Pacheco Pereira, em artigo publicado no "Público" a 11 de Julho fez uma caracterização do que significa hoje pertencer a um Partido Político. Em tom bastante duro!
Depois de ler o artigo, reconheço que concordo com muito do que Pacheco Pereira diz, com a reserva de ser sempre muito injusto generalizar comportamentos, principalmente para aqueles que pautam a sua actuação, na política como na vida, pela rectidão na observação de princípios.
Recordo que após alguma proximidade com uma das "jotas" no final da adolescência, cedo me desencantei e percebi que fazer intervenção cívica naquele ambiente era extremamente redutor, e que claramente os jogos de interesses, agendas de poder pessoal e a cultura de "carreirismo" se sobrepunham claramente a opções ideológicas e à procura de soluções para melhorar a democracia... Por isso mesmo, quando há pouco tempo me sondaram sobre a disponibilidade para colaborar com um Partido, a minha resposta foi imediatamente negativa. Estarei sempre disponível para apoiar projectos em que acredite, promovidos por Partidos ou outras entidades, mas no estado actual de coisas, não posso em consciência comprometer-me com um Partido, qualquer que ele seja.
Estranho que o artigo de Pacheco Pereira não tenha sido comentado na Praça; para mim, a sua frontalidade e mesmo violência merecem reflexão. Todavia, ou passou despercebido ou por qualquer estranho motivo todos olharam para o lado e assobiaram, que isto não é nada conosco...
O artigo pode ser lido no Blog de José Pacheco Pereira, aqui.
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