terça-feira, 31 de março de 2009

Crónica Diária - Rádio Altitude

Já foi no dia 18 de Março; bem sei que passou muito tempo; todavia, foi assim:

A Guarda tem actualmente, em termos turísticos, alguma atractividade. Prova disso são a quantidade de estrangeiros que se vão vendo por cá, nomeadamente aos fins-de-semana, na sua maioria oriundos da vizinha Espanha. Estou convicto de que esta capacidade de atracção se deve em larga medida às condições que foram sendo criadas por investidores privados, investindo nos seus negócios e dirigindo os seus esforços de Marketing – quer este seja mais elaborado ou mais rudimentar – para a crescente internacionalização dos seus negócios. São disto exemplo alguns empresários do sector do comércio e restauração. Existe por outro lado um efeito de exposição associado ao turismo de negócios que faz com que empresários e técnicos que vêm à Guarda em viagem profissional acabem eventualmente por voltar numa óptica de turismo.
Finalmente, não serão de ignorar os efeitos de alguma campanhas de promoção da cidade que têm sido levadas a cabo por diversas entidades, públicas ou privadas.
Gostaria de aqui sublinhar os méritos dos empresários, por se tratar de um caso evidente de investimento privado cujo retorno é extensível a toda a região.
Parece-me pois que é a hora de passarmos à segunda parte do Plano; ou da cadeia de criação de valor, se quisermos: a criação de condições de cá manter durante alguns dias os turistas que conseguimos atrair. Este é um desafio que deve ser assumido. Mais do que continuarmos a ouvir dizer que a região tem um enorme potencial, é a hora de decidirmos o que queremos fazer com este potencial e começar a trabalhar para transformar potencial em negócios, já que ninguém vive do potencial, como todos estamos cansados de saber.
Tenho-me apercebido que vão surgindo novos modelos de negócios, muito interessantes, à volta do turismo de natureza, do BTT, dos passeios em todo-o-terreno, da exploração de trilhos pedestres, balonismo, parapente, etc. Estas iniciativas devem ser apoiadas pelas entidades competentes, numa estratégia de criação de um cluster regional de turismo da natureza. Mas é também importante que se promova a adopção, por parte de todos estes operadores, de um código de conduta que salvaguarde o património natural – que é a sua “galinha dos ovos de ouro” e pertence a todos nós – establecendo limites à utilização e exploração desse património, no interesse de todos.
Da parte das entidades institucionais que tutelam o turismo, é necessário que se monitorizem os fluxos turísticos, a sua permanência, as expectativas e os índices de satisfação. Esta informação é fundamental para se preparar o caminho para a progressão na cadeia de criação de valor a que já me referi.
Por tudo isto, parece-me da maior importância pôr todos os interessados neste cluster – operadores turísticos, hoteleiros, empresários da restauração, das actividades de animação turística e entidades tutelares - em sintonia, a discutir prioridades e formas de actuação. Não num Seminário ou noutro modelo de encontro muito formatado. Mas antes num modelo aberto à participação de todos os interessados, altamente informal e operativo, recorrendo apenas a mediadores para organizar o andamento dos trabalhos. No fundo, um Encontro para a Competitividade do Turismo na Região da Guarda.
O Turismo é – a par de outros sectores – estratégico para o potencial empresarial da região. Por isso deixo o desafio aos empresários do sector: em vez de esperar que sejam as entidades oficiais a organizar um encontro onde se debatam estas e outras questões relevantes para o sector, que sejam eles – em cooperação ou através das suas estruturas representativas a organizar este encontro.
Será certamente profícuo não só para eles, mas para a região.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Ainda a PLIE

Foi esta semana publicado o "Regulamento Municipal de Atribuição de Lotes para a Instalação de Actividades Económicas". Assim, de acordo com o Sr. Presidente da Câmara (e Presidente do Conselho de Administração da PLIE), pode dar-se início à venda dos lotes de terreno na PLIE e na ALE contígua.
Reconhecendo que é um passo em frente em todo este processo, é também, em minha opinião, um enorme erro estratégico esta forma de actuação. Já tive mesmo oportunidade de o transmitir ao Sr. Presidente da Câmara...
Penso que o que as empresas procuram na Guarda não são lotes de terreno; nem para os vender seria preciso constituir uma sociedade como a PLIE! O que faz falta na Guarda são soluções de localização empresarial. Que passam naturalmente pelo terreno para implantação de edifícios, mas que vão muito para além disso.
O que deveria ser comercializado pela PLIE seriam soluções de localização empresarial: terreno, projecto pré-aprovado, entidade construtora e solução de licenciamento. Além da gestão do espaço envolvente e demais actividades decorrentes da gestão de um moderno Parque Empresarial, como sejam a captação de novos negócios na sequência do Plano de Desenvolvimento Estratégico, promoção, etc.
Assim se conseguiria ser competitivo na oferta de soluções, criar um espaço com uma identidade arquitectónica consistente e, com algum envolvimento de empresas locais, conseguir que muito do investimento fosse distribuído por empresas da Guarda (por exemplo na contratualizaçao da construção).
Mas não é nada disto que vai acontecer: vão-se vender lotes de terreno, os compradores terão de passar pelo calvário habitual da fase de projecto e licenciamento de construção, vão ser contratadas construtoras de fora que darão pequenas empreitadas aos locais, ficando eles com a parte de leão do negócio e o parque vais ser mais um igual a tantos outros, sem um elemento que o diferencie enquanto tal, já que a sua localização privilegiada, essa sê-lo-á por alguns anos...
A PLIE ainda tem condições para ter algum sucesso e a ser uma âncora empresarial importante para a região da Guarda. Mas comparada com o que poderia ser, vai ficar, pelo menos para mim, a saber a pouco...

sexta-feira, 13 de março de 2009

Offline

Lamentavelmente tenho estado offline. Há tempo demais.
Alguma falta de tempo da minha parte e muita culpa da Cabovisão que insiste em adiar a mudança de serviços para a minha nova Caverna. Tou aqui tou a chamar pelo Meo...
Vamos ver se até ao fim-de-semana fica tudo resolvido.
Até breve, blog-people...