A última da temporada foi assim, na quarta-feira passada:
"Celebra-se hoje o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Começou por ser o Dia de Camões, em que a pretexto do tributo à data do falecimento do poeta, se enaltecia o génio da Pátria e se relembravam os feitos passados do povo lusitano, ainda durante a I República. Inicialmente celebrado apenas em Lisboa, passou a celebração nacional durante a vigência do Estado Novo.
A estas celebrações veio juntar-se a das Comunidades Portuguesas, celebrando-se assim também os milhões de portugueses que vivem fora do seu País Natal.
Este ano, o calendário foi generoso ao ponto de nos presentear com 2 feriados consecutivos, já que amanhã se celebrará o Corpo de Deus, este um feriado móvel.
Para quem possa gozar férias na próxima sexta-feira, fica assim aberta a porta ao gozo de umas belíssimas mini-férias, que de certeza só não mobilizarão mais gente porque a meteorologia não ajuda…
Ainda assim, aproveitando a paragem para descansar, deixo aqui um convite: durante o dia de hoje, celebrando Portugal, tiremos 10 ou 15 minutos para reflectirmos o que queremos realmente do nosso País; ou, se quisermos, o exercício será igualmente válido e pensarmos na nossa cidade. O que gostaríamos de ter, que herança queremos deixar para aqueles que vierem depois de nós. Ao nível da paisagem, das infra-estruturas, mas, mais fundamental ainda, que laços queremos construir uns com os outros, que relacionamento deveremos ter com quem conhecemos, com quem não conhecemos, com quem sabemos que de alguma forma precisa de nós. E a seguir, que reflictamos sobre o nosso papel na cidade, ou no país; o que podemos fazer para ajudar a construir essa realidade que queremos ter, que queremos oferecer às gerações que aí vêm…
É obviamente mais fácil esperarmos que “alguém” dê o primeiro passo, que comece a fazer aquilo que esperamos que seja feito. Tão fácil que muitos vezes caímos nessa tentação, a de esperar que “façam”, que “construam”, que “digam”…, sem percebermos que se todos esperamos dos outros, cria-se um imobilismo quase medieval. Devemos honrar o nosso espírito empreendedor, de navegadores que deram novos mundos ao mundo, e fazer parte da mudança que desejamos que aconteça. Para isso, basta muitas vezes participarmos nas várias estruturas de cidadania que se nos oferecem, que precisam de gente: associações, fundações, que actuam em diversas áreas da sociedade. Não é preciso estar na política para se ter uma palavra nas mudanças da sociedade, já que cada vez mais são as entidades na sociedade civil que actuam numa lógica de proximidade.
A participação de todos na construção da sociedade que idealizamos leva-me, a título de nota final, a uma outra questão: a abstenção que se verificou nas eleições de Domingo passado. Já muitos analistas ou com pretensões a tal discorreram sobre as suas razões. Não é sobre isso que me interessa falar; mas sim sobre a atitude em si. O direito a votar e a ver o voto reconhecido é uma conquista não muito longínqua em Portugal. Muitos estiveram presos e sofreram todo o tipo de sevícias para que hoje possamos votar em inteira liberdade, para que possamos escolher quem nos governa. Deixarmos esse poder a uma minoria, como aconteceu no Domingo passado, é grave; nenhum de nós aceitaria que agora nos viessem dizer que só um em cada 3 portugueses pode votar. Todos podemos e todos devemos fazê-lo. Há inclusivamente formas de protestar votando, que o exercício do direito pode ser feito de diversas formas. O que acho importante é demonstrar que estamos atentos aos comportamentos dos políticos e que temos na mão o instrumento para os premiar ou castigar; e que além do direito que temos de o usar, exercemos esse direito.
Termino desejando a todos um bom feriado e que Portugal cresça à medida dos nossos sonhos."
A estas celebrações veio juntar-se a das Comunidades Portuguesas, celebrando-se assim também os milhões de portugueses que vivem fora do seu País Natal.
Este ano, o calendário foi generoso ao ponto de nos presentear com 2 feriados consecutivos, já que amanhã se celebrará o Corpo de Deus, este um feriado móvel.
Para quem possa gozar férias na próxima sexta-feira, fica assim aberta a porta ao gozo de umas belíssimas mini-férias, que de certeza só não mobilizarão mais gente porque a meteorologia não ajuda…
Ainda assim, aproveitando a paragem para descansar, deixo aqui um convite: durante o dia de hoje, celebrando Portugal, tiremos 10 ou 15 minutos para reflectirmos o que queremos realmente do nosso País; ou, se quisermos, o exercício será igualmente válido e pensarmos na nossa cidade. O que gostaríamos de ter, que herança queremos deixar para aqueles que vierem depois de nós. Ao nível da paisagem, das infra-estruturas, mas, mais fundamental ainda, que laços queremos construir uns com os outros, que relacionamento deveremos ter com quem conhecemos, com quem não conhecemos, com quem sabemos que de alguma forma precisa de nós. E a seguir, que reflictamos sobre o nosso papel na cidade, ou no país; o que podemos fazer para ajudar a construir essa realidade que queremos ter, que queremos oferecer às gerações que aí vêm…
É obviamente mais fácil esperarmos que “alguém” dê o primeiro passo, que comece a fazer aquilo que esperamos que seja feito. Tão fácil que muitos vezes caímos nessa tentação, a de esperar que “façam”, que “construam”, que “digam”…, sem percebermos que se todos esperamos dos outros, cria-se um imobilismo quase medieval. Devemos honrar o nosso espírito empreendedor, de navegadores que deram novos mundos ao mundo, e fazer parte da mudança que desejamos que aconteça. Para isso, basta muitas vezes participarmos nas várias estruturas de cidadania que se nos oferecem, que precisam de gente: associações, fundações, que actuam em diversas áreas da sociedade. Não é preciso estar na política para se ter uma palavra nas mudanças da sociedade, já que cada vez mais são as entidades na sociedade civil que actuam numa lógica de proximidade.
A participação de todos na construção da sociedade que idealizamos leva-me, a título de nota final, a uma outra questão: a abstenção que se verificou nas eleições de Domingo passado. Já muitos analistas ou com pretensões a tal discorreram sobre as suas razões. Não é sobre isso que me interessa falar; mas sim sobre a atitude em si. O direito a votar e a ver o voto reconhecido é uma conquista não muito longínqua em Portugal. Muitos estiveram presos e sofreram todo o tipo de sevícias para que hoje possamos votar em inteira liberdade, para que possamos escolher quem nos governa. Deixarmos esse poder a uma minoria, como aconteceu no Domingo passado, é grave; nenhum de nós aceitaria que agora nos viessem dizer que só um em cada 3 portugueses pode votar. Todos podemos e todos devemos fazê-lo. Há inclusivamente formas de protestar votando, que o exercício do direito pode ser feito de diversas formas. O que acho importante é demonstrar que estamos atentos aos comportamentos dos políticos e que temos na mão o instrumento para os premiar ou castigar; e que além do direito que temos de o usar, exercemos esse direito.
Termino desejando a todos um bom feriado e que Portugal cresça à medida dos nossos sonhos."
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