quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

À mulher de César não basta ser séria!


O Presidente da República, Cavaco Silva, mandou divulgar publicamente ter abdicado do seu vencimento de Presidente da República (no valor de 7.415 Euros mensais), ficando apenas a auferir duas pensões de reforma (uma de catedrático da Universidade Católica e outra da actividade que exerceu no Banco de Portugal, totalizando ambas 10.042 Euros mensais). Tendo sido uma "opção" que foi obrigado a fazer por força da publicação da Lei de Orçamento de estado para 2011, que acaba com a possibilidade de acumular pensões com vencimentos do Estado. Cavaco Silva optou assim pela situação que para ele é mais vantajosa economicamente.

Sucede porém que todos os políticos em idênticas condições tiveram de fazer igual escolha. Entre eles, o Governador Civil da Guarda. Só que neste caso, a postura foi diferente.

De acordo com o Jornal "Nova Guarda", Santinho Pacheco optou por receber o vencimento de Governador Civil, apesar de este ser mais baixo que a pensão de reforma das suas actividades profissionais que auferia. Diz o Governador Civil que está nas funções "(...) com muito gosto, com muita honra (...)", e que "Onde todos pagam nada é caro.".

Perante situações idênticas, duas posturas diferentes. Porque na política, a ética e sentido de serviço público escasseiam cada vez mais, não podia deixar de assinalar o exemplo dado pelo Governador Civil da Guarda.

Não basta bater no peito e proclamar respeitabilidade e honorabilidade; à mulher de César, não basta ser séria!

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