulguem esta mensagem pelos vossos contactos, afim de captar mais interessados em contribuir.


Esta é uma luta que se trava há anos. O Conservatório, sozinho, não tem meios para adquirir o instrumento. Por isso se lançou esta iniciativa. Porque é um problema que entre todos se pode resolver mais facilmente.


Apelo pois, à vossa boa-vontade. Bem hajam.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Crónica Diária - Rádio Altitude


Ontem, dia 2 de Junho, a crónica foi:

"Na semana em que o Sol voltou para iluminar os dias sombrios que vivemos durante o longo Inverno, preparamo-nos para o aperto de cinto que nos vai ser imposto já a partir do final do mês.
E como sempre, a máquina fiscal, com a voracidade a que já nos habituou, prepara-se para começar a colheita antes dos frutos estarem maduros, que é o mesmo que dizer que se prepara para aplicar a lei a um período anterior ao da sua publicação. Como de costume, a lei que todos pensávamos tornar esta numa operação ilegal, para nos proteger enquanto cidadãos da gula de uma máquina que tantos recursos consome e que está sempre ávida por mais, presta-se a diversas interpretações, pelo que vamos ficar a conhecer mais uma excepção, dessas que o nosso edifício legislativo é tão fértil…
Os cidadãos, cada vez mais, olham com desconfiança para a administração fiscal, tão lesta na aplicação de coimas como ligeira na interpretação das normas, optando quase sempre pela que lhe é mais favorável, com o argumento – tão verdadeiro como falacioso – de agir em nome do superior interesse do país. Mas o País, diria eu, são também todos os cidadãos, como eu e os ouvintes que se dão ao trabalho de me ouvir, e que por muito que se esforcem por cumprir, estão sempre em infracção perante o fisco, por um ou outro motivo. E que começam a estar cansados de serem tratados como foras-da-lei de cada vez que tentam cumprir as suas obrigações fiscais.
Com este tipo de máquina fiscal, às vezes penso se não seria preferível abdicar da função de redistribuição de rendimentos que a política fiscal deve ter e embarcar na aventura das chamadas “flat rates”, cuja principal vantagem é a simplicidade de aplicação e a consequente previsibilidade dos efeitos dessa aplicação. Com elas, o cidadão sabe com o que conta. Sabemos que quanto maior é a complexidade dos sistemas, quanto mais variáveis introduzirmos, mais difícil é a gestão do sistema e mais expostas ficam as suas inevitáveis falhas. Do lado dos seus detractores, encontramos naturalmente aqueles que privilegiam o corporativismo e o imobilismo, aqueles a quem a mudança assusta. Concordando embora que a mudança por si só não é necessariamente benéfica, ela é desejável na medida em que promova o progresso das sociedades e estimule os cidadãos a fazer parte dessa mudança. Portanto, a evolução do nosso sistema fiscal é uma questão que deve merecer a atenção de todos e que deve ser abordada e discutida publicamente sem falsos alarmismos, sem tabus.
Termino com um tema que nada tem a ver com o anterior, mas que pela sua actualidade e importância para os cidadãos da Guarda merece também a minha atenção. O Lago do Parque Urbano do Rio Diz – ou Parque Polis, como também é conhecido – sofreu recentemente uma intervenção, julgo que com o objectivo de limpar o seu fundo dos sedimentos que se acumularam durante o Inverno. Só que essa intervenção dura já há mais de um mês. E apesar de não estar concluído, a obra está – aparentemente – parada. Não posso pois deixar de lamentar que a planificação dos trabalhos não tenha tido em conta que nesta fase, em que finalmente o calor prometendo o Verão nos faz procurar o exterior – e aquele parque é, nesse aspecto, um equipamento magnífico, para miúdos e graúdos – a obra não esteja já concluída e reposto aquele que é actualmente o mais significativo espelho de água na área urbana da Guarda. Não sei quem é a entidade responsável pela intervenção, mas fica o apelo: podem devolver-nos o espelho de água, por favor?"

Choque Tecnológico

Na Guarda...

Crónica Diária - Rádio Altitude


Em 19 de Maio, a crónica foi:

"Depois de uma semana meio anestesiados com as comemorações da conquista do título de campeão nacional pelo Benfica, da visita do Papa a Portugal e de toda a especulação em torno do PEC 2.0 – edição revista e aumentada – eis que ansiamos pelo regresso à normalidade. E esta, apesar do que nos dizem, é cada vez menos normal – no sentido em que a incerteza sobre os próximos tempos cresce, crescendo com ela o nosso desconforto. Basta pensarmos que há menos de 10 anos era possível achar-se que há vida para além do défice; hoje, tal é quase impensável, quanto mais confessável.
A Primavera, que agora dá os primeiros sinais de ter realmente começado, aparece-nos ensombrada pelas notícias com que diariamente somos confrontados, sobre a nossa pequenez e vulnerabilidade face aos grandes interesses económicos globais, que escolhem naturalmente o elo mais fraco nos seus ataques especulativos. Sobre a nossa insignificância, quando confrontados com o mau-humor de um vulcão de nome impronunciável, que mesmo a muitos kms de distância da nossa porta, insiste em interferir com o nosso estilo de vida, lembrando-nos que nem a melhor tecnologia nos permite escapar aos humores da natureza. Sentimo-nos assim os menores entre os mais pequenos.
Na agenda mediática entra agora o treino da selecção. Todos os dias mais notícias, mais novidades. Por cá, aguarda-se também a passagem da selecção para um treino de fim-da-tarde. Há até quem ache que se devia fazer uma grande festa de recepção à Selecção.
Eu, por outro lado, sou dos que acha que um cêntimo gasto para a Selecção vir por 2 horas à Guarda, é um cêntimo deitado fora. Não acredito em “campanhas de ocasião” porque a capacidade de retenção da mensagem publicitária se reduz a zero; e esse é o valor de tais campanhas. A divulgação da Guarda e das suas potencialidades tem de ser feita em torno de uma ideia concreta, com continuidade temporal e por diversos veículos, sob pena de no final apenas existir uma manta de retalhos sem qualquer ligação entre si – que de resto é o que temos visto acontecer… Mas a Selecção cá passará, no seu caminho para África do Sul, onde vamos sofrer com ela e acreditar que podemos ser os maiores de entre os grandes!
Em toda esta aparente dualidade viveremos os próximos dias, até ao final da Primavera. Depois, com o Verão, a habitual silly season…
Aproveitemos pois as possibilidades que o bom-tempo nos dá, depois de termos passado um Inverno cheio de rigores: actividades ao ar livre, passear, respirar os bons ares que ainda por cá vamos tendo. Ir a banhos, nem que seja sem sair do Concelho, que este ano voltamos a ter 2 praias fluviais com bandeira azul: Aldeia Viçosa e Valhelhas, ambas mesmo aqui ao lado.
O ar-livre faz bem à saúde e sempre nos dará algum optimismo para enfrentar os dias sombrios que o Outono nos trará e que não sabemos como nem quando desaparecerão definitivamente das nossas vidas…
"