terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Ainda a PLIE

Neste final de ano, tem-se falado muito a propósito da PLIE. Do aumento de capital que não se fez, das empresas que virão, dos atrasos que persistem. Agora que parece que está em marcha uma campanha de comunicação na imprensa nacional para captação de investidores, confirmam-se alguns dos meus piores receios sobre a PLIE: tão depressa não vai contar com uma verdadeira equipa de gestão, profissional, a tempo inteiro.
A campanha que está em marcha confirma esta ideia: não há, na actual administração da PLIE (já agora: alguém lhes reconhece competências em matérias de logística ou gestão empresarial?) uma ideia clara do que se está a fazer. Como não há um plano estratégico! Ou alguém no seu perfeito juízo acha que os investidores andam à procura de sítios onde localizar as suas empresas nos jornais?
A PLIE necessita urgentemente de um Plano de Marketing - porque vai para o mercado e, portanto, tem de ser "mercadeado" - e de uma equipa de gestão com capacidade de apresentar e defender, nos locais próprios, o plano de desenvolvimento deste projecto, que pretende ser um projecto empresarial. Uma equipa que trabalhe com os accionistas na definição do Plano de Negócio da Plataforma, e o apresente a investidores cirurgicamente escolhidos, nesta primeira fase. É preciso ir ao mercado e seleccionar os investidores que realmente importam. E esta é uma tarefa de enorme responsabilidade e compromisso, que só uma equipa motivada e com objectivos claros pode desenvolver. Enquanto não vir as coisas encaminhadas para aqui, vou continuar muito preocupado com o futuro da PLIE!!!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Crónica Diária - Rádio Altitude

Tenho estado sem computador, razão pela qual o texto só agora aqui chega; na quarta-feira passada, o espaço de crónica diária da Rádio Altitude foi por minha conta; e foi assim:

"Chegados quase ao final do ano, é nestas alturas que aproveitamos para fazer uma avaliação das realizações do ano que agora termina e de traçarmos objectivos para o próximo. Sendo esta a minha última crónica deste ano, é este exercício que aqui pretendo fazer.
O ano de 2008 foi recheado de surpresas. Um ano que se iniciou com uma previsão idêntica à de tantos outros anos – a subida ligeira do preço dos combustíveis associada aos rigores do inverno nos países do leste da Europa - veio a revelar-se um autêntico pesadelo para cidadãos, empresas de transportes e aviação, entre outras, tendo os preços dos combustíveis atingido sucessivos máximos históricos até ao final do Verão, sem até hoje ter sido dada uma explicação convincente para este fenómeno que não seja a especulação de que vive o mercado do crude. A Saúde e a Educação, áreas onde o Governo tem vindo a implementar algumas medidas de racionalização e reforma, foram também alvo de grandes movimentações. Para acabar de nos baralhar, fomos confrontados com o rebentamento de uma enorme bolha especulativa no sector financeiro que imediatamente se transformou naquela que já foi considerada a maior crise económica desde o “crash” bolsista de 1929.
Pela Guarda, houve também algumas novidades, boas e más. Assistimos ao longo do ano à requalificação do pavimento das principais artérias da cidade, alguns já bastante degradados; por cá passaram alguns membros do Governo para reafirmar a intenção de ampliação do Hospital, um processo que se arrasta há mais de 10 anos, demasiado tempo para todos nós que necessitamos um Hospital moderno e capaz de nos servir condignamente. Ainda em relação ao Hospital, sublinharia ainda a conclusão do processo de empresarialização, que vinha sendo apresentado como capaz de resolver as carências de Recursos Humanos que se verificam. A inauguração da nova Biblioteca Municipal foi também um marco do final de um período de avultados investimentos em infra-estruturas culturais, que agora importa dinamizar e manter ao serviço da Guarda. Destacaria por fim a abertura do Centro Comercial pela dinâmica que trouxe ao centro da cidade, nomeadamente nos fins-de-semana. Pela negativa, temos de lamentar o fecho de algumas empresas na região, nomeadamente no sector têxtil, deixando em dificuldade algumas famílias; a incerteza que tem pairado sobre a permanência da Delphi na Guarda também não é de molde a deixar-nos descansados, tanto mais que se trata de um dos maiores empregadores privados do Concelho; por outro, mais um ano passa sem que a Guarda disponha de uma área para localização de indústria – ou Áreas de Localização Empresarial, como agora são denominadas. A PLIE fica mais uma vez adiada e continuamos a ver as empresas rumarem a outras paragens, que o sucesso empresarial não se compadece com tamanhos atrasos…
A incubadora de empresas, anunciada ainda em 2007, continua sem ver a luz do dia, sendo este um projecto que na minha opinião é fundamental numa cidade que pretende ser capaz de atrair quadros técnicos qualificados. Em resumo, este foi na minha opinião um ano em que se concluíram projectos importantes e outros novos foram lançados, mas um ano em que temos a lamentar a ausência do lançamento de projectos estratégicos para afirmar a Guarda como uma cidade de média dimensão, capaz de atrair pessoas e empresas.
Para terminar, deixo os meus votos para o ano que aí vem: que 2009 seja o ano em que haja instalação de empresas na PLIE e a criação de emprego qualificado na região; em que finalmente uma incubadora de empresas que vá além da infra-estrutura física, promovendo programas de empreendedorismo qualificado veja a luz do dia; que seja o ano em que, por termos eleições autárquicas, surjam novos projectos, visões e ambições para a afirmação da cidade na região; seja um marco no renovar da esperança de todos os que gostam da cidade e de cá morar de a ver evoluir de forma harmoniosa e saudável. Deixo ainda a todos os ouvintes e colaboradores da Rádio Altitude votos de umas Boas Festas.
"

