A minha crónica do passado dia 8 de Junho:
"Os resultados das eleições do passado Domingo deixaram clara a vontade da maioria dos portugueses de uma mudança política. Num país que nos últimos anos tem votado maioritariamente à esquerda, só assim se explica a inequívoca e expressiva maioria que a direita obteve.
Mas na minha opinião, o que os portugueses sinalizaram com esta votação expressiva na direita, não se resume à vontade de uma mudança de actores. Vai mais longe. As pessoas estão cansadas desta forma de fazer política. De perceber que uma parte significativa dos políticos age na maior parte das vezes mais por interesse pessoal do que no interesse daqueles que representa, que lhe confiaram o seu voto. E isto cria um sentimento de frustração que afasta as pessoas da política. Assim se explica, em parte, a elevada abstenção – mais de 40% - que de novo se verificou nestas lesgislativas. A outra parte da explicação reside, como já aqui tenho referido, no puro desinteresse das pessoas na participação cívica. Que se reflecte neste e noutros domínios.
Estas eleições e o seu resultado devem fazer-nos reflectir. Pessoalmente, ao ter visto um Governo Socialista tomar as medidas que tomou – adiamento da idade da reforma, redução de prazo para subsídio de desemprego, para citar as mais óbvias, só posso concluir que o Estado Social que ambicionávamos e tanto nos prometeram não passou afinal de uma miragem, pelo simples motivo de que não conseguimos sustentá-lo. Por muito que nos digam que devíamos ser capazes; que temos potencial; as evidências, ao longo dos últimos 15 anos, desmentem-no. Reconhecer isto a tempo é um passo na preservação de algum desse Estado Social.
Voltando aos resultados das eleições, impõe-se no nosso sistema político uma mudança. Têm de ser dados à sociedade sinais de que as coisas mudarão para todos. O actual sistema de nomeações políticas deve ser imediata e profundamente revisto. As nomeações políticas não podem continuar disfarçadas de contratações. O nomeado, convidado, indigitado, ou como queiram chamar-lhe, tem de ter o decoro de no final do ciclo, independentemente da sua duração, saber reconhecer que também a sua nomeação, o seu convite ou indigitação chegou ao fim do prazo de validade.
Atitudes de quem faz da política emprego diminuem quem as toma. E diminuem os cargos que ocupam. Sou a favor que os cargos de responsabilidade sejam remunerados de acordo com as exigências que impõem. Mas devem criar-se mecanismos que evitem que tais cargos se tornem pasto para políticos sem outro currículo que não seja a militância partidária.
Os próximos 3 anos vão ser muito duros, para o Governo e para nós – cidadãos. Vão ser especialmente duros para os mais desprotegidos – desempregados e pessoas com poucos recursos económicos. Por isso, espero do próximo Governo uma especial atenção às questões sociais, por forma a preservar em todos os portugueses a dignidade.
Penso que os portugueses serão generosos ao ponto de enfrentarem sem dramas as dificuldades que se avizinham. Assim percebam nos seus dirigentes a vontade de ultrapassar as dificuldades temporárias com abnegação, em nome do futuro do país.
Na fase em que estamos, os fortes marcarão a história. Os fracos, esses devem sair quanto antes do caminho… "
"Os resultados das eleições do passado Domingo deixaram clara a vontade da maioria dos portugueses de uma mudança política. Num país que nos últimos anos tem votado maioritariamente à esquerda, só assim se explica a inequívoca e expressiva maioria que a direita obteve.
Mas na minha opinião, o que os portugueses sinalizaram com esta votação expressiva na direita, não se resume à vontade de uma mudança de actores. Vai mais longe. As pessoas estão cansadas desta forma de fazer política. De perceber que uma parte significativa dos políticos age na maior parte das vezes mais por interesse pessoal do que no interesse daqueles que representa, que lhe confiaram o seu voto. E isto cria um sentimento de frustração que afasta as pessoas da política. Assim se explica, em parte, a elevada abstenção – mais de 40% - que de novo se verificou nestas lesgislativas. A outra parte da explicação reside, como já aqui tenho referido, no puro desinteresse das pessoas na participação cívica. Que se reflecte neste e noutros domínios.
Estas eleições e o seu resultado devem fazer-nos reflectir. Pessoalmente, ao ter visto um Governo Socialista tomar as medidas que tomou – adiamento da idade da reforma, redução de prazo para subsídio de desemprego, para citar as mais óbvias, só posso concluir que o Estado Social que ambicionávamos e tanto nos prometeram não passou afinal de uma miragem, pelo simples motivo de que não conseguimos sustentá-lo. Por muito que nos digam que devíamos ser capazes; que temos potencial; as evidências, ao longo dos últimos 15 anos, desmentem-no. Reconhecer isto a tempo é um passo na preservação de algum desse Estado Social.
Voltando aos resultados das eleições, impõe-se no nosso sistema político uma mudança. Têm de ser dados à sociedade sinais de que as coisas mudarão para todos. O actual sistema de nomeações políticas deve ser imediata e profundamente revisto. As nomeações políticas não podem continuar disfarçadas de contratações. O nomeado, convidado, indigitado, ou como queiram chamar-lhe, tem de ter o decoro de no final do ciclo, independentemente da sua duração, saber reconhecer que também a sua nomeação, o seu convite ou indigitação chegou ao fim do prazo de validade.
Atitudes de quem faz da política emprego diminuem quem as toma. E diminuem os cargos que ocupam. Sou a favor que os cargos de responsabilidade sejam remunerados de acordo com as exigências que impõem. Mas devem criar-se mecanismos que evitem que tais cargos se tornem pasto para políticos sem outro currículo que não seja a militância partidária.
Os próximos 3 anos vão ser muito duros, para o Governo e para nós – cidadãos. Vão ser especialmente duros para os mais desprotegidos – desempregados e pessoas com poucos recursos económicos. Por isso, espero do próximo Governo uma especial atenção às questões sociais, por forma a preservar em todos os portugueses a dignidade.
Penso que os portugueses serão generosos ao ponto de enfrentarem sem dramas as dificuldades que se avizinham. Assim percebam nos seus dirigentes a vontade de ultrapassar as dificuldades temporárias com abnegação, em nome do futuro do país.
Na fase em que estamos, os fortes marcarão a história. Os fracos, esses devem sair quanto antes do caminho… "
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