Uma das originalidades da nossa política, é a "disponibilidade" dos seus actores. O que é isso da "disponibilidade"?
Eu explico: sempre que algum político quer muito ocupar determinado cargo, não diz simplesmente, em público ou dentro do seu partido "Olhem, eu gostava muito de ser Presidente da Câmara"; tenho uma série de projectos que gostava de concretizar, tenho as ideias x e y para o município, e teria muito gosto em as colocar em prática". Não! Isto seria ser demasiado cândido. Tanto, que provavelmente as pessoas desconfiariam de ocultas segundas-intenções. Então é aí que entra a disponibilidade. Com o pretendente a candidato a declarar-se publicamente "disponível" para determinado cargo ou, ainda mais discretamente, "disponível" para os combates políticos que se avizinham.
É que assim, fica na posíção de prestar um grande favor a quem o escolhe como candidato e quiçá mesmo a quem o elege. Como se de um sacrifício pessoal se tratasse!
É assim, que Crespo de Carvalho e Joaquim Valente começaram por "estar disponíveis"; depois de os Partidos muito insistirem com eles, lá acederam à maçada de serem candidatos à Câmara da Guarda. Claro que esta é uma situação que se verifica em todo o lado, não é só por cá...
Não seria mais claro e honesto dizer claramente às pessoas as suas intenções? A política tem mesmo de ser este jogo de meias-palavras que toda a gente sabe o querem dizer, mas que ninguém se compromete a dizê-las?
1 comentário:
será que estão disponiveis para receber as «chorudas» remunerações oou tenho que ser eu a recebe-las?
Não quero esse sacrifício para mim!
Ideias eles nao t~em nenhumas! São os seus lacraios que pensam e recebem emprego para os seus familiares...Aprende.
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