A propósito do que referi no meu post anterior, lembrei-me de um artigo que escrevi publicado no Jornal O Interior em Julho de 2007 sobre o mesmo tema. Acho interessante reproduzi-lo aqui, com o devido enquadramento: foi na sequência de uma sessão de trabalho entre empresários da região e representantes do Governo, nomeadamente o Secretário de Estado do Emprego e o Secretário de Estado da Indústria e Inovação (cito de memória). Aqui fica:
"Na semana passada, reuniram na Guarda com empresários da região, representantes do Governo, numa sessão de trabalho subordinada ao tema “Investimentos e Empreendedorismo no Distrito da Guarda”. Nesta reunião, foram auscultadas as opiniões de todos quantos quiseram contribuir com a sua intervenção e foram ainda anunciadas medidas que o Governo se propõe tomar, das quais destaco o envelope financeiro que vai (finalmente) ser disponibilizado para a PLIE e o apoio a um Centro de Incubação de Empresas, ambos projectos em que a Câmara Municipal é entidade Promotora.
Se a primeira revela o reconhecimento da valia para a região em particular, e para o País em geral, de uma estrutura que permitirá a implantação de um conjunto de empresas que pretendam beneficiar de serviços de apoio, numa lógica de localização centrada na competitividade logística, já a segunda vem na sequência de um conjunto de medidas que o Governo tem vindo a adoptar para a promoção do empreendedorismo, que só peca por tardia.
A criação na Guarda de uma Incubadora de Empresas (de base tecnológica) constitui para a região uma excelente oportunidade de ver surgir aqui um conjunto de empresas geradoras de valor e capazes de fixar e atrair quadros qualificados, numa lógica de ciclo virtuoso , no qual há muito se deveria ter apostado como motor do desenvolvimento regional.
Todavia, se para alguns, a obtenção dos apoios disponibilizados e a capacidade de colocar os projectos em funcionamento é o fim de um ciclo, outro mais desafiante se inicia: o de com estas estruturas recuperar algum do atraso da região, arrepiando caminho, numa lógica de comparação com os melhores ou, se quisermos, de benchmarking, e de adopção das melhores práticas em matéria de apoio ao empreendedorismo. E aqui, todos temos responsabilidades a assumir: entidades oficiais, instituições de ensino superior – com destaque para o IPG – mas também os empresários da região.
Em Março passado participei no “Unispin Winter Workshop” da TII (uma associação europeia para a transferência de tecnologia, inovação e informação industrial, disponível em www.tii.org), em Lausanne; das comunicações a que assistimos, destaco 2, sobre os programas de apoio ao empreendedorismo de 2 Universidades do Norte da Europa (Linköping, na Suécia e Twente, na Holanda) especialmente bem sucedidos. Tanto, que esses programas têm sido “vendidos” a outra Universidades, da Europa e dos Estados Unidos. E se houve um ponto comum às 2 comunicações que imediatamente foi possível identificar foi o envolvimento de empresários sénior, com experiência no lançamento de novas empresas e em novos mercados, como factor crítico para o sucesso destes programas.
Resulta daqui que, para além da instalação das empresas, o apoio aos empreendedores passa necessariamente por uma conjugação de instrumentos e ferramentas de gestão, onde obrigatoriamente pontificam o coaching e a tutoria.
Mas o desafio pode e deve ir ainda mais longe: fugir ao estereótipo criado à volta do empreendedor (como sendo os quadros recém-formados e professores envolvidos em spin-offs académicos) e fazer uma clara aposta na promoção de spin-offs empresariais, partilhando o risco e capitalizando a experiência e cultura empresarial destes actores, criando-se assim um ambiente dinâmico, propício ao aparecimento de novas empresas, aproveitando todas as potencialidades existentes.
Em suma, muitas portas podem ter sido abertas com os compromissos assumidos na semana passada; mas atravessá-las e ocupar os lugares disponíveis cabe a todos nós, que insistimos em viver, trabalhar e desenvolver a região da Guarda.
Por: Rui Ribeiro, P.G. Gestão de Empresas
rui.ribeiro.0@gmail.com"
Se a primeira revela o reconhecimento da valia para a região em particular, e para o País em geral, de uma estrutura que permitirá a implantação de um conjunto de empresas que pretendam beneficiar de serviços de apoio, numa lógica de localização centrada na competitividade logística, já a segunda vem na sequência de um conjunto de medidas que o Governo tem vindo a adoptar para a promoção do empreendedorismo, que só peca por tardia.
A criação na Guarda de uma Incubadora de Empresas (de base tecnológica) constitui para a região uma excelente oportunidade de ver surgir aqui um conjunto de empresas geradoras de valor e capazes de fixar e atrair quadros qualificados, numa lógica de ciclo virtuoso , no qual há muito se deveria ter apostado como motor do desenvolvimento regional.
Todavia, se para alguns, a obtenção dos apoios disponibilizados e a capacidade de colocar os projectos em funcionamento é o fim de um ciclo, outro mais desafiante se inicia: o de com estas estruturas recuperar algum do atraso da região, arrepiando caminho, numa lógica de comparação com os melhores ou, se quisermos, de benchmarking, e de adopção das melhores práticas em matéria de apoio ao empreendedorismo. E aqui, todos temos responsabilidades a assumir: entidades oficiais, instituições de ensino superior – com destaque para o IPG – mas também os empresários da região.
Em Março passado participei no “Unispin Winter Workshop” da TII (uma associação europeia para a transferência de tecnologia, inovação e informação industrial, disponível em www.tii.org), em Lausanne; das comunicações a que assistimos, destaco 2, sobre os programas de apoio ao empreendedorismo de 2 Universidades do Norte da Europa (Linköping, na Suécia e Twente, na Holanda) especialmente bem sucedidos. Tanto, que esses programas têm sido “vendidos” a outra Universidades, da Europa e dos Estados Unidos. E se houve um ponto comum às 2 comunicações que imediatamente foi possível identificar foi o envolvimento de empresários sénior, com experiência no lançamento de novas empresas e em novos mercados, como factor crítico para o sucesso destes programas.
Resulta daqui que, para além da instalação das empresas, o apoio aos empreendedores passa necessariamente por uma conjugação de instrumentos e ferramentas de gestão, onde obrigatoriamente pontificam o coaching e a tutoria.
Mas o desafio pode e deve ir ainda mais longe: fugir ao estereótipo criado à volta do empreendedor (como sendo os quadros recém-formados e professores envolvidos em spin-offs académicos) e fazer uma clara aposta na promoção de spin-offs empresariais, partilhando o risco e capitalizando a experiência e cultura empresarial destes actores, criando-se assim um ambiente dinâmico, propício ao aparecimento de novas empresas, aproveitando todas as potencialidades existentes.
Em suma, muitas portas podem ter sido abertas com os compromissos assumidos na semana passada; mas atravessá-las e ocupar os lugares disponíveis cabe a todos nós, que insistimos em viver, trabalhar e desenvolver a região da Guarda.
Por: Rui Ribeiro, P.G. Gestão de Empresas
rui.ribeiro.0@gmail.com"
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