Logo pela manhã, ouvi nas rádios a notícia que deu conta de uma grande quantidade de peixes mortos na albufeira da Barragem do Caldeirão, mesmo aqui às portas da cidade. Ouvi no carro, muito de passagem, mas a ideia com que fiquei foi de que o assunto estava a preocupar as autoridades.
Foi só no final da tarde que pude voltar a ouvir falar do tema. E o que ouvi deixou-me deveras preocupado.
Os jornalistas informaram que efetivamente os bombeiros, proteção civil e uma equipa do SEPNA (Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente da Guarda Nacional Republicana) estiveram no local a recolher amostras, que estão em análise.
Tratando-se do local onde é feita a captação de água que é, depois de tratada, distribuída na rede pública da Guarda, é uma notícia preocupante. Sou aquariófilo há anos suficientes para perceber que algo de muito errado se passa num biótopo onde, de um momento para o outro, acontece um fenómeno como o descrito.
Mas o que ouvi a seguir deixou-me perplexo, para não dizer mais.
Comecei por ouvir o Delegado de Saúde dizer que não havia motivo de preocupação, que a água tem aspeto límpido e portanto pode ser consumida sem receios. Isto, vindo de qualquer profissional de saúde, é grave - até de um auxiliar hospitalar, que tem a obrigação de perceber a alarvidade que isto representa; dito por um médico, é ainda mais preocupante; mas dito pelo Delegado de Saúde é um escândalo. Sem fazer a mínima ideia do que aconteceu naquelas águas - pois tanto quanto consegui apurar não há ainda disponíveis resultados de análises conclusivos - transmitiu à população a ideia de que é seguro o consumo da água. E pergunto eu: e se afinal não fôr? E se adoecerem pessoas e as Urgências entupirem? É que das duas uma: ou realmente aquilo que o Delegado de Saúde fez é de uma negligência atroz, ou as análises cujos resultados se aguardam não servem para nada e só se fazem por... digamos... fazer?
A seguir foi a vez de um representante da Câmara Municipal declarar que alarme social nunca foi forma de resolver problemas e que as análises de que dispunha têm resultados negativos. Embora estejamos habituados aos lapsos de comunicação do executivo, constatamos que mais uma vez não deixaram os seus créditos por mãos alheias. Não me parece que o caso seja para menos do que recomendar às pessoas contenção no consumo da água até se ter a certeza do que ali sucedeu. O alarme social não resolve os problemas nem visa resolvê-los; visa, isso sim, evitar mais problemas em cima dos que já existem. Sobre as análises a que o Sr. se refere, trata-se de parâmetros básicos, cujos resultados negativos nada garantem sobre a qualidade da água.
Espero que as pessoas aproveitem a noite para refletir nas suas opções e o dia lhes traga uma clarificação daquilo que devem preservar acima de tudo - a saúde pública. E já agora que lhes traga também melhor humor...
3 comentários:
Não tarda nada e vem algum iluminado dizer que os peixes se suicidaram em massa porque pertenciam a uma qualquer seita.
O senhor já definir idade para ter juízo e pensar antes de escrever ou falar.
Não há paciência para tantos que pensam saber de tudo. Se o senhor fosse muito bom no e faz notava-se na economia local, não acha. Afinal já anda há tempo suficiente a mamar nos meus impostos. E o que é que já fez na sua vida para por em causa o trabalho dos outros. Vá mas é dormir e pensar na imbecilidade que é.
O seu post deixa bem claro ao que vem: agredir-me pessoalmente. Não concorda nem discorda do que escrevi, apenas me ataca. Mas ainda assim vou-lhe responder, encerrando aqui a questão:
1. eu penso no que digo, o suficiente para responder pelas minhas afirmações, que são identificadas; e isto é muito mais do que o anónimo é capaz de fazer;
2. Sou bom naquilo que faço, pelo menos no conceito e na opinião daqueles que têm competência e conhecimentos para avaliar o meu trabalho; quanto aos resultados do que faço na economia regional, não se notam nem podem notar-se por um motivo muito simples: se eu trabalhasse em função da economia regional, há muito que tinha tido de procurar outro emprego, porque não se pode ajudar quem não quer ser ajudado; mas ainda assim, posso indicar-lhe facilmente um número razoável de pessoas que discordam de si;
3. Quanto aos seus impostos, esteja descansado: o Organismo onde trabalho não recebe qualquer dotação do Orçamento de Estado; e até sou capaz de arriscar dizer que pago mais do que o Sr.;
4. O que fiz ou deixei de fazer na vida é absolutamente irrelevante para o conteudo do meu post; mas uma coisa não tenho feito: meter-me na vida privada das pessoas para os julgar; além de que, fosse eu desempregado, estudante, ou o que quer que fosse, sentir-me-ia no direito de ter dito aquilo que disse.
5. Quanto à sua última frase, tenho o maior prazer em lha devolver.
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