As 2 primeiras fábricas - merecedoras desse nome - que conheci foram a extinta fábrica da Renault e a dos Lacticínios do Mileu. A primeira porque o meu Pai lá trabalhou muitos anos. A segunda porque a visitei para fazer um trabalho escolar, quando teria uns 10 ou 11 anos.
Da primeira retenho a sofisticação do equipamento, o tamanho e organização. Da segunda, a amabilidade com que o responsável nos recebeu e nos guiou ao longo da fábrica, dos processos, dos equipamentos, não regateando tempo para todas as explicações que miúdos de 10 anos precisam para perceber como se produzem lacticínios em ambiente industrial.
A Renault, após dar lugar a Reicab, e esta à Delphi, fechou definitivamente no ano passado.
Os Lacticínios do Mileu, a crer nas notícias esta semana veículadas pelo jornal "O Interior" poderá não ter destino diferente. Ou seja, dois marcos da nossa cidade em risco de desaparecer em pouco tempo.
Leio no jornal que a sobrevivência pode estar numa candidatura ao PRODER. O que me preocupa ainda mais, porque a minha experiência na gestão de candidaturas a sistemas de incentivos públicos demonstra que muito raramente uma empresa em dificuldades tem capacidade para executar um investimento objecto de comparticipação, ainda que o respectivo projecto seja apoiado. Além de que há condições de acesso ao financiamento que uma empresa em dificuldades dificilmente ultrapassa...
O empresário diz que há mercado, mas tem dificuldades em cobrar; e aponta alguma culpa às empresas de distribuição e às suas políticas de compras. Certo é que nos supermercados que frequento, nunca vi à venda por exemplo a manteiga do Mileu, que acho muito boa.
Se calhar devíamos preocupar-nos mais em "comprar o que é nosso", da Guarda. No próximo sábado vou tentar comprar um pacote de Manteiga, antes que esgotem definitivamente...
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