O direito à Greve é uma forma de os trabalhadores mostrarem aos seus empregadores que algo está muito mal. Pessoalmente, como alguém que vive do seu trabalho e que por isso tem por ele um enorme respeito, sinto-me confortável por existir este recurso, que no entanto só usaria em casos realmente importantes, justificadamente graves.
Por isso me custa a compreender uma notícia que hoje ouvi de manhã: até às eleições legislativas estão, para já, marcadas 8 Greves. O que esperam estes profissionais obter de um Governo que estará em funções mais 3 ou 4 semanas? Que tome agora as decisões que em 4 anos não tomou? Ou que mude agora de opinião sobre determinada reinvindicação, quando nos 4 anos anteriores não teve essa sensibilidade?
Não julgando os méritos ou deméritos dos objectivos establecidos para estas Greves, parece-me francamente que se trata mais de um caso de interferência eleitoral - ou motivos eleitoralistas - do que propriamente de manifestar desagrado, saindo à rua. Tanto mais que os sindicatos em Portugal continuam, na minha opinião, demasiado politizados.
Estamos na fase final de um ciclo, com outro a iniciar-se muito brevemente; faça-se dos 4 anos de Governo o Balanço que há a fazer, que será diferente para cada um de nós, e vote-se de acordo quer com esse balanço quer com as propostas que nos são feitas pelos candidatos. Agora greves, nesta altura, parecem-me uma falta de respeito pelas regras democráticas e uma falta de respeito quer pelos anseios - legítimos ou não - dos profissionais, quer pelo direito à greve em si mesmo.
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