Na quarta-feira passada, a crónica foi:
"Dedico hoje estes breves minutos a um tema que tenho adiado, por motivos sentimentais, mas que pela incontornável importância que assume no contexto empresarial da Guarda justifica que ultrapasse as minhas reticências.
Em qualquer cidade que pretenda afirmar o seu sector de negócios, as associações empresariais estão na primeira linha no apoio a estratégias concertadas de desenvolvimento das empresas e na sua representação junto do poder.
Por isso são necessárias Associações empresariais fortes, com capacidade de representação, de negociar e obter as melhores condições para a criação de um ambiente propício aos negócios dos seus associados. Que estejam dotadas de corpos técnicos competentes e conhecedores das diversas realidades regionais, e de equipamentos que postos à disposição das empresas potenciem a sua notoriedade.
Mas sabemos que a realidade associativa em Portugal atravessa, nalguns casos, momentos difíceis. E a Associação Comercial da Guarda é disso um triste exemplo.
Senão vejamos: que serviços presta hoje aos seus associados? Em que instâncias os representa e com que resultados? Qual tem sido o seu contributo para que a Guarda tenha um melhor ambiente comercial?
Eu tenho respostas para estas perguntas; não são é as que gostaria que fossem…
Conheci de perto a Associação Comercial porque lá trabalhei. E sempre que nela penso, existe um antes e um depois.
Um antes, com um corpo técnico experiente, que conhecia as entidades com quem se relacionava e onde tinha interlocutores que lhe facilitavam acesso a informação e procedimentos; com capacidade de realização de trabalhos complexos com vista à obtenção das melhores condições de financiamento para os projectos em curso; com capacidade reinvindicativa que lhe permitiu por exemplo obter financiamentos extraordinários para a construção da sua sede – hoje o seu principal activo; um antes onde a gestão se fazia criteriosamente, onde antes de incorrer em despesa todos tinham de acautelar o respectivo financiamento; onde se geriam centenas de milhares de contos em apoios aos diversos projectos em curso, prestando serviços inovadores e de qualidade aos seus associados, intervindo na animação comercial da cidade, na qualificação dos seus comerciantes e na sua modernização.
Haveria espaço e condições para ser melhor? Claro que sim! Imenso. Mas para isso seria preciso definir um rumo e motivar a estrutura para o seguir.
Mas eis que numa fatídica véspera de Natal, tudo isto se alterou. E o depois veio, como um tsunami, e varreu todo o antes, fazendo-o desaparecer.
O rigor deu lugar ao laxismo, para não ir mais longe; as orientações passaram a ordens a cumprir cegamente; e o castelo que apesar de algo periclitante se mantinha em pé há tantos anos foi ruindo, lentamente, até chegar ao estado de agonia em que hoje se encontra.
As razões foram várias e não me interessa aqui discuti-las, porque passavam por agendas pessoais dos dirigentes. Interessa-me o caminho seguido, porque é para mim um estudo de caso. Compare-se a estabilidade do corpo técnico do NERGA com a da Associação Comercial e rapidamente se chega à conclusão óbvia: o NERGA, com o seu corpo técnico nuclear estável e a capacidade de perceber o rumo do mundo dos negócios dos seus dirigentes, é hoje uma associação que vive desafogada, com capacidade de execução de projectos e de grandes organizações, à escala em que actua – bem entendido. Comparem-se estes atributos com os da Associação Comercial…
Voltando ao início desta minha crónica, e repisando a ideia de que a cidade e os seus agentes económicos precisam de associações empresariais fortes e capazes, lanço um desafio aos comerciantes e associados da Associação Comercial: colaborem num projecto mobilizador para o comércio, envolvam-se na melhoria da sua capacidade de actuação, dotando-a de pessoas e equipamentos que a façam útil a todos vós. Ou então pensem na sua extinção, ou, porque não, numa fusão com o NERGA…
Não a deixem é na agonia que actualmente vive, que envergonha os que lá trabalham, mas principalmente todos vós. "
"Dedico hoje estes breves minutos a um tema que tenho adiado, por motivos sentimentais, mas que pela incontornável importância que assume no contexto empresarial da Guarda justifica que ultrapasse as minhas reticências.
Em qualquer cidade que pretenda afirmar o seu sector de negócios, as associações empresariais estão na primeira linha no apoio a estratégias concertadas de desenvolvimento das empresas e na sua representação junto do poder.
Por isso são necessárias Associações empresariais fortes, com capacidade de representação, de negociar e obter as melhores condições para a criação de um ambiente propício aos negócios dos seus associados. Que estejam dotadas de corpos técnicos competentes e conhecedores das diversas realidades regionais, e de equipamentos que postos à disposição das empresas potenciem a sua notoriedade.
Mas sabemos que a realidade associativa em Portugal atravessa, nalguns casos, momentos difíceis. E a Associação Comercial da Guarda é disso um triste exemplo.
Senão vejamos: que serviços presta hoje aos seus associados? Em que instâncias os representa e com que resultados? Qual tem sido o seu contributo para que a Guarda tenha um melhor ambiente comercial?
