Desde que estalou a crise financeira e as 2 maiores "bolhas" especulativas rebentaram no nosso sistema financeiro - leia-se o BPN e o BPP - que o Banco de Portugal tem estado sob fogo cerrado, principalmente o seu governador Vitor Constâncio.
O Dr. Constâncio é uma dessas eminências que todos reverenciam mas do qual não se conhece obra de vulto.
Atacado por uns, defendido por outros, é certo que o supervisor não é de facto um superpolícia, não lhe cabendo a ele investigar fraudes. Mas competir-lhe-ia certamente denunciar os indícios que foram surgindo ao longo dos últimos 5 ou 6 anos de que algo não estava bem no BPN, começando pela sua governação. Admito que no caso do BPP as coisas fossem mais difíceis...
Independentemente de agora se dizer que casos destes há por todo o mundo e que a supervisão não os detectou é atirar areia para os olhos dos cidadãos. Nós exigimos mais: por que é do nosso Estado que se trata, e porque, pelo que consta, o Dr. Constâncio é o terceiro governador de banco central nacional mais bem pago, no mundo, ganhando por exemplo quase o dobro do presidente da reserva federal americana!
Independentemente de o Dr. Constâncio ter ou não responsabilidade no arrastar da situação do BPN, de dever ou não demitir-se, o que fica nos cidadãos é a ideia de impunidade de quem tem cargos de elevada responsabilidade e que depois, quando é necessário assumi-la, não o faz...
Resta-nos o consolo, uma vez que não vai abandonar as sua funções tão depressa, de termos no lugar um homem que segundo ele próprio confessou à Comissão de Inquérito Parlamentar está hoje muito mais atento e preparado para lidar com situações destas.
Esperemos bem que sim, Dr. Constâncio...
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