O podcast está aqui.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Negócios na noite

No sábado passado "saí à noite". Por compromissos familiares, porque a idade vai pesando e por um sem número de outros motivos triviais, há muito tempo que o não fazia. Assim, e como me apanhei fora de casa, aproveitei para deambular por alguns dos locais da noite na Guarda. Comecei pela festa de lançamento do sítio da associação "A Casota" (http://www.acasota.pt.to/) no Garrida. Muita gente animada, bem-disposta, muitas caras conhecidas e bonitas! O bolo que ofereceram aos presentes estava bom e as caipirinhas refrescantes. Estava por lá a Rute Marques, que a determinada altura vi dirigir-se a mim; acho que reparou então que estava acompanhado da minha mulher, mudou de ideias e de direcção... Terá sido impressão minha? Depois saí e passei por mais alguns lugares movimentados. No meio destas deambulações ainda vi o "raid" da PSP a multar carros mal estacionados, uma autêntica Força Delta do estacionamento abusivo.
Foi uma noite muito divertida e movimentada, como há algum tempo não tinha.
Mas no final da noite, não pude deixar de pensar nalgumas questões cuja resposta não se me afigura óbvia nem fácil. Tais como: por que é que em sítios tão giros numa cidade a maioria das vezes pacata como a nossa, somos quase sempre recebidos à porta dos bares por uns tipos enormes e mal-encarados, em vez de alguém com um sorriso rasgado que nos convide a entrar? A história de ter de andar com a senha, saber onde deixei a senha, preocupar-me em não perder a senha, etc. também me faz alguma "comichão", mas percebo que alivia as coisas na hora de servir os clientes... Já o consumo mínimo obrigatório é algo que acho completamente inaceitável; tanto quanto pagar por uma garrafa de0,33l de água a módica quantia de 3 Euros no bar "Ponto G"! Obviamente, não vou voltar lá a pôr os pés nem sequer recomendá-lo a quem quer que seja... As caixas registadoras destes locais alguma vez terão sido inspeccionadas? Que estranho fenómeno faz com que neste negócio as caixas não emitam o talão, que penso que é obrigatório? A Inspecção das Condições de Trabalho alguma vez inspeccionou uma casa destas? Relativamente à actuação da PSP, não seria preferível a partir das 22.00H ter 1 ou 2 agentes na Praça Velha para evitar o estacionamento indevido do que depois vir à 01.00 com meia dúzia de agentes multar não-sei-quantos carros? Ou a ideia não é evitar este tipo de estacionamento?
Coloquei-me estas questões porque acho que uma "noite" mais transparente e segura pode ser uma "noite" ainda mais divertida...!

sábado, 20 de dezembro de 2008

Passeio do Pai Natal



No próximo Domingo, 21 de Dezembro, o clube "Guarda Unida Sport Club" vai organizar um passeio em bicicleta, aberto a todos quantos queiram participar. A saída será da sede do clube (Rua Francisco dos Prazeres) e será feito um percurso pela cidade. Se puderem apareçam, que é capaz de ser um programa giro para fazer, inclusive com os mais pequenos, num Domingo de manhã.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Política

Para mim, a política devia ser uma forma de todos aqueles que para tal sentem vocação, terem a oportunidade de influenciar a melhoria da sociedade em que vivemos. Com as sua acções, com o seu conhecimento, com a sua experiência.
Há algumas semanas vi na televisão um programa sobre a Holanda, que em determinada altura versou o seu sistema político. Apesar de haver uma divisão administrativa do território que nada tem a ver com a nossa (que simplesmente não existe...), trata-se também de um pequeno País com preocupações semelhantes a algumas que por cá temos. Mas o que mais me impressionou foi a o "desprendimento" com que os governantes, nomeadamente os Ministros, exercem os seus cargos. Só dois ou três - já não consigo precisar - se deslocam em carros com motorista, essencialmente por razões de segurança ligadas ao ministério em que exercem funções. Os restantes, deslocam-se em meios próprios, alguns vão mesmo de Metro!!! Assim mesmo, sem quaisquer peneiras. Para mim, esta é a forma mais generosa e ao mesmo tempo elevada de exercer política. Sem pedir nada para si, para ter a oportunidade de contribuir para o bem comum. Admito que possa haver quem ache que é uma visão ingénua... Talvez seja a criança que há em mim.
Por cá, como todos sabemos, as coisas são bem diferentes. Também é verdade que falo de povos com características completamente distintas. Os nórdicos batem-nos aos pontos em pragmatismo, nós temos cartas a dar na "joie de vivre".
Mas ainda assim, gostava de ver maior desprendimento de todo o tipo de sinecuras por parte de quem exerce funções públicas. Ir um veículo e respectivo motorista, de uma instituição pública, diariamente buscar e levar a casa o respectivo dirigente não me parece normal. Admito perfeitamente que possa ter esse direito legal; mas moralmente - e a política não é de todo independente da moral - não acho que seja justo. Conheço alguns casos como o que citei; imagino que, por esse país fora, deve haver muitíssimos mais. Por isso, custam-me engolir muitas vezes as lições de moral que esses senhores caem na tentação de nos dar, ao povo.
É fácil vir falar na necessidade de contermos despesas quando se usufrui de determinadas mordomias por conta do Estado; vir dar lições sobre velocidade de circulação nos nossos carros, quando eles andam com motoristas em carros com "luzinhas a piscar" para todos os outros os deixarem passar; virem-nos dizer que o défice, cuja contenção e redução tantos sacrifícios exigiu dos portugueses vai agora de novo crescer permitindo-se o Governo com isso salvar bancos que eram (e são) meras instituições de gestão de fortunas, que não acrescentam valor à chamada Economia Real, apenas agem com base na especulação financeira.
Dizia-me há dias um amigo meu que gostaria de ter a oportunidade de exercer um cargo público apenas para no fim poder deixar uma obra que o orgulhasse. Até pode ser uma visão narcisista, mas acho que devia haver mais gente assim.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A PLIE

Foi recentemente divulgado o nome das 3 empresas que vão instalar-se na PLIE brevemente, segundo palavras do Sr. Presidente da Câmara.
Fico satisfeito por finalmente se ver luz no fundo do Túnel. Mas como nem tudo o que parece é, também neste processo parece existirem alguns equívocos. É que das 3 empresas dadas a conhecer, só 1 opera na área logística ou afins. As outras 2 são empresas de serviços, cuja instalação não faz sentido na Plataforma Logística!
Concordo que devem ser cativadas a establecerem-se por cá, mas vamos chamar as coisas pelos nomes: estas 2 empresas fazem sentido na ALE (área de localização empresarial) que, segundo creio, será contígua à Plataforma Logística, sendo complementar. Não faz sentido na própria Plataforma. Como de resto é o caso de tantas empresas, que aguardam há anos que a Guarda disponha de uma ALE para poderem crescer!
A âncora de todo este processo deve continuar a ser a PLIE e é esta que deve ser considerada estrategicamente diferenciadora no processo de captação de investidores que tem de ser intensificado.

A Casota

Na nossa vida, na nossa cidade, há imensas áreas em que podemos intervir, como cidadãos que somos. E esta é uma dimensão cada vez mais presente na vida das pessoas: querem fazer as coisas acontecer, querem estar nas coisas que acontecem. No âmbito do voluntariado, têm aparecido várias propostas e são cada vez mais as pessoas que reservam uma parte do seu tempo para dar a uma causa, seja ela qual fôr.
No caso que me faz escrever este post, a causa é a dos animais abandonados. Não vou dizer que sou louco por animais; mas gosto deles e da sua companhia o suficiente para achar repugnante que se abandone um animal de companhia quando adoece, quando envelhece, quando se quer ir passar 15 dias ao Algarve, etc. Este tipo de atitude diz muito sobre o carácter de quem a pratica e de quem a consente, com indiferença. Por isso, em boa hora surgiu na Guarda "A Casota", uma associação de gente que se preocupa com os animais abandonados, com a prestação de serviços aos donos e associados, etc. É uma associação que foi constituída há muitos anos, mas esteve adormecida durante muito tempo. No início do ano, um grupo de pessoas dinâmicas, com ideias, que dá a cara por aquilo em que acredita resolveram dar nova vida à associação. E desde então têm desenvolvido diversas actividades, como podem ver no sítio do link acima.
Prosseguindo os seus objectivos, vão estar a recolher donativos no próximo fim-de-semana no Intermarché e no dia 20 de Dezembro vão apresentar o novo sítio na Internet. Será no "Garrida Café", depois de um jantar aberto a todos os que quiserem estar presentes. Todos os pormenores estão na área de recortes. Espreitem e, se puderem, apareçam.

Absentismo no Estado

Periodicamente, por ocasião da divulgação de algumas estatísticas, nomeadamente da OCDE e da OIT (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico e Organização Internacional do Trabalho, respectivamente), lá ouvimos falar do absentismo. Que em Portugal é relativamente elevado, que é preciso combatê-lo por forma a criar um sistema produtivo fiável, etc. Até aqui, de acordo.
Mas que moral têm aqueles rapazes de São Bento para nos imporem (aos portugueses, entenda-se) regras de combate ao absentismo, com os exemplos que vêm do lado deles?
Na semana passada o CDS-PP apresentou na Assembleia da República uma proposta de suspensão da avaliação dos professores. Talvez não de forma inocente, a votação foi agendada para sexta-feira passada. Contabilizadas as presenças, o cenário era o seguinte: o PS, dos 121 deputados tinha presentes 108; o PSD, do total de 75 tinha presentes 45; o CDS-PP, de 12 tinha presentes 9; o PCP tinha presentes 10 dos 11 deputados; o PEV tinha presente 1 dos 2 deputados e o BE foi o único partido que tinha presente a totalidade dos seus deputados: 8; estava ainda presente a deputada não-inscrita Luisa Mesquita. Contas feitas, de um total de 230 deputados, estavam presentes na votação 182, ou seja, o absentismo atingiu nesta ocasião a bonita cifra de cerca de 21%! Mais de um quinto! E isto num tema que tem feito títulos de telejornais, manchetes de jornal, das maiores manifestações que temos visto nos últimos anos!
Mesmo tendo em consideração que o trabalho dos deputados não se esgota nas sessões plenárias, é um número que não podemos deixar de ter em atenção. Eu sei que era véspera de fim-de-semana prolongado, e tal, mas a essa mesma hora a grande maioria dos milhões de portugueses que os elegeu e que lhes paga os salários também estavam no seu local de trabalho, cumprindo com as suas obrigações para com quem lhe paga o salário e, em última análise, para com o País. Deviam ter vergonha os líderes parlamentares e pedir desculpa aos portugueses.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Centro Histórico

Sobre a forma como o Centro Histórico da Guarda, muito se diz e promete, principalmente durante as Campanhas Eleitorais. Depois, tudo volta ao mesmo: ignorância ostensiva. Não se conhece um plano estratégico para o Centro Histórico; não há um fio condutor. Se por um lado, na reconstrução, se obriga a manter a traça original - o que acho muito bem, por forma a manter uma imagem coerente no edificado - por outro, na construção nova, é permitida a traça contemporânea numa das ruas mais antigas da cidadela medieval! Por outro lado, na aprovação de obras de reconstrução, obriga-se a deixar à vista alguns dos muros subterrâneos por se tratar de excertos da muralha; noutros casos, permite-se que extensões significativas da muralha (e não dos seus alicerces) sejam tapadas por construções. Não dá para entender e, na hora de apresentar um conjunto coerente, pouco temos para visitar. Não há divulgação de percursos, os famosos audio-guias não passaram até agora de intenções (e provavelmente despesa), qualquer turista que se aventure naquela que deveria ser a zona nobre da cidade, a sala de visitas, está por sua conta e risco. E isto deixa-me triste, por um lado, e furioso, por outro. Porque uma cidade que celebra 809 anos tem de ter Património para mostrar. Tem de fazer justiça às sua raízes, e a Guarda não a tem feito. É óptimo inaugurar uma Biblioteca nova nas comemorações do dia da cidade, mas não acho que seja digno mostrar a visita do Presidente da República desde uma tenda montada na Alameda de Santo André! É aquela a imagem de nós que queremos passar para o exterior? Será que essa imagem não merece nenhuma preocupação?
Este Domingo almocei num restaurante da zona histórica; deslocando-me do carro para o restaurante, passei por diversos turistas, que lá me foram pedindo orientações. Senti pena deles e vergonha por nós! Por não os sabermos receber à altura! E gostava francamente que isto mudasse; já era hora...
Nota final: recentemente, a Câmara aprovou uma redução de 30% do IMI a pagar pelas casas localizadas no Centro Histórico que estiverem em boas consdições, que tenham sofrido obras recentemente, etc; é de louvar a intenção, mas fai falhar na requalificação do Centro Histórico por 3 razões: porque uma casa em ruínas provavelmente continuará a pagar menos IMI do que após a reconstrução com os tais 30% de desconto, porque uma casa no Centro Histórico está sujeita a fortes condicionalismos que têm de ser compensados por outras vias, se queremos gente lá a morar, e porque no fundo tanto vou beneficiar eu, com uma casa com centenas de anos, reconstruída por forma a manter a traça original, como o meu vizinho 2 ou 3 portas ao lado, que concluiu recentemente uma moradia de estilo contemporâneo, que nada tem a ver com o centro histórico. Nem sequer o facto de ter substituído um imóvel decadente, pura e simplesmente porque no local da implantação existia apenas um largo com vista... sobre a muralha!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Crónica Diária - Rádio Altitude

Mais uma quarta-feira, mais uma crónica - ou umas postas de pescada, se preferirem. Fica a opinião:

"Na semana passada celebrou-se mais um aniversário da nossa cidade. O programa das comemorações contemplou este ano um conjunto de actividades que passaram pelo Desporto, Teatro, Música, para citar aqueles que mais me chamaram a atenção, culminando com a inauguração da nova Biblioteca Municipal na presença do Sr. Presidente da República.
Como referiram os responsáveis da autarquia, a inauguração da Biblioteca é o culminar de um processo de dotação da cidade de algumas infra-estruturas básicas na área da Cultura. Como sempre nestas coisas, há vozes críticas. A cultura, por ser uma área onde o intangível domina, tem por vezes pouco reconhecimento por parte do cidadão comum, que quer coisa que se veja. É pois preciso pararmos para pensar, e tentarmos perceber que o investimento na cultura é um investimento a prazo, nas pessoas, sendo mais importantes as actividades que lá se vão desenvolver que o betão que se gasta na obra. Pegando num exemplo relacionado com as comemorações da passada semana, das pessoas com quem falei e que assistiram ao espectáculo “Guarda – Rádio Memória”, nenhuma ficou indiferente à mensagem de orgulho das histórias e personagens da cidade que povoam a nossa memória. Evidentemente é necessária uma infra-estrutura com alguma envergadura para poder montar um espectáculo como “Guarda – Rádio Memória”. Por outro lado, de que nos serviria o TMG se lá não fosse desenvolvida uma programação que aproveite a capacidade ali instalada? É, por tudo isto, mais importante o que se lá faz do que o edifício em si.
Mas como sempre neste tipo de comemorações, depois dos festejos temos inevitavelmente de regressar ao dia-a-dia. E esse, segundo as previsões que temos conhecido, não se avizinham fáceis. A crise sobre a qual tanto se tem dito e escrito vai, segundo os diversos analistas, intensificar-se durante o próximo ano, o que significa para nós, consumidores, que até pelo menos 2010 vamos sofrer com ela. A juntar à crise de liquidez dos bancos, que faz com que uma grande parte dos portugueses veja aumentada a sua factura com o crédito à habitação, teremos um previsível aumento do desemprego e uma contracção da economia, ou seja, uma ausência de crescimento económico que se vai traduzir numa diminuição de rendimento e na perda de competitividade da nossa economia no sistema económico mundial.
A Guarda, naturalmente, não escapará a esta conjuntura, avizinhando-se tempos particularmente difíceis, sobretudo se pensarmos no relativamente reduzido número de empresas que por cá existem. A juntar-se à tendência que observámos nos últimos anos na fileira têxtil, temos agora o sector automóvel, ambos com empresas muito representativas na nossa região.
Será a hora de, mais uma vez, todos nos unirmos em defesa da nossa região, quer exigindo medidas que contrariem a perda de postos de trabalho, quer continuando a empreender, a inovar, a evidenciar capacidade de realização. As forças políticas locais terão um papel importante mas não exclusivo. Compete também a cada um de nós, através do exercício dos seus direitos de cidadão, contribuir para a solução dos problemas que se avizinham; se ficarmos apenas a exigir dos outros ou, pior ainda, a lamentar-nos com a nossa má-sorte, rapidamente seremos ultrapassados por aqueles que sabem que é na adversidade que se geram oportunidades irrepetíveis. Por aqueles que tiverem mais capacidade de resistência. Por aqueles que mais cedo perceberem que não se trata de ser optimista, mas sim de ser resiliente.
Será também um período onde vão ser decisivas lideranças fortes nas organizações, económicas e políticas, pelo que as escolhas que se avizinham terão uma importância acrescida para o futuro da nossa terra.
Por tudo isto, pelo muito que a Guarda precisará nos próximos tempos de cidadãos que ajam, pensem e decidam com lucidez, é importante continuarmos a investir na Cultura. Nas pessoas.
Termino desejando à Guarda – a todos nós – aquilo que é uso desejar-se nos aniversários: muitas felicidades e muitos anos de vida.
"
Se preferirem ouvir, podem fazê-lo aqui.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O preço das coisas

Por muito que me esforce, não encontro justificação para o que se passa com o preço dos combustíveis: apesar de o preço do barril do petróleo estar em baixa, o preço dos combustíveis continua em alta. Segundo parece, ao preço a que está a ser transacionado o barril do petróleo, por exemplo o preço do gasóleo deveria estar abaixo de 90 cêntimos; está quase a 1,10 Euros. Mesmo dando de barato que existem na produção custos fixos que são independentes da variação do preço do barril do petróleo (que todavia também deveriam "amortecer" a subida...), ao ritmo a que se tem verificado a baixa já deveria ter correspondido maior descida no preço dos combustíveis no consumidor. Mas não. O que é chato...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Ancora il Vivacci

Uma das grandes vantagens que vejo nos Centros Comerciais é a comodidade que proporcionam a quem tem filhos pequenos. Além de as caminhadas serem facilitadas, a proximidade de lojas de diversos tipos, ausência de trânsito e infra-estruturas de apoio facilitam-nos muitas vezes a vida.
Já fico um bocado chateado quando só existem daquelas caminhas para mudar fraldas nas casas de banho de senhoras. Caramba! Os Homens também têm filhos!
É o caso do Vivacci Guarda: não há muda-fraldas na casa de banho de Homens nem na de crianças. Como é que faço? Mais, pelo menos na casa de banho de crianças, não há sequer um balde onde possa deixar uma fralda. Confesso que não sei se na de Senhoras existe ou não, mas vou saber. E se fôr esse o caso, vou ficar ainda mais chateado!!!