Eu tenho respostas para estas perguntas; não são é as que gostaria que fossem…
Conheci de perto a Associação Comercial porque lá trabalhei. E sempre que nela penso, existe um antes e um depois.
Um antes, com um corpo técnico experiente, que conhecia as entidades com quem se relacionava e onde tinha interlocutores que lhe facilitavam acesso a informação e procedimentos; com capacidade de realização de trabalhos complexos com vista à obtenção das melhores condições de financiamento para os projectos em curso; com capacidade reinvindicativa que lhe permitiu por exemplo obter financiamentos extraordinários para a construção da sua sede – hoje o seu principal activo; um antes onde a gestão se fazia criteriosamente, onde antes de incorrer em despesa todos tinham de acautelar o respectivo financiamento; onde se geriam centenas de milhares de contos em apoios aos diversos projectos em curso, prestando serviços inovadores e de qualidade aos seus associados, intervindo na animação comercial da cidade, na qualificação dos seus comerciantes e na sua modernização.
Haveria espaço e condições para ser melhor? Claro que sim! Imenso. Mas para isso seria preciso definir um rumo e motivar a estrutura para o seguir.
Mas eis que numa fatídica véspera de Natal, tudo isto se alterou. E o depois veio, como um tsunami, e varreu todo o antes, fazendo-o desaparecer.
O rigor deu lugar ao laxismo, para não ir mais longe; as orientações passaram a ordens a cumprir cegamente; e o castelo que apesar de algo periclitante se mantinha em pé há tantos anos foi ruindo, lentamente, até chegar ao estado de agonia em que hoje se encontra.
As razões foram várias e não me interessa aqui discuti-las, porque passavam por agendas pessoais dos dirigentes. Interessa-me o caminho seguido, porque é para mim um estudo de caso. Compare-se a estabilidade do corpo técnico do NERGA com a da Associação Comercial e rapidamente se chega à conclusão óbvia: o NERGA, com o seu corpo técnico nuclear estável e a capacidade de perceber o rumo do mundo dos negócios dos seus dirigentes, é hoje uma associação que vive desafogada, com capacidade de execução de projectos e de grandes organizações, à escala em que actua – bem entendido. Comparem-se estes atributos com os da Associação Comercial…
Voltando ao início desta minha crónica, e repisando a ideia de que a cidade e os seus agentes económicos precisam de associações empresariais fortes e capazes, lanço um desafio aos comerciantes e associados da Associação Comercial: colaborem num projecto mobilizador para o comércio, envolvam-se na melhoria da sua capacidade de actuação, dotando-a de pessoas e equipamentos que a façam útil a todos vós. Ou então pensem na sua extinção, ou, porque não, numa fusão com o NERGA…
Não a deixem é na agonia que actualmente vive, que envergonha os que lá trabalham, mas principalmente todos vós. "
Nota: esta minha crónica causou algum descontentamento ao Sr. Presidente da Direcção da Associação Comercial; embora tal sentimento seja perfeitamente legítimo, já não são legítimas algumas "leituras" que fez das minhas palavras; por isso, gostaria de deixar bem claras 2 coisas:
1. esta crónica foi um exercício exclusivamente pessoal de um direito de opinião que, enquanto cidadão, entendo ter; portanto, não representa nada mais isso. Referiu o Sr. Presidente que a Associação Comercial tem relações com a minha entidade patronal que evidenciam o contrário do que afirmei; se as tem ignoro-as porque não são da minha competência; se assim não fosse, teria sobre elas dever de reserva, o que me impediria de as usar neste contexto, que é, sublinho, estritamente pessoal;
2. o facto de afirmar que o corpo técnico que a Associação tinha nos anos em que lá trabalhei era de grande qualidade não visa de modo algum diminuir ou apoucar o corpo técnico actual, pela simples razão de que não o conheço; o que afirmei e mantenho é que a estabilidade do corpo técnico é uma valia para qualquer organização e não tenho visto essa estabilidade, com muita pena minha, na Associação Comercial, pelas notícias que tenho visto publicadas na imprensa.
1 comentário:
Muito bem pensado, mas pelos vistos adiantou pouco. A ACG é uma instituição moribunda e pela inacção, principalmente, dos últimos 2 mandatos criou uma situação insustentável que provocou a noção de desnecessidade deste tipo de organização.
Quanto ao NERGA e apesar de estar numa situação mais descontraída também poderemos perguntar: E qual é a sua intervenção para o desenvolvimento do distrito; e qual é a acção perante os associados; e o que faz para além do aluguer de salas para empresas de consultoria, da formação co-financiada e do apoio a organizações festivas e sociais?
E já agora alguém já questionou o presidente do NERGA porque apadrinha uma empresa, cujos sócios são técnicos do NERGA e cujo objecto é organizar os eventos do ou para o NERGA.
Por este caminho ainda se deixam assaltar e o Valente rouba-lhes a feira do artesanato.
Cá estaremos para ver.
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