terça-feira, 25 de maio de 2010

O Hos-Pintal


Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã, classificou como "parolice" as declarações de Santinho Pacheco, Governador Civil da Guarda a propósito do seu último sound-bite: a reclamação para a Covilhã de um, Hospital Central. A seguir, foi ainda mais longe, aconselhando-o a dedicar-se a elaborar relatórios sobre a segurança rodoviária e a não se preocupar com questões que, segundo Pinto, não são da sua competência. Pergunto-me onde foi Pinto buscar a suposta superioridade para classificar as atitudes de um representante do Governo da forma que o fez. Pergunto-me ainda onde raio foi buscar a ideia de ter competência para sugerir a localização de um hospital central. Obviamente, não o fez apoiado em estudos sérios sobre evolução demográfica, custos (económicos e sociais) do transporte de doentes para os hospitais centrais existentes, nem nada parecido. Fê-lo, à boa maneira a que habituou os covilhanenses (alguns), numa atitude caprichosa, no calor do momento, por vaidade pessoal. Ou seja, numa atitude que classifico de bairrista, no sentido de ser uma atitude vinculada a uma visão estreita do mundo que o rodeia, menosprezando ostensivamente tudo o que vem de fora. Claro que a Covilhã não tem nem terá nos próximos anos população que justifique um Hospital Central. Ele só faria sentido num quadro de área de influência alargada que incluísse nomeadamente o restante distrito de Castelo Branco e o da Guarda. Daí fazerem todo o sentido as palavras do Governador Civil. Mas Pinto, habituado que está a que ninguém lhe faça frente, não gostou e desatou a disparar em todas as direcções, esquecendo-se do respeito devido à figura institucional do Governador Civil pela figura institucional de Presidente da Câmara que é.

Pela minha parte, a atitude de Pinto, foi deselegante, mal-educada. Mas Pinto não é a Covilhã. E esta, se e quando quiser ter um hospital central, não o conseguirá sem o apoio nomeadamente da Guarda e dos guardenses. E para além do Governador Civil, não ouvi qualquer outro responsável político sobre o tema, o que é preocupante.

Tanto quanto a importância que um hipotético hospital central localizado nesta região teria na vida de todos nós e no desenvolvimento da região...

Parafraseando os Floyd: "Is there anybody out there...?"

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