sexta-feira, 19 de junho de 2009

Banco de Portugal


Desde que estalou a crise financeira e as 2 maiores "bolhas" especulativas rebentaram no nosso sistema financeiro - leia-se o BPN e o BPP - que o Banco de Portugal tem estado sob fogo cerrado, principalmente o seu governador Vitor Constâncio.

O Dr. Constâncio é uma dessas eminências que todos reverenciam mas do qual não se conhece obra de vulto.

Atacado por uns, defendido por outros, é certo que o supervisor não é de facto um superpolícia, não lhe cabendo a ele investigar fraudes. Mas competir-lhe-ia certamente denunciar os indícios que foram surgindo ao longo dos últimos 5 ou 6 anos de que algo não estava bem no BPN, começando pela sua governação. Admito que no caso do BPP as coisas fossem mais difíceis...

Independentemente de agora se dizer que casos destes há por todo o mundo e que a supervisão não os detectou é atirar areia para os olhos dos cidadãos. Nós exigimos mais: por que é do nosso Estado que se trata, e porque, pelo que consta, o Dr. Constâncio é o terceiro governador de banco central nacional mais bem pago, no mundo, ganhando por exemplo quase o dobro do presidente da reserva federal americana!

Independentemente de o Dr. Constâncio ter ou não responsabilidade no arrastar da situação do BPN, de dever ou não demitir-se, o que fica nos cidadãos é a ideia de impunidade de quem tem cargos de elevada responsabilidade e que depois, quando é necessário assumi-la, não o faz...

Resta-nos o consolo, uma vez que não vai abandonar as sua funções tão depressa, de termos no lugar um homem que segundo ele próprio confessou à Comissão de Inquérito Parlamentar está hoje muito mais atento e preparado para lidar com situações destas.

Esperemos bem que sim, Dr. Constâncio...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Crónica Diária - Rádio Altitude


A última da temporada foi assim, na quarta-feira passada:


"Celebra-se hoje o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Começou por ser o Dia de Camões, em que a pretexto do tributo à data do falecimento do poeta, se enaltecia o génio da Pátria e se relembravam os feitos passados do povo lusitano, ainda durante a I República. Inicialmente celebrado apenas em Lisboa, passou a celebração nacional durante a vigência do Estado Novo.
A estas celebrações veio juntar-se a das Comunidades Portuguesas, celebrando-se assim também os milhões de portugueses que vivem fora do seu País Natal.
Este ano, o calendário foi generoso ao ponto de nos presentear com 2 feriados consecutivos, já que amanhã se celebrará o Corpo de Deus, este um feriado móvel.
Para quem possa gozar férias na próxima sexta-feira, fica assim aberta a porta ao gozo de umas belíssimas mini-férias, que de certeza só não mobilizarão mais gente porque a meteorologia não ajuda…
Ainda assim, aproveitando a paragem para descansar, deixo aqui um convite: durante o dia de hoje, celebrando Portugal, tiremos 10 ou 15 minutos para reflectirmos o que queremos realmente do nosso País; ou, se quisermos, o exercício será igualmente válido e pensarmos na nossa cidade. O que gostaríamos de ter, que herança queremos deixar para aqueles que vierem depois de nós. Ao nível da paisagem, das infra-estruturas, mas, mais fundamental ainda, que laços queremos construir uns com os outros, que relacionamento deveremos ter com quem conhecemos, com quem não conhecemos, com quem sabemos que de alguma forma precisa de nós. E a seguir, que reflictamos sobre o nosso papel na cidade, ou no país; o que podemos fazer para ajudar a construir essa realidade que queremos ter, que queremos oferecer às gerações que aí vêm…
É obviamente mais fácil esperarmos que “alguém” dê o primeiro passo, que comece a fazer aquilo que esperamos que seja feito. Tão fácil que muitos vezes caímos nessa tentação, a de esperar que “façam”, que “construam”, que “digam”…, sem percebermos que se todos esperamos dos outros, cria-se um imobilismo quase medieval. Devemos honrar o nosso espírito empreendedor, de navegadores que deram novos mundos ao mundo, e fazer parte da mudança que desejamos que aconteça. Para isso, basta muitas vezes participarmos nas várias estruturas de cidadania que se nos oferecem, que precisam de gente: associações, fundações, que actuam em diversas áreas da sociedade. Não é preciso estar na política para se ter uma palavra nas mudanças da sociedade, já que cada vez mais são as entidades na sociedade civil que actuam numa lógica de proximidade.
A participação de todos na construção da sociedade que idealizamos leva-me, a título de nota final, a uma outra questão: a abstenção que se verificou nas eleições de Domingo passado. Já muitos analistas ou com pretensões a tal discorreram sobre as suas razões. Não é sobre isso que me interessa falar; mas sim sobre a atitude em si. O direito a votar e a ver o voto reconhecido é uma conquista não muito longínqua em Portugal. Muitos estiveram presos e sofreram todo o tipo de sevícias para que hoje possamos votar em inteira liberdade, para que possamos escolher quem nos governa. Deixarmos esse poder a uma minoria, como aconteceu no Domingo passado, é grave; nenhum de nós aceitaria que agora nos viessem dizer que só um em cada 3 portugueses pode votar. Todos podemos e todos devemos fazê-lo. Há inclusivamente formas de protestar votando, que o exercício do direito pode ser feito de diversas formas. O que acho importante é demonstrar que estamos atentos aos comportamentos dos políticos e que temos na mão o instrumento para os premiar ou castigar; e que além do direito que temos de o usar, exercemos esse direito.
Termino desejando a todos um bom feriado e que Portugal cresça à medida dos nossos sonhos.
"

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Mais títulos...


No Jornal "O Interior" da semana passada li uma notícia que me deixou surpreendido e ao mesmo tempo com uma dúvida.
A notícia dava conta de alguns técnicos de Diagnóstico do Hospital que fizeram greve, porque, ao que dizem, "são os únicos técnicos superiores da função pública que não são pagos como tal"... (cito de memória).
Começo por dizer que acho muito bem que as pessoas lutem pelos seus direitos e o façam de uma forma aberta e frontal. Mas, no caso vertente, trata-se de técnicos que entretanto concluíram estudos superiores, com a obtenção do respectivo grau académico, pelo que querem equivalência em termos de remuneração com os chamados "técnicos superiores". Assim mesmo.
Não querem candidatar-se a técnicos superiores. Não querem mudar de carreira. Querem apenas que administrativamente sejam reclassificados para passarem a ganhar mais.
Como já aqui tive oportunidade de escrever, este tipo de reinvindicação faz-me alguma confusão.
E isso leva-me à tal dúvida que referi no início: será que quando a rapariga que vem cá a casa passar a roupa a ferro concluir o seu curso superior, que eu acho muitíssimo bem que ela faça, terei de a reclassificar para "técnico superior", com a consequente actualização de salário? E o mais grave: quem passará nessa altura a roupa...?

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Nome de Rua




Há cerca de 2 meses mudei de casa: a família a crescer e o desejo de mais espaço para todos ditou aquela que foi uma enorma revolução durante quase meio ano: entre o empacotar, mudar e desempacotar alguns anos de vida, o (pouco) tempo livre foi todo consumido.


Feita a mudança, passou-se para o plano burocrático: comunicar a mudança de residência. E não tem sido tarefa fácil: bancos, seguros, finanças, segurança social, entidades patronais, registo civil, registo automóvel, etc, são inúmeras as entidades com que nos relacionamos; tantas que nem damos conta, senão nestas alturas.


Assim se têm consumido muitos minutos - que somados dão horas - e gasto muito dinheiro, que a coisa também não fica barata: 12 Euros aqui, 33 ali, tudo somado acaba por ser quantia relevante...


Só que entretanto surgiu outro problema: a rua para onde mudei não tem (ainda) nome! A urbanização tem 3 ou 4 anos e até agora não foi atribuído qualquer nome à rua. Mas como eu - e outros que cá moramos - precisamos de um domicílio postal, vamos usando o nome da urbanização e os números de lote. Um dia destes, a Câmara vai-se lembrar que existe por aí uma rua sem nome, reune-se a Comissão de Toponímia e atribui-se-lhe o famigerado nome.


E depois: volto a começar tudo de novo? A perder horas e a gastar dezenas de Euros para nova mudança? Não me parece...!


Não seria mais fácil, ao atribuir uma licença de loteamento que dará origem a nova Rua, atribuir-se-lhe logo o nome? No mínimo, facilitaria imenso a vida a quem se vê numa situação como a minha.




PS: um "muito obrigado" aos senhores dos supermercados: não foi preciso comunicar-lhes a minha mudança de residência; eles descobriram sozinhos a minha nova morada...