quarta-feira, 16 de junho de 2010

Crónica Diária - Rádio Altitude


Hoje, a crónica foi:


"Duas entrevistas, relativamente distantes no tempo, deixaram-me a pensar na forma como os cidadão das cidades pequenas ou médias, como a nossa, vêm a sua forma de viver na cidade, ou, se quisermos, a vida que a sua cidade lhes permite.
Um dos entrevistados dizia, na semana passada, que gosta de trabalhar na sua cidade, longe de Lisboa. Que pode recolher matéria-prima em qualquer ponto do país ou mesmo do mundo e depois trabalhá-la calmamente na sua cidade, onde demora 5 minutos de casa ao emprego e onde pode usufruir, do seu escritório, de uma vista magnífica sobre a Serra da Estrela. Para no fim ficar com um produto capaz de ombrear com os tais que são feitos na capital da república.
O outro referia algo muito semelhante, pois que trabalhando essencialmente com bens e serviços imateriais, fá-lo a partir da Guarda com muito menos custos do que faria a partir de uma grande cidade, podendo tirar partido de uma equipa que escapa ao desgaste do dia-a-dia nas grandes cidades.
Esta é pois uma dinâmica de que na Guarda podemos e devemos tirar partido.
Sabemos que as cidades mais pequenas são terreno menos fértil para oportunidades de emprego; para além disso, muito do que leva as pessoas para as cidades de maior dimensão é, na minha opinião, preconceito. Porque sermos pequenos não implica necessariamente que tenhamos horizontes pequenos.
Uma cidade como a nossa, com todos os problemas que tem para resolver, tem nesta forma de ser encarada um potencial interesante, que acho que vale a pena explorar. Até porque, de acordo com a minha experiência, uma parte significativa das empresas que ultimamente se cá têm fixado, têm-no feito por interferência de alguém com ligação à cidade, familiar, sentimental, ou outra. A provar que existe uma imensa diáspora por explorar, talentos por atrair…
Mas a Guarda tem crescido de forma desordenada e, nalguns casos, desenfreada, no sentido da ausência completa de planeamento de médio/longo prazo, que hoje tantos custos traz; veja-se, a título de exemplo, o absurdo que é fazer passar todos os autocarros expresso com origem ou destino na cidade pelo meio do Bairro da Senhora dos Remédios, cuja característica principal não é certmanente a largura das suas vias, nem a facilidade de circulação, devido aos elevados declives das suas diversas artérias…
Por isso, numa época em que a construção abrandou e se estableceu um certo equilíbrio entreo que existe e o que é necessário – em termos de equipamentos habitacionais – é tempo de parar para pensar. Pensar no que queremos para a Guarda. Não para hoje; nem para amanhã. Para daqui a 10 anos, ou até mais. Planear a renovação do Centro Histórico, que é hoje uma ferida no tecido urbano. A ausência dos meios financeiros necessários não impede que se faça um trabalho de planeamento, envolvendo empresários, Politécnico, Universidade e sociedade civil. Num compromisso transversal a todos os partidos, que permita que mudanças políticas não façam tábua-rasa do trabalho anterior e tudo volte ao início. Quem diz do Centro Histórico, diz do Parque Industrial, de que já aqui falei. Ou dos bairros periféricos.
O paradigma de crescimento já deixou de ser “construir”; agora, penso que chegou a hora de “renovar, rejuvenescer”, porquie prevejo que esse será o maior desafio dos próximos anos no que ao urbanismo respeita. E esse não se ultrapassa apenas com PDMs.
A Guarda tem todas as potencialidades para ser uma cidade atractiva, pelo conforto e qualidade que oferece aos seus habitantes. O mito do interior “atrasado” está hoje afastado, e há muitas realizações para o provar, muitas histórias de sucesso para o derrubar. Eu, que tenciono por cá continuar, vou continuar a promovê-la, no dia-a-dia, com o meu trabalho, nos contactos com os meus colegas de trabalho colocados noutros pontos do país, junto de amigos e familiares. Espero, daqui a 10 anos, ter muitos mais motivos para o fazer…"

2 comentários:

CMG disse...

Tachos em saldo na Câmara Municipal da Guarda!

Não é 1! Não são 2! Não são 3, 4 , 6 ou 9!

São 17!!!!!!!!!!!!!

Vamos todos tachar!

http://dre.pt/pdf2sdip/2010/06/110000000/3168531692.pdf

Anónimo disse...

Comissão de Utentes da A23, A25 e A24


Já pode subscrever o abaixo assinado contra a introdução de portagens nas A23, A25 e A24 no site da Comissão de Utentes, aqui:

www.contraportagens